Sa�de e transporte p�blico est�o no topo dos problemas de BH
Levantamento realizado pelo Instituto Opus mostra que as maiores queixas da popula��o s�o em rela��o ao atendimento na sa�de e ao servi�o de �nibus e pelo metr�
Apesar das muitas reclama��es dos passageiros em rela��o � qualidade dos servi�os de transporte: superlota��o, atrasos, descumprimento do ponto de embarque e sucateamentos dos ve�culos, a passagem foi aumentada de R$ 4,50 para R$ 6 (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Os servi�os de sa�de e de transporte p�blico s�o os principais problemas enfrentados pela popula��o de Belo Horizonte. Segundo pesquisa de opini�o realizada pelo Instituto Opus (opuspesquisa.com) e divulgada com exclusividade pelo Estado de Minas, 26% dos entrevistados disseram que a sa�de � o maior problema da cidade, seguido pelo transporte p�blico (�nibus/metr�), com 23%. Outros 4% apontaram que defeitos no asfalto e na pavimenta��o da capital s�o a grande quest�o a ser solucionada, enquanto 2% disseram que o tr�nsito � a principal mazela de BH. Somando todas as respostas, quase 30% dos entrevistados apontaram que se locomover na capital mineira � o principal motivo de dor de cabe�a.
Os resultados do levantamento, feito com 400 pessoas entre 6 e 8 de maio, evidenciam dois problemas cr�nicos da capital mineira. No caso do transporte, a popula��o vem assistindo nas �ltimas semanas a uma verdadeira novela envolvendo a prefeitura, a C�mara Municipal e as empresas de �nibus. Apesar das muitas reclama��es dos passageiros em rela��o � qualidade dos servi�os de transporte – superlota��o, atrasos, descumprimento do ponto de embarque e sucateamentos dos ve�culos –, a passagem foi aumentada de R$ 4,50 para R$ 6 em abril. Ap�s uma longa negocia��o, foi feito um acordo entre PBH e C�mara para pagamento de um subs�dio de mais de R$ 500 milh�es �s empresas de �nibus, o que tornaria poss�vel a volta da passagem ao valor de R$ 4,50, mas isso s� a partir de julho.
A crise no transporte p�blico chegou a tal ponto que a C�mara aprovou, de forma un�nime, no in�cio de maio, o Projeto de Lei (PL) 332/2022, que permite que a prefeitura assuma a responsabilidade da gest�o dos �nibus da cidade, caso as empresas descumpram o contrato com o executivo municipal e continuem oferecendo servi�o de baixa qualidade.
A pesquisa do Instituto Opus procurou saber a avalia��o da popula��o sobre esse projeto e constatou que os moradores se dividem quando questionados se a medida pode melhorar o transporte p�blico na cidade. Para 40% dos entrevistados, se a prefeitura assumir a gest�o dos �nibus, o transporte p�blico vai melhorar, j� 33% acreditam que n�o, 13% n�o sabem se ter� efeito e 15% n�o conhecem o projeto. “Temos empate t�cnico, � uma opini�o muito difusa e existem muitas d�vidas sobre a efetividade ou n�o dessa mudan�a”, afirma Matheus Dias, diretor do Opus.
Pneus carecas
Enquanto nos gabinetes os �rg�os p�blicos tentam dar uma solu��o para o pre�o das passagens e a qualidade do servi�o, a popula��o tem assistido nos �ltimos tempos a uma s�rie de ocorr�ncias envolvendo o sistema de transporte: �nibus que pegam fogo e os passageiros s�o obrigados a sair correndo para n�o se ferir; ve�culos que se envolvem em acidentes graves e tumultuam o tr�nsito de toda a cidade; e casos de coletivos guinchados no meio da rua por problemas mec�nicos ou por estarem rodando com pneus carecas.
Foi o que aconteceu na �ltima segunda-feira, quando quatro coletivos foram autuados e recolhidos para o p�tio do Detran/MG por estarem com os pneus desgastados ou lisos. A a��o conjunta entre BHTrans e Guarda Municipal ocorreu nas proximidades da Esta��o Barreiro com o objetivo de fiscalizar as condi��es de ve�culos coletivos municipais.
Na quarta-feira, dois acidentes envolvendo coletivos da capital causaram transtornos. No Bairro Goi�nia, Regi�o Nordeste, a motorista da linha 5503A (Goi�nia A), se envolveu em uma batida com um carro de aplicativo. Os passageiros tiveram que deixar o �nibus, mas ningu�m se feriu. Na Regi�o da Pampulha houve outra batida envolvendo uma moto e um �nibus da linha 9550 (Casa Branca/S�o Francisco Via Esta��o Jos� C�ndido), na Avenida Ant�nio Carlos.
Na semana anterior, um acidente entre um Move metropolitano, da linha 501, que faz o trajeto Morro Alto/Centro de Belo Horizonte, e um Move da linha 50, que faz Esta��o Pampulha/Centro, deixou ao menos seis pessoas feridas e interditou o Complexo da Lagoinha, na Regi�o Central de BH, na manh� de sexta-feira. Em 11 de maio, foi a vez de um coletivo da linha 308 (Barreiro/Tirol) pegar fogo na Avenida Sinfr�nio Brochado, Regi�o do Barreiro. A suspeita dos bombeiros � que as chamas come�aram devido a pane el�trica no ve�culo.
Al�m do problema dos �nibus, BH sofre tamb�m com o metr�. O modal foi privatizado em dezembro do ano passado, quando a empresa paulista Comporte Participa��es S/A pagou R$ 25.755.111 para administrar o servi�o. Em fevereiro deste ano, funcion�rios da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) entraram em greve por causa da venda da empresa. A paralisa��o durou mais de um m�s e causou transtornos aos usu�rios do servi�o.
Sa�de
Assim como no transporte, na �rea de sa�de, as reclama��es tamb�m s�o constantes. Entre os problemas ligados aos servi�os do setor, na capital, est�o as longas filas de espera nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Centros de Sa�de, a demora no atendimento e falta de m�dicos nos postos, especialmente nas periferias. S�o situa��es que se agravam principalmente quando a demanda por atendimento aumenta muito, em casos de surtos de gripe, COVID e dengue.
Entre os problemas ligados aos servi�os de sa�de, na capital, est�o as longas filas de espera nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Centros de Sa�de (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
Para tentar ampliar a oferta de atendimentos, em 17 de maio, o prefeito Fuad Noman (PSD) anunciou a constru��o de seis novos centros de sa�de at� o fim de 2024. Ser�o investidos R$ 60 milh�es nas obras e as unidades devem ser constru�das nas regi�es: Barreiro (duas), Pampulha (duas), Leste (uma) e Venda Nova (uma). A previs�o � que mais de 77 mil pessoas sejam beneficiadas com a mudan�a. Atualmente, existem 160 Centros de Sa�de espalhados pelas nove regionais de BH.
Outro problema cr�nico � a falta de profissionais de sa�de para atender os pacientes. M�dicos e enfermeiros lotados nos postos n�o s�o suficientes para atender a demanda. Segundo o Sindicato dos M�dicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) a falta de seguran�a nas unidades de sa�de tem afastado os profissionais. Em abril, o centro de sa�de da Vila Pinho, Regi�o do Barreiro, foi fechado pela PBH devido a recorrentes ondas de agress�es aos funcion�rios do posto. O fechamento afetou pacientes que tinham consultas agendadas e precisaram remarcar os atendimentos. Dois funcion�rios do posto foram amea�ados e agredidos por usu�rios insatisfeitos com a presta��o do servi�o. Uma mulher chegou a colocar uma faca no pesco�o de um t�cnico de enfermagem.
Na ter�a-feira (16/5), uma enfermeira foi agredida no Centro de Sa�de Minas Caixa, na Regi�o de Venda Nova. Uma paciente, insatisfeita com a demora no atendimento, agrediu a profissional com socos e tapas. Os agentes da Guarda foram acionados e a agressora foi encaminhada para uma delegacia da Pol�cia Civil.
A PBH informou que, nos quatro primeiros meses de 2023, foram chamados 625 profissionais do �ltimo concurso p�blico da �rea da sa�de, regido pelo Edital 01/2020. Foram 207 m�dicos e 228 enfermeiros. De abril de 2022 at� mar�o de 2023, outros 1.442 profissionais deste processo seletivo foram convocados.
receba nossa newsletter
Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor