
No dia 9 de fevereiro, um homem de 29 anos foi levado para a delegacia de plant�o da Pol�cia Civil de Montes Claros, no Norte de Minas, ap�s ser acusado por uma mulher trans, de 27, de estupro. O homem negou o crime, mas foi preso em flagrante com base no depoimento da mulher trans. Nessa sexta-feira (3), a Pol�cia Civil anunciou a conclus�o do inqu�rito de que o suspeito n�o cometeu o estupro e pediu sua soltura.
A mulher trans que acusou o homem � uma influenciadora digital com mais de 100 mil seguidores, moradora do Bairro Santo Ant�nio, perto da sa�da de Montes Claros para Juramento.
Na ocasi�o da den�ncia, ela disse que contratou em um estabelecimento comercial da cidade o servi�o de reparo da bomba de um aqu�rio, sendo atendida em domic�lio por um funcion�rio da empresa, por volta das 19h do dia 8 de fevereiro.
A suposta v�tima contou que o funcion�rio da firma alegou que retornaria � sua casa no mesmo dia, e que, ao final do servi�o, o homem elogiou seu corpo, “causando-lhe constrangimento”. A mulher trans informou ainda que, ap�s comentar, foi “aconselhada” por uma amiga a filmar a nova visita combinada com o prestador de servi�os.
A mulher trans disse aos policiais que, ao concluir o trabalho, na sa�da de sua resid�ncia, o suposto agressor teria puxado seus cabelos e a conduzido a uma sala, onde teria cometido o estupro. “Ele apertou e puxou o meu cabelo, e ainda me agrediu com um tapa no rosto. Quando eu tentava sair, ele me puxava com viol�ncia extrema e me dizia que era aquilo que eu gostava”, disse a mulher, segundo divulgou a Pol�cia Civil, na ocasi�o.
Na sexta-feira, a Pol�cia Civil divulgou que concluiu o inqu�rito aberto para apurar a den�ncia de “ato sexual mediante viol�ncia ou grave amea�a”, feita pela mulher trans” e que n�o houve comprova��o de viol�ncia.
“ As provas colhidas no procedimento indica vers�o diversa da relatada pela v�tima quando denunciou o suspeito pelo crime de estupro”, diz a Pol�cia Civil, lembrando que “o conjunto probat�rio se baseia em provas testemunhais e periciais, inclusive, an�lise t�cnica do v�deo que foi apresentado pela denunciante."
No entanto, segundo o resultado da investiga��o, a filmagem apresentada “n�o captou trechos de express�o de amea�a ou constrangimento, mas de consentimento”.
Ainda de acordo com o inqu�rito, o exame de corpo de delito mostrou que n�o houve les�o corporal “ou outro vest�gio indicativo de emprego de viol�ncia, em raz�o da aus�ncia de hematomas importantes”.
A delegada Karine Maia, respons�vel pela Delegacia Especial de Atendimento � Mulher de Montes Claros, informou que “ap�s todas as dilig�ncias realizadas para esclarecer os fatos", entendeu pelo n�o indiciamento do suspeito e sugeriu ao Poder Judici�rio pela imediata soltura do preso.
A reportagem n�o conseguiu contato com o homem acusado pela mulher trans de cometer estupro e tamb�m n�o conseguiu contato com sua defesa. Al�m de ficar preso, ele teria perdido o emprego na empresa de presta��o de servi�os onde trabalhava.