
“Ele sa�a cedo de casa todos os dias e ia para l�, mas sempre entre 22h e 23h j� estava em casa. Meu filho n�o � de sair para festas ou virar a noite na rua. Dois garotos vieram aqui no dia seguinte procur�-lo, e um deles disse que a pol�cia chegou ao bairro [na noite do dia 14 de fevereiro] em um Celta branco dando tiro para o alto, e meu filho se assustou e correu em dire��o ao Rio Paraibuna”, conta.
Nesse sentido, segundo consta no boletim de ocorr�ncia feito no dia seguinte ao desaparecimento, a m�e relatou ainda que, conforme esse jovem, “tr�s indiv�duos” estavam dentro do ve�culo de passeio quando chegaram ao bairro Vila Ideal.
Sindic�ncia em curso
Tamb�m em entrevista ao Estado de Minas, o promotor Helvio Sim�es Vidal, da 5ª Promotoria de Justi�a de Juiz de Fora, informa que est� averiguando o caso – que ele atribui ser “grav�ssimo”. O fato do adolescente ter desaparecido – no mesmo dia, local e hor�rio em que a PM cumpria dilig�ncias – chamou a aten��o do promotor, que foi procurado pela m�e em seu gabinete pedindo ajuda.
“S�o cinco policiais mencionados em um Reds [Registro de Eventos de Defesa Social] interno [da Pol�cia Militar]. Um deles teria feito um disparo contra o menor, mas n�o sabemos se atingiu Jonathan. Eles est�o sendo ouvidos pelo N�cleo de Justi�a e Disciplina (NJD) no 2º Batalh�o de Pol�cia Militar ao qual est�o vinculados. Trata-se de uma sindic�ncia em car�ter sigiloso para apurar as circunst�ncias da a��o policial”, explica o promotor.
Com o t�rmino do procedimento administrativo, o caso deve ser encaminhado � 5ª Promotoria de Justi�a para aprecia��o. O promotor tamb�m pontua que as buscas pelo jovem j� foram encerradas pelo Corpo de Bombeiros.
Entre a dor e a esperan�a de achar Jonathan
Para dar vas�o � dor da aus�ncia e � falta de respostas, Monique diz que tem dividido seu tempo entre o trabalho aut�nomo com banho e tosa em c�es e a esperan�a de ainda encontrar o filho vivo. “Choro muito e todo dia. �s vezes, chego a ficar tr�mula e com uma sensa��o de mal-estar. � at� dif�cil explicar. Agora est� passando um pouco, mas os primeiros dias foram os piores, pois n�o conseguia dormir”, revela.
O que diz o registro da PM
No Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) simplificado ao qual a reportagem teve acesso, a PM alega que na noite do dia 14 de fevereiro, no bairro Vila Ideal, um “indiv�duo suspeito” saiu correndo ao perceber a presen�a de viaturas policiais. Tr�s militares desembarcaram e iniciaram a persegui��o, que, segundo consta no documento, foi gravada. Segundo a pol�cia, ele entrou no Rio Paraibuna e se recusou a sair, sendo acompanhado pelos policiais junto � margem. No entanto, o rapaz foi “perdido de vista”.
A m�e, por�m, contesta a vers�o da PM. “Meu filho n�o sabe nem nadar. Como que perderam ele dentro do rio? N�o tenho como acusar, mas eu tenho medo de que a pol�cia tenha feito alguma covardia com ele.”
Procurada pelo Estado de Minas, a assessoria da Pol�cia Militar em Juiz de Fora n�o havia se pronunciado at� o fechamento desta reportagem.
J� a Pol�cia Civil de Minas Gerais (PCMG) confirma em breve nota que o desaparecimento foi registrado em 15 de fevereiro. “Um procedimento investigativo est� em tramita��o com todas as dilig�ncias poss�veis para sua localiza��o. Quem tiver informa��es pode ligar para 0800 2828 197”, pontua a institui��o policial, sem dar detalhes.