Na chamada, foi perguntado se ela liberaria o entregador levar a lembran�a at� a sua casa, um apartamento em Nova Lima, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. A m�dica, ent�o, permitiu o envio do presente. "Chegou um rapaz, um jovem, menos de 18 anos, com uma caixa do Botic�rio e uma sacola tamb�m do Botic�rio. E disse que teria que pagar R$ 7,90 pela taxa de entrega", contou.
A m�dica resolveu pagar essa taxa de entrega em dinheiro, mas foi contestada pelo criminoso que se passava por entregador, dizendo que a empresa n�o recebia os valores em dinheiro e o pagamento deveria ser feito somente com o cart�o. A m�dica buscou um cart�o para passar na m�quina, no entanto, a transa��o n�o era efetivada.
O 'entregador' questionou se ela n�o teria outro cart�o para passar o pagamento. Ent�o, a profissional da sa�de pegou outro cart�o e fez o mesmo procedimento e, novamente, n�o sendo efetivada a transa��o. "Inseri o cart�o, coloquei a senha e enquanto isso ele estava com uma outra m�quina e um celular nas duas m�os. Passei o cart�o e a bolinha [�cone de processamento de pagamento na m�quina] ficou rodando, rodando", ressaltou.
Diante dessa situa��o, a m�dica conta que o criminoso resolveu ir at� � loja para pegar uma outra m�quina, pois, segundo ele, o dispositivo estaria com defeito. "E [o criminoso] foi embora. Deixou l� o tal do presente. Quando abri a caixa, era um xampu sem nenhum cart�o [de presente], nada. Aquilo me alertou na hora e falei: 'Gente, tem alguma coisa errada!'", disse.
Quando S�nia consultou os extratos banc�rios, o criminoso havia feito compras, � vista, nos dois cart�es. No cart�o da Caixa Econ�mica Federal, o golpista tentou realizar sete transa��es no total, mas somente duas foram aprovadas, que, somadas, representam o montante de R$ 38 mil. J� no cart�o do Banco do Brasil, o criminoso havia feito uma compra no valor de R$ 20 mil e, segundo a v�tima, o cart�o n�o estava em sua resid�ncia, tendo sido levado pelo bandido.
A m�dica, imediatamente, buscou formas para cancelar os cart�es e foi � Pol�cia para registrar Boletim de Ocorr�ncia. "Atualmente, o Banco do Brasil est� negando a minha contesta��o de R$ 20 mil e a Caixa Econ�mica ainda est� em an�lise", afirmou.
Ela ressalta que em momento nenhum passou a senha para o 'entregador' e suspeita que, como os cart�es passaram nas m�quinas, eles teriam sido clonados, permitindo ao criminoso efetuar esses pagamentos.
A reportagem do Estado de Minas entrou em contato com as assessorias de imprensa da Caixa Econ�mica Federal e do Banco do Brasil para os devidos posicionamentos. A Caixa emitiu a seguinte nota:
Ela ressalta que em momento nenhum passou a senha para o 'entregador' e suspeita que, como os cart�es passaram nas m�quinas, eles teriam sido clonados, permitindo ao criminoso efetuar esses pagamentos.
A reportagem do Estado de Minas entrou em contato com as assessorias de imprensa da Caixa Econ�mica Federal e do Banco do Brasil para os devidos posicionamentos. A Caixa emitiu a seguinte nota:
"A CAIXA informa que atua em conjunto com os �rg�os de seguran�a p�blica nas investiga��es e opera��es que combatem fraudes e golpes, sendo as informa��es de suspeitas consideradas sigilosas, com repasse exclusivamente � Pol�cia Federal e demais �rg�os competentes, para an�lise e investiga��o. Em rela��o ao caso apresentado, esclarecemos que se trata de sigilo banc�rio e as informa��es s�o repassadas somente � cliente."
O Banco do Brasil n�o respondeu.
O Banco do Brasil n�o respondeu.
Outro caso, mesmo golpe
Outra que caiu no mesmo golpe foi a professora aposentada F.O. de 69 anos. No dia do seu anivers�rio, no final de abril, ela foi chamada � portaria do edif�cio onde mora, no Bairro Graja�, para receber uma encomenda, "um brinde das Lojas Americanas" pela passagem da data. O homem que entregou o pacote com uma caneca disse que seria preciso pagar R$ 6 pelo seu deslocamento, mas que n�o poderia ser em dinheiro, s� em cart�o.
Sem desconfiar de nada, F.O. passou o cart�o de cr�dito na maquininha e conferiu o valor pago. S� ao voltar para sua casa come�ou a pensar que poderia se tratar de um golpe, afinal n�o costumava fazer compras nas Americanas. Imediatamente, ela correu at� a sua ag�ncia banc�ria para tirar a d�vida. L� foi informada pela gerente que foi feita uma compra no seu cart�o no valor de R$ 2.600.
"Foi tudo muito r�pido. Em 20 minutos o bandido clonou o cart�o, foi a uma loja e fez uma compra em duas parcelas", contou a v�tima. Segundo ela, a gerente a tranquilizou e disse que a situa��o ser� resolvida. F.O agora espera a chegada da fatura do cart�o na pr�xima semana para saber se ter� algum preju�zo.