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Estado de Minas F� E CURAS

Tesouros da fonte aos por�es: os segredos da centen�ria Par�quia de Lourdes

Buscada por devotos da padroeira tida como protetora dos doentes, com �guas consideradas aben�oadas e rico acervo no subsolo, par�quia de BH festeja 100 anos


18/03/2023 04:00 - atualizado 18/03/2023 07:27

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Beatriz Rodrigues de Oliveira Ara�jo com o marido, Jos� Lino de Ara�jo, e as fotos do casamento na bas�lica: "Fazemos parte dessa hist�ria" (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS)
No �lbum da cerim�nia religiosa do casamento, guardado com o maior carinho, os noivos s�o o retrato da felicidade. L� se v�o quase 47 anos desde o “sim” no altar da Bas�lica Nossa Senhora de Lourdes, em Belo Horizonte, templo neog�tico que completa amanh� (19/3), seu centen�rio como par�quia.

“Fazemos parte desta hist�ria. Escolhemos a igreja porque sempre a frequentamos, principalmente nas missas de domingo”, conta Jos� Lino de Ara�jo, ao lado da esposa Beatriz Rodrigues de Oliveira Ara�jo, ambos aposentados do Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG).

Ao se lembrar da ocasi�o, o casal, que mora no Bairro Santo Ant�nio, Regi�o Centro-Sul de BH, volta no tempo pelas asas da emo��o, mais exatamente a 10 de julho de 1976, dia da cerim�nia. “� uma igreja muito bonita. Conhec�amos os padres, um deles era amigo da Beatriz, e assim fomos convidados para nos casar na bas�lica”, conta Jos� Lino, advogado de 84 anos, natural de Luz, no Centro-Oeste de Minas.
 
A belo-horizontina Beatriz, de 76, brinca com a passagem do tempo: “Parece que foi ontem... O padre Moacir Matias Marques celebrou nosso casamento. Minha m�e n�o se casou l�, mas, quando solteira, foi Filha de Maria”, afirma, em refer�ncia a um movimento da Igreja Cat�lica. Desde a uni�o, as fotos do �lbum do casal “se multiplicaram” e ganharam cores com a chegada dos tr�s filhos – Juliana, Fab�ola e Leandro – e de tr�s netos – os irm�os Miguel e Gabriel, esse de apenas um m�s, e Daniel.

Para celebrar um s�culo de atividades, �s quais Jos� Lino e Beatriz estar�o presentes, este domingo ser� de festa na Bas�lica de Lourdes (Rua da Bahia, 1.596, Bairro de Lourdes, Regi�o Centro-Sul), com missas �s 7h30, 9h, 10h30 e 12h, al�m da celebra��o solene, �s 18h, presidida pelo arcebispo metropolitano dom Walmor Oliveira de Azevedo.
 
� frente dos festejos est� o reitor da bas�lica, padre Ozanilton Batista de Abreu, que, na companhia dos sacerdotes Gede�o Maia e Rodrigo Souza, receber� o superior provincial da Congrega��o dos Mission�rios Claretianos, Marcos Aur�lio Loro – os claretianos s�o respons�veis pela administra��o da igreja. Na programa��o, est� o almo�o servi�o a partir das 11h30, com paella mineira a cargo do chefe de cozinha Christiano Rocco. O convite custa R$ 30.

Santu�rio


Dom Walmor considera a bas�lica um “o�sis no cora��o da metr�pole”. Segundo ele, o templo merece aten��o especial pelas linhas arquitet�nicas imponentes, pela belezas da arte sacra e pelo profundo v�nculo com o santu�rio dedicado a Nossa Senhora de Lourdes na cidade de Lourdes, Fran�a, onde Maria teria aparecido � jovem Bernadette Soubirous, em 1858. “L� e aqui, no local onde est�o o santu�rio e a igreja, fontes vertem �gua cristalina que atrai peregrinos. Muitos em busca da cura para suas enfermidades. Na devo��o popular, Nossa Senhora de Lourdes protege os doentes, uma convic��o enraizada no cora��o do povo pobre e simples, preferido de Jesus”, afirma o arcebispo de BH e presidente da Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
 
Nascida em 1942 no dia da natividade de Nossa Senhora, em 8 de setembro, Maria da Natividade Moreira, moradora do Bairro Jardim Leblon, na Regi�o de Venda Nova, j� alcan�ou muitas gra�as com a devo��o em Nossa Senhora de Lourdes e tem f� na �gua que brota da fonte. “Sou grata, pois Maria � nossa luz”, declara-se a senhora de 80 anos.
 
Ao lado, padre Ozanilton informa que, depois do altar, a fonte � o local mais visitado da igreja, por onde passam por m�s entre 15 mil e 16 mil pessoas. “Chegam peregrinos de v�rios cantos. Recentemente, tivemos grupos de Alagoas e do Rio de Janeiro. H� registro de muitas b�n��os e gra�as alcan�adas”, orgulha-se o reitor. A par�quia estuda a instala��o da Sala das Promessas, para reunir relatos de s�plicas de devotos atendidas.

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A beleza arquitet�nica � apenas um dos motivos para a prefer�ncia de in�meros casais (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS)

Refer�ncia para noivas

Ao falar sobre a Bas�lica Nossa Senhora de Lourdes e sua padroeira, os olhos da professora Maria do Carmo Duarte Campos brilham de alegria. “Trata-se de um espa�o sagrado que transmite muita tranquilidade. Venho sempre, e agora estou no coral.” Enquanto acende uma vela e faz suas ora��es, o advogado e contador Bruno Falc�o conta que v� a bas�lica como uma refer�ncia de BH e ressalta a boa energia que o templo emana.

Satisfeito com a participa��o e colabora��o de devotos como eles e milhares de outros na vida da igreja, padre Ozanilton adianta que, para comemorar o centen�rio, ser�o colocados na nave dois objetos lit�rgicos presentes em todas as bas�licas do mundo: a umbela, pavilh�o nas cores ouro e p�rpura com o bras�o do Vaticano, e o tintin�bulo, tipo de campan�rio (com sinos) em tamanho pequeno. A programa��o ter� ainda homenagens aos fi�is e � mem�ria dos pioneiros.

Eleva��o


A Igreja Nossa Senhora de Lourdes foi reconhecida como bas�lica em 1958, pelo papa Pio XII, (1876-1958), quando dom Ant�nio dos Santos Cabral (1884-1967) era arcebispo de Belo Horizonte. No territ�rio da Arquidiocese de BH, h� mais tr�s: Cura D’Ars, no Bairro Prado, Regi�o Oeste da capital, e as duas no alto da Serra da Piedade, em Caet�, na regi�o metropolitana, sendo a ermida do s�culo 18 a menor bas�lica do mundo.
 
Lembrando que a bas�lica � a preferida para casamentos, padre Ozanilton revela que no templo foram celebradas no ano passado 197 cerim�nias, com n�mero expressivo tamb�m de batizados. Aos interessados, avisa que a agenda de matrim�nios est� aberta para 2024.
 
Nas conversas com noivos e noivas, os sacerdotes podem entender um pouco da prefer�ncia. “Em primeiro lugar, est� no cora��o da cidade. As pessoas relatam que esta � uma igreja singela, com a import�ncia de ter, como padroeira Nossa Senhora de Lourdes. Existe tamb�m, em muitas fam�lias, a tradi��o de realizar as cerim�nias neste templo, a exemplo do batizado de crian�as de sucessivas gera��es. Al�m disso, o templo apresenta uma bela arquitetura, com as fachadas nas cores azul e creme”, explica padre Ozanilton.
 
Como destaques no interior da bas�lica, as imagens da padroeira, no altar e na gruta, vindas da Fran�a em 1900, e o �rg�o musical de tubos. A ilumina��o c�nica externa est� nos planos da par�quia, que mant�m aberto um “livro de ouro” para doa��es.
 
Padre Ozanilton chama a aten��o para as obras sociais desenvolvidas pela par�quia, com assist�ncia a 110 fam�lias no Aglomerado da Serra, tamb�m na Regi�o Centro-Sul da capital, e a��o junto � popula��o em situa��o de rua, com reintegra��o �s fam�lias com ajuda de volunt�rios – m�dicos, advogados e psic�logos.
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Recria��o de gruta abriga uma das imagens da padroeira vindas da Fran�a em 1900 (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS)

Subsolo abriga tesouro

A Bas�lica de Lourdes apresenta muitas surpresas aos visitantes. No por�o, h� um memorial com um pres�pio montado permanentemente, acervo com os projetos arquitet�nicos originais, conjunto de ostens�rios ou cust�dias, pe�a usada nas missas para exposi��o solene da h�stia consagrada, uma delas no formato neog�tico do templo, ao lado de imagens e outros objetos de f�.
 
A constru��o abriga tamb�m o columb�rio (�nico de BH), local onde s�o guardadas cinzas de pessoas cremadas ap�s o falecimento. A crema��o � permitida pela Igreja Cat�lica desde 1963.
 
HIST�RIA Uma viagem no tempo permite contar a hist�ria da igreja Nossa Senhora de Lourdes. Embora declarada bas�lica pelo papa Pio XII em 16 de maio de 1958, suas origens remontam ao fim do s�culo 19 – no terreno onde hoje est� o templo neog�tico, havia uma capelinha na qual se venerava Nossa Senhora de Lourdes.
 
Para alegria dos cat�licos, em 24 de junho de 1900 chegava de Paris uma imagem da santa – a mesma que est� na gruta constru�da com pedras de min�rio e recria um ambiente no qual, em 1858, por 18 vezes, a Virgem Maria teria aparecido para jovem Bernadete Soubirous, na Fran�a.
 
De acordo com o livro “Bas�lica de Lourdes” (editado pela par�quia), em 12 de julho de 1911 o arcebispo de Mariana, dom Silv�rio Gomes Pimenta, concedeu aos mission�rios claretianos o uso perp�tuo da capela – at� ent�o, a capital mineira estava vinculada � Diocese de Mariana.
 
No m�s seguinte, chegavam � cidade os primeiros mission�rios, entre eles o padre Sebasti�o Pujol, que seria nomeado em 1923 o primeiro vig�rio da par�quia. Com o firme prop�sito de construir uma igreja, o grupo trabalhou duro at� que a pedra fundamental fosse aben�oada, em 3 de maio de 1916.

Passos da devo��o

» 1900 – Em 24 de junho, a imagem de Nossa Senhora de Lourdes, hoje na gruta interna da bas�lica, vem de Paris para Belo Horizonte.

» 1916 – Em 30 de mar�o, b�n��o da pedra fundamental da Igreja de Lourdes pelo primeiro bispo de BH, dom Ant�nio dos Santos Cabral (1884-1967).

» 1923 – Em 19 de mar�o, dom Cabral assina o documento de cria��o da Par�quia de Nossa Senhora de Lourdes.

» 1923 – Em 13 de maio, toma posse o primeiro p�roco da Igreja de Lourdes, padre Sebasti�o Pujol.
» 1923 – Em 14 de outubro, inaugura��o solene da Igreja de Lourdes.

» 1925 – Em 11 de fevereiro, inaugura��o da gruta com a imagem francesa da padroeira.

» 1958 – Em 1º de novembro, prociss�o na Pra�a da Liberdade para comemorar a eleva��o da Igreja de Lourdes a bas�lica.

» 1992 – Em 8 de dezembro, celebra��o festiva do t�rmino da restaura��o da igreja.

» 2023 – Em 19 de mar�o, celebra��o do centen�rio da cria��o da Par�quia de Nossa Senhora de Lourdes.



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