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Estado de Minas ACIDENTES

Por que a BR-381 � considerada a 'rodovia da morte'

Mortalidade no trecho que liga Jo�o Monlevade a Belo Horizonte � duas vezes maior do que o restante da estrada


14/03/2023 13:28 - atualizado 14/03/2023 15:54

Trânsito de carros e caminhões na rodovia
BR-381 � a estrada que mais mata em Minas Gerais (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
N�o h� registro de data espec�fica para que o trecho mineiro da BR-381, entre Jo�o Monlevade e Belo Horizonte, passasse a ser classificado como a "Rodovia da Morte". Atualmente, a mortalidade No trecho � cerca de duas vezes maior que nos demais segmentos da estrada.

O termo macabro ganhou popularidade a partir do crescente volume de acidentes com o aumento da frota na d�cada de 1990 e depois de um dos piores desastres mineiros, em fevereiro de 1996, quando um �nibus caiu da ponte sobre o Rio Engenho Velho, em Nova Uni�o, deixando 31 mortos e 16 feridos.

Com uma m�dia de um �bito em desastre de tr�nsito a cada 3,6 quil�metros, em 2022, a chance de se morrer no trecho entre Belo Horizonte e Jo�o Monlevade da BR-381 chegou a ser mais de duas vezes maior do que nos demais segmentos dessa rodovia em Minas Gerais, onde perderam a vida uma pessoa a cada 7,3 quil�metros em m�dia.

Trag�dias que se sucederam �s obras de melhorias, em 2015, com alargamentos e corre��es de curvas, e da duplica��o de 305 quil�metros, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, que come�ou em 2014 e n�o terminaram at� hoje.

Como um todo, a BR-381 � a estrada que mais mata em Minas Gerais, com 154 mortos entre as divisas mineiras com S�o Paulo (Fern�o Dias) e o Esp�rito Santo, em 2022. A segunda estrada mineira mais violenta de 2022 foi a BR-040, entre as divisas dos estados de Goi�s e do Rio de Janeiro, com 128 �bitos em acidentes, segundo a Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF).
Os 116 quil�metros da Rodovia da Morte BH a Jo�o Monlevade representam 12,2% do total de 950 quil�metros totais da estrada dentro de terras mineiras. Contudo, esse segmento sinuoso entre as bacias dos rios das Velhas e Doce, respondeu em 2022 por mais de um quinto das mortes (21%), com 32 dos 154 �bitos. A quantidade de feridos, 426 pessoas, foi o equivalente a 14,6% dos 2.919 totais e a quantidade de acidentes, 347, a 14,1% do somat�rio de 2.452 (Veja o quadro).

Os problemas da rodovia foram diagnosticados como de concep��o - ou de aproveitamento de trilha existente - de acordo com levantamento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), �rg�o respons�vel por gerenciar a rodovia federal. "A BR-381 foi constru�da para ligar a regi�o central e a regi�o leste do estado, com o intuito de facilitar o deslocamento e fomentar o crescimento industrial e econ�mico de Minas Gerais. O projeto original seguiu a rota utilizada por 'burros de carga' que realizavam o transporte entre Belo Horizonte e Jo�o Monlevade, passando, portanto, por vales e contornando montanhas", indicou o Dnit.
Segundo o �rg�o, o trajeto atual se aproxima de um caminho que seria feito caso o indiv�duo se deslocasse a p�. "Em fun��o disso, o tra�ado da rodovia � bastante sinuoso, contemplando somente no trecho entre Belo Horizonte e Jo�o Monlevade, de aproximadamente 100 quil�metros, mais de duzentas curvas, muitas delas em desacordo com as normas t�cnicas atualmente empregadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes".

Causas de acidentes

Em levantamento feito pelo departamento de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), algumas causas de acidentes foram identificadas antes que trechos das obras de duplica��o fossem entregues. "Entre as diversas causas dos acidentes, a geometria do tra�ado da rodovia � bastante relevante, tendo em vista a exist�ncia de muitas curvas acentuadas e o uso ao qual se destina a via. No referido trecho, a BR-381 caracteriza-se pelo fluxo intenso de ve�culos, notadamente caminh�es, uma vez que funciona como importante sistema de liga��o entre diversas f�bricas e usinas e centros consumidores, al�m de portos de exporta��o de mercadorias".

A voca��o do trecho para ligar atividades econ�micas e escoamento de produ��o intensificou o tr�fego pesado, segundo o estudo, de 2017. "O trecho conecta a Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) � regi�o do Vale do A�o, significativo p�lo produtivo do estado e do pa�s, com diversos jazimentos e ocorr�ncias minerais. Destacam-se as empresas ligadas � siderurgia e � explora��o de outros minerais importantes (mangan�s, ouro e pedras preciosas), podendo-se citar a ArcelorMittal Inox Brasil, a Usina Sider�rgica de Minas Gerais (Usiminas), a f�brica de cimento Cau�, al�m da Celulose Nipo Brasileira (Cenibra), sendo essa �ltima ligada ao cultivo do eucalipto na regi�o, e a Vale."
Para o doutor em engenharia com tese em mobilidade urbana que pertenceu ao departamento de Engenharia de Transportes do Cefet, Ant�nio Prata, a duplica��o da rodovia seria a �nica forma de reduzir as mortes. "Em quest�o de seguran�a, as rodovias duplicadas, com maior separa��o das vias opostas s�o muito mais efetivas, com mais espa�os para manobras de ultrapassagens e seguras", afirma. Apesar de ainda ser campe�o de mortes em Minas Gerais, os segmentos duplicados da BR-381 j� surtiram efeitos como a redu��o de mortes e de acidentes.

"A BR-381, com as duplica��es j� entregues entre Caet� e Jo�o Monlevade, tamb�m uma pequena por��o de Ant�nio Dias, est� conseguindo reduzir uma viagem de 6h30 at� Governador Valadares para 5h30. Ou seja, tamb�m est� impactando em 1 hora a menos de viagem", observa o especialista.


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