Na Igreja S�o Francisco, no Centro Hist�rico de Sabar�, a cerim�nia do Santo Sepulcro contou com a presen�a de muitos moradores e visitantes (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
A tricenten�ria Sabar�, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, revive, nesta quinta-feira (6), o in�cio do tr�duo pascal, um momento muito emocionante da Paix�o de Cristo. �s 15h, na Igreja S�o Francisco, no Centro Hist�rico, come�ou a cerim�nia do Santo Sepulcro, com a presen�a de muitos moradores e visitantes. O ritual remonta ao s�culo 19 e � considerado �nico no pa�s, pois retrata a morte de Jesus na quinta-feira – na v�spera, portanto, da sexta-feira da Paix�o, quando os cat�licos relembram a crucifica��o e acompanham a Prociss�o do Enterro.
"A abertura do Santo Sepulcro faz parte da devo��o popular, a exemplo de outras celebra��es existentes na Semana Santa. N�o devemos pensar apenas na quest�o cronol�gica", explica o padre Rafael Garcia, vig�rio paroquial da Par�quia Nossa Senhora do Ros�rio, � qual est� vinculada a Igreja S�o Francisco, onde ocorrem as celebra��es religiosas em Sabar�. Ele lembra que, antes do sepultamento de Jesus, foi feita a abertura numa rocha, e o ritual pode remeter a esse momento da hist�ria sagrada.
'A abertura do Santo Sepulcro faz parte da devo��o popular", destaca o padre Rafael Garcia, vig�rio paroquial da Par�quia Nossa Senhora do Ros�rio, ao lado do pesquisador da historia de Sabar�, Jos� Bouzas (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Pesquisador da hist�ria de Sabar�, Jos� Bouzas, residente no Centro Hist�rico, contou que a abertura come�ou no s�culo 19. "H� muitas vers�es para esse fato, mas nada de concreto. O certo � que nasceu da devo��o popular em Sabar�".
Um costume se mant�m neste dia: a troca de moedas. Num prato aos p�s do esquife do Senhor Morto, o fiel deixa uma pratinha e pega outra. "A gente passa na m�o de Jesus e pede que n�o nos falte nada durante o ano, principalmente o alimento", disse a ministra da Eucaristia, Ant�nia Terezinha Lima dos Santos.
Vig�lia
Logo depois do ritual, teve in�cio a vig�lia, que ir� at� a encena��o (18h) da Paix�o de Cristo e da prociss�o, amanh�, Sexta-feira da Paix�o (7). No altar, ficam 12 homens, seis de cada lado, com coletes roxos, que se revezam de hora em hora.
Promessa
Luana Fernanda Dantas, t�cnica de enfermagem, levou o filho de apenas um m�s, Jo�o Lucas, para ficar bem perto de Jesus: 'Vim pagar uma promessa. Meu filho � um milagre' (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
De fam�lia muito cat�lica, Luana Fernanda Dantas, t�cnica de enfermagem, levou o filho de apenas um m�s, Jo�o Lucas, para ficar bem perto de Jesus. "Vim pagar uma promessa. Meu filho � um milagre", confessou Luana, com alegria. Ela soube que estava gr�vida pouco antes de o beb� nascer. "Tive menstrua��o normal, n�o tive enjoos nem passei mal. Joguei v�lei, carreguei peso, sem qualquer sintoma. O parto foi normal induzido, um milagre mesmo", relatou a m�e-solo, ajoelhada diante da imagem barroca.
A aposentada Arlene Gabriela Valadares Neves disse que a abertura do sepulcro na quinta- feira � um costume muito antigo, "de f� e tradi��o". Ao lado, Vanilde Aparecida Aristeu, de 64 anos, lembrou que vai � cerim�nia h� seis d�cadas. "Passa de gera��o em gera��o e fortalece nossa f�."
Vers�o
Uma das explica��es para o fato t�o inusitado � que, nos tempos coloniais, a antiga vila tinha muitos escravos. Diz a hist�ria que eles trabalhavam na Sexta-feira Santa para tirar leite e, portanto, preferiam iniciar a vig�lia e fazer a abertura do sepulcro na v�spera.
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