
"A acusa��o vem com mentira e meias verdades. Para mim, isso s� demonstra desespero", criva o advogado de defesa Pedro Henrique Pinto Saraiva, no �ltimo dia de julgamento do promotor, Andr� Lu�s Garcia de Pinho. Ele � acusado de matar a esposa Lorenza de Pinho, em abril de 2021, em Belo Horizonte.
A defesa de Andr� acusa o Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) de espetacularizar o caso e divulgar informa��es falsas, como a inexist�ncia de sangue no corpo da v�tima. "Os m�dicos n�o falam um "A" sobre isso. N�o tem nada sobre essa falta de sangue no processo. No entanto, h� in�meras declara��es na imprensa sobre isso", afirma Saraiva.
Segundo ele, o laudo de per�cia da morte � inconclusivo. O advogado aponta que a v�tima era dependente de �pioides e estava lutando contra depend�ncia qu�mica. A defesa sustenta que, al�m da suposi��o de asfixia, o documento tamb�m indica a possibilidade de morte por abuso de �lcool e altas dosagens de subst�ncias qu�micas, encontradas no corpo da v�tima.
Durante a sess�o, a defesa apresentou v�deos das oitivas do julgamento e destrinchou os depoimentos de peritos do MPMG, e da equipe m�dica que atendeu Lorenza no dia da morte. "A investiga��o n�o � s�ria. O laudo n�o � s�rio. Os pr�prios peritos deixam claro que eles n�o sabem o que aconteceu e n�o fizeram quest�o de apurar", afirma o advogado.
A defesa tamb�m apresentou depoimentos em v�deo de familiares e amigos de Lorenza, que afirmam que a rela��o do casal era 'apaixonada' e de companheirismo. O advogado ainda questiona o fato de acusa��o n�o responder �s perguntas da defesa. "Pe�o justi�a pelos filhos do Andr�", disse Saraiva em seu discurso.
Desde que o caso se tornou p�blico, os filhos da v�tima rejeitam a tese de que Lorenza tenha sido v�tima de feminic�dio. Eles acompanham o julgamento do pai na manh� desta quarta-feira (29/3).
Foro privilegiado
Nesta manh�, defesa e acusa��o ter�o 1 hora e meia para apresentar suas raz�es e refer�ncias jur�dicas para condena��o ou n�o do acusado.
Por ser membro do Minist�rio P�blico, Andr� Lu�s Garcia de Pinho tem foro privilegiado. Assim, o julgamento � feito por desembargadores que comp�em o �rg�o Especial do Tribunal de Justi�a de Minas Gerais e n�o pelo Tribunal do J�ri. O colegiado � formado por 13 desembargadores mais antigos do TJMG e mais 12 desembargadores eleitos.
O caso ser� julgado por 20 desembargadores do �rg�o Especial, que apresentam seu voto ap�s parecer do relator do processo no TJMG, desembargador Wanderley Paiva. A expectativa � que o julgamento siga at� por volta das 0h.
O crime
Lorenza foi morta na madrugada do dia 2 de abril de 2021, no apartamento onde morava com Andr� Lu�s, no Bairro Buritis, na Regi�o Oeste de Belo Horizonte. O casal teve cinco filhos.
O homem, seu marido, foi denunciado por feminic�dio qualificado por motivo torpe, asfixia e recurso que dificultou a defesa da v�tima. Segundo o Instituto M�dico Legal Andr� Roquette (IML), o laudo aponta que Lorenza foi envenenada. O corpo dela tamb�m apresentava les�es provocadas por estrangulamento.
Andr� Lu�s Garcia Pinho alegou na �poca que a esposa tinha se engasgado enquanto dormia ap�s tomar rem�dios e ingerir bebida alco�lica, vers�o confirmada em um atestado de �bito emitidos por dois m�dicos, que tamb�m est�o sendo indiciados, j� que uma per�cia feita pelo IML apontou que a causa da morte foi intoxica��o e enforcamento.
O suspeito est� preso no Batalh�o do Corpo de Bombeiros (CBMMG), na Regi�o da Pampulha, desde mar�o de 2021.
