
O que dizem os dados da PJF?
Entre 2017 e 2021 foram 1.510 casos de viol�ncia provocados por terceiros notificados pela prefeitura. Destes, 1.159 tiveram mulheres como v�timas;
O percentual de casos � de 76,8% do total.
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Para a advogada Camila Rufato Duarte, especialista em Direito da Mulher e uma das fundadoras do projeto Direito Dela, os dados mostram a dificuldade de conseguir erradicar a viol�ncia contra a mulher.
“A sociedade nos nega a humanidade, nos silencia e justifica as agress�es �s mulheres. Muitas vezes somos questionadas: ‘O que ela fez?’ A agress�o ao corpo da mulher � tolerado. O comportamento hostil dos homens � tolerado, � justificado por ele ter bebido, estava nervoso e outros tipos de comportamento”, explicou a advogada.
Perfil dos agressores, segundo a PJF, em ordem de casos
Amigo/Conhecido;
Desconhecido
C�njuge e ex-c�njuge;
Outro familiar;
Namorado e ex-namorado;
Pai;
Padrasto;
M�e.
“[esses n�meros] Acredito que tenha rela��o com essa natureza patriarcal, que nos coloca como seres subservientes, que temos que ser silenciosas, que n�o denuncia e n�o identifica essas viol�ncias e faz com que sejam perpetradas em ciclos de viol�ncias”, ressaltou Camila.
Falta integra��o dos �rg�os
A partir dos dados consolidados e divulgados pela Prefeitura de Juiz de Fora no 1º Boletim de Vigil�ncia das Viol�ncias, houve um F�rum que reuniu diversos �rg�os que trabalham pelo fim da viol�ncia contra a mulher.
Nesta conversa, ficou identificado que falta uma integra��o maior entre as for�as de seguran�a p�blica para erradicar a viol�ncia contra mulher.
“A gente precisa trabalhar a visibilidade desse problema de forma interinstitucional”, afirmou a ju�za da Vara de Viol�ncia Dom�stica e Familiar Contra a Mulher, Maria Cristina Trulio.
Para Camila Rufato Duarte, a chave para essa integra��o passa pela comunica��o entre os �rg�os.
“O que falta �, de fato, � integrar os �rg�os, colocar todo mundo numa mesma mesa, conect�-los e criar uma rede de comunica��o. Esses �rg�os est�o fazendo as mesmas coisas, um trabalho que n�o est� sendo executado de forma devida, justamente porque n�o h� comunica��o entre os �rg�os”, ressaltou a advogada.
“A gente tem boas pol�ticas p�blicas, excelentes leis. A quest�o � a efetiva��o, pois muitas vezes n�o existe recurso estatal direcionado para que essas pol�ticas p�blicas sejam efetivas, que tenha aparato policial e judicial, e at� mesmo um treinamento que n�o revitimize as mulheres. Teoricamente tem muitos fatores para efetivar a prote��o �s mulheres, mas na pr�tica n�o s�o efetivados por falta de investimento e treinamento estatal”, finalizou.
