“Estamos todos orgulhosos por ter feito uma a��o muito honrosa, mais um tijolo na hist�ria do CBMMG nessa que j� � a maior a��o de resgate em terremotos de todos os tempos, envolvendo equipes de socorro do mundo todo. A Turquia � uma sociedade devastada, que ainda n�o est� recuperada. Precisava dos nossos esfor�os. Pe�o desculpas aos familiares dos militares que tiramos de casa, mas essa era a nossa miss�o: ajudar quem precisava. Agradecemos a Deus”, disse o comandante da opera��o, major Heitor Aguiar Mendon�a.
O grande terremoto de 7,8 graus na escala richter (o grau mais alto � 10) � o maior que atingiu partes da Turquia e da S�ria em 20 anos, em 6 de fevereiro, deixando mais de 50 mil mortos e destruindo cerca de 170 mil edifica��es. � o quinto mais mortal dos �ltimos 20 anos.
O avi�o monomotor Arcanjo 09 trouxe os militares da base a�rea de S�o Paulo e �s 9h50 eles desembarcaram no Hangar do Batalhao de Opera��es A�reas do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Pa�s com cartazes, esposas com os filhos no colo se emocionaram e vibraram com o retorno em seguran�a da equipe mineira.
Um dos momentos mais dif�ceis foi quando duas edifica��es a 30 quil�metros da capital Ankara desabaram e as buscas resultaram na localiza��o de duas v�timas. Os corpos, contudo, n�o puderam ser resgatados pelos militares por uma quest�o cultural. Apenas os familiares poderiam remove-los e proceder com os rituais funer�rios.
“O terremoto � diferente de tudo que o Brasileiro pode imaginar. Nossas trag�dias de enchentes, desabamentos e soterramentos ocorrem em �reas de risco. O terremoto afeta todas as camadas sociais, pobres e ricos, quem mora em casa humildes e quem vive em pr�dios. N�o d� para prever e nem se preparar”, afirma o major Heitor.
De acordo com o militar, foram v�rias dificuldades e sustos durante os trabalhos de socorro na Turquia e na fronteira com a S�ria, pa�s tamb�m afetado.
“Durante os trabalhos n�s enfrentamos tamb�m um terremoto de 6,4 graus na escala richter. Operando dentro consoladores de seguran�a foi poss�vel resistir e permanecer com a opera��o. O maior desafio foi mesmo o frio, com a necessidade de operar a cerca de -9ºC durante a madrugada, o que exigiu preparo e muita t�cnica”, detalhou o comandante da opera��o.
Depois de receber o carinho da esposa, o cumprimento dos colegas, o reconhecimento do comando e ainda condecorado com a moeda do CBMMG junto com os cinco militares que atuaram nessa miss�o, o major p�de, finalmente, carregar a filha de apenas 2 anos no colo. “Foram semanas longe dela que parecem meses. � muito bom participar e poder ajudar, mas agora estou muito feliz de voltar para a minha princesa, estar com a minha fam�lia, estar seguro aqui de novo”, desabafou, sorrindo.
Os militares mineiros foram acionados pelo Minist�rio das Rela��es Exteriores. Socorristas dos estados de S�o Paulo e Esp�rito Santo tamb�m compuseram a equipe, coordenada pela Ag�ncia Brasileira de Coopera��o.
Pela participa��o de MG no Haiti e Mo�ambique os Bombeiros Militares de Minas Gerais foram acionados para integrar as a��es de socorro da Ag�ncia de Coopera��o Internacional Brasileira e o Minist�rio das Rela��es Internacionais. A opera��o brasileira de busca e resgate contou tamb�m com militares de S�o Paulo e Esp�rito Santo.
“A ideia era atuar nos primeiros dias para conseguir o resgate de v�timas com vida, o que ocorreu com bastante �xito”, afirma o comandante da corpora��o Coronel Erlon Dias do Nascimento.
“O envio � complexo. Envolveu desde a quest�o burocr�tica at� a log�stica, mas � algo que o Batalh�o de Emerg�ncia Ambiental (Bemad) j� tem uma expertise: equipamentos espec�ficos para a miss�o j� pesados e mensurados”, disse o comandante.
Para o coronel Erlon, a miss�o foi cumprida com �xito. “Foi uma miss�o que envolveu risco de vida aos militares e o retorno deles para seus familiares, depois de 17 dias � um motivo de alegria e de festa”, considera. � um fator hist�rico com repercuss�o no aprimoramento da tropa. “Cada evento interno ou externo � um aprendizado. Vamos manter nossa capacita��o t�cnica, ouvir quais foram as dificuldades e disseminar isso em Minas Gerais e em todo pa�s. Em caso de novos acionamentos internos ou externos a gente conseguir� uma resposta eficiente”, disse o comandante do CBMMG.
Leia: Bombeiros de MG prestam socorro a v�timas do terremoto na Turquia
A participa��o do CBMMG no resgate de v�timas no exterior incluiu o terremoto no Haiti (2010), terremoto no Equador (2016), resgate de v�timas do terremoto no M�xico (2017), aux�lio aos refugiados venezuelanos em Roraima (2018) e v�timas do ciclone em Mo�ambique (2019).
O hist�rico de terremotos que assolou a Turquia nos �ltimos anos � extenso. Em janeiro de 2020, um terremoto de magnitude 6,7 atingiu a cidade de Elazig, no leste da Turquia, deixando pelo menos 41 mortos e centenas de feridos.
Em outubro de 2019, um tremor de magnitude 6,8 atingiu a prov�ncia de Elazig, com 41 mortos e 1.600 feridos. Em janeiro de 2018, um terremoto de 6,4 graus estremeceu a cidade de Sivrice, matando 39 e ferindo 160. Em agosto de 2016, um tremor de magnitude 5,3 atingiu a cidade de Alanya, com 1 morto e 50 feridos. Em outubro de 2011, um terremoto de magnitude 7,2 atingiu a prov�ncia de Van, no leste da Turquia, deixando pelo menos 604 mortos e mais de 4 mil feridos.