Moradores de Igarap� pedem justi�a para empres�rio morto em batida de moto

Vin�cius Alves Fonseca, de 28 anos, era muito conhecido em Igarap�, munic�pio de 44 mil habitantes na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Administrador de uma loja de materiais de constru��o da fam�lia na principal avenida da cidade, o rapaz estava perto de completar sete anos de relacionamento com a namorada, Patr�cia, com quem fazia planos de se casar e adquirir um terreno para a edifica��o da pr�pria resid�ncia. Nos fins de semana, reunia-se com amigos para uma de suas grandes paix�es: andar de moto de trilha. Os sonhos, contudo, foram interrompidos de maneira tr�gica.

Foi justamente sobre duas rodas que Vin�cius teve a sua vida ceifada. Na noite de 31 de mar�o (sexta-feira), por volta de 23h55, o jovem trafegava pela Rua Lagoa Dourada, no bairro Tr�s Poderes, em Igarap�, quando um Fiat Palio de cor preta, placa HKF-1212, avan�ou a parada obrigat�ria em alta velocidade, colidiu fortemente com a motocicleta e arremessou a v�tima, que morreu a caminho da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O motorista do carro fugiu do local e est� foragido. Conforme testemunhas, ele teria ingerido bebida alco�lica antes de provocar o acidente.

A morte de Vin�cius gerou como��o em Igarap�. Centenas de pessoas compareceram ao funeral, no Vel�rio Municipal, para prestar solidariedade a familiares e amigos. O cortejo at� o cemit�rio, no outro lado da rua, contou com parceiros de trilha, que aceleram as motocicletas em homenagem a “Rosinha”, como era apelidado o rapaz por causa do tom de sua pele.

Em entrevista ao Estado de Minas, Allef Bernardes, de 29 anos, falou da amizade com Vin�cius constru�da desde a inf�ncia, a ponto de ele ter convidado o empres�rio para ser padrinho de batismo do filho. “Um rapaz muito conhecido na cidade pelos trilheiros, pelo pessoal que andava de moto. Era um cara muito fascinado com trilha e a Pedra Grande (conjunto natural situado na Serra do Itatiaiu�u)”.

Allef trabalhou na loja da fam�lia de Vin�cius e contou como era a rotina do amigo. “Ele pegava servi�o todos os dias �s 7h e em muitas vezes sa�a da loja �s 23h. J� fiquei com ele nesse hor�rio v�rias vezes. Um rapaz querido por todo mundo, pelos clientes da loja, por amigos e familiares. Ele prezava pelo bem e a honestidade, n�o aceitava ningu�m ser passado para tr�s. Era o justo pelo justo. Usava muito a frase: ‘certo � certo, n�, pai?’”.

Pedido de justi�a

Comovidos com a morte de Vin�cius, moradores de Igarap� v�m se manifestando via redes sociais pedindo para que o caso seja solucionado e o suspeito de provocar o acidente responda judicialmente.

“Nada nesse mundo trar� a vida do nosso amigo Vin�cius de volta. Esperamos que a Justi�a seja justa e o autor que provocou o acidente em Igarap� em 31/3 seja responsabilidade pelos fatos”.

De acordo com testemunhas, o motorista do Palio, embora n�o mantivesse qualquer v�nculo de amizade com a v�tima, tamb�m � conhecido em Igarap�. Ele, inclusive, teria se envolvido em ocorr�ncias anteriores de tr�nsito sob efeito de �lcool.

“Acreditamos que ele (motorista) n�o queria fazer isso, mas assumiu o risco ao dirigir alcoolizado. Por isso, queremos que seja feita Justi�a pelo erro que ele cometeu. Vamos correr atr�s e lutar por isso”, pontuou Allef.

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O artigo 302 do C�digo Brasileiro de Tr�nsito - “praticar homic�dio culposo na dire��o de ve�culo automotor” - prev� “deten��o, de dois a quatro anos, e suspens�o ou proibi��o de se obter a permiss�o ou a habilita��o para dirigir ve�culo automotor”.

A pena pode ser aumentada em um ter�o se o causador “deixar de prestar socorro, quando poss�vel faz�-lo sem risco pessoal, � v�tima do acidente”.

Ainda segundo o CTB, “se o agente conduz ve�culo automotor sob a influ�ncia de �lcool ou de qualquer outra subst�ncia psicoativa que determine depend�ncia”, est� sujeito � “reclus�o de cinco a oito anos e suspens�o ou proibi��o do direito de se obter a permiss�o ou a habilita��o para dirigir ve�culo automotor”.

Em hip�tese de dolo eventual, o suspeito passa a responder no artigo 121 do C�digo Penal (matar algu�m), cuja puni��o varia de seis a 20 anos de reclus�o.

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