
Segundo o MTE, o trabalhador era mantido em uma casa r�stica com ilumina��o prec�ria e sem higiene. Tamb�m n�o havia portas. Ele dormia sobre espuma velha de colch�o, consumia �gua diretamente da torneira e trabalhava para receber as refei��es di�rias, n�o tendo nenhum tipo de remunera��o financeira.
Logo, ele n�o possu�a qualquer valor que possibilitasse seu deslocamento e havia sido levado ao m�dico pelo propriet�rio da fazenda apenas duas vezes ao longo de quase quatro d�cadas.
Entre suas atribui��es, o idoso tinha que capinar os pastos, cultivar o caf� e tratar dos brejos junto a porcos. A explora��o, inclusive, j� foi comandada pelos pais do atual propriet�rio. As irregularidades foram constatadas entre os dias 24 e 30 de janeiro, durante opera��o deflagrada por auditores fiscais do trabalho do MTE.
Tamb�m foi verificado que o trabalhador n�o possu�a documentos de identifica��o e registro de v�nculo empregat�cio em carteira de trabalho. Com isso, nunca houve recolhimento de contribui��es junto � Previd�ncia Social para aposentadoria.
Um defensor p�blico federal que acompanhou as dilig�ncias tomou provid�ncias para que o trabalhador obtivesse certid�o de nascimento, carteira de identidade e CPF.
Na ocasi�o, ao ser retirado do local com o aux�lio de um m�dico e enfermeiros, o idoso pediu apenas para lhe darem condi��es de tomar um banho. Ele recebeu na segunda-feira (27/2) as verbas rescis�rias do antigo patr�o.
Antes da atua��o no MTE no caso, o trabalhador recebeu, h� alguns meses, uma tentativa de visita de profissionais da Secretaria Municipal de Assist�ncia Social de Bueno Brand�o, mas o fazendeiro n�o permitiu a entrada dos profissionais na propriedade.
No dia seguinte � inspe��o dos auditores fiscais do trabalho, os profissionais de assist�ncia social conseguiram entrar. Nesta �ltima ocasi�o, o trabalhador foi examinado, medicado e retirado da fazenda para ser encaminhado ao hospital, pois o aparente quadro de confus�o mental constatado poderia ser resultado de alt�ssimos n�veis glic�micos e da press�o.
�s autoridades, o fazendeiro alegou, ainda segundo o MTE, que o trabalhador havia chegado � fazenda vagando pelos campos e foi aproveitado para tratar inicialmente dos brejos junto aos porcos do terreno. Segundo ele, o empregado, com o tempo, tornou-se parte da fam�lia.