A Corregedoria da Pol�cia Civil informou que abriu um inqu�rito para investigar as den�ncias de ass�dio. Na ter�a-feira (13/6), a Comiss�o de Seguran�a P�blica da Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou um requerimento para a convoca��o de secret�rios do governo Zema e da delegada-chefe da PCMG, Let�cia Gamboge Reis, para prestarem esclarecimentos. A suspeita das entidades que acompanham o caso � de que
ela tenha tirado a pr�pria vida.
"�udios e v�deos compartilhados por ela d�o conta de que foi v�tima de ass�dio moral, sexual, sobrecarga de trabalho e inger�ncia dos seus superiores. Ainda no s�bado entramos em contato com a Chefe de Pol�cia e falamos da necessidade de investigar o caso. Temos informa��es de que h� outros colegas adoecidos naquela unidade", afirmou o Sindicato dos Escriv�es da Pol�cia Civil de Minas Gerais, em postagem no Instagram.
Ao g1, o pai de Rafaela contou que vinha observando que a filha n�o estava bem h� tr�s meses. Entretanto, ele e a esposa achavam que a escriv� estivesse focada nos estudos e estava tensa para a prova de um concurso para o cargo de delegada. Os pais de Rafaela n�o sabiam dos ass�dios que a filha sofria no trabalho. "Fiquei perdido, n�o entendi o que aconteceu com a minha filha. Uma menina cheia de vida, com emprego e tudo e, de repente, d� essa trag�dia. Fui em outro mundo e voltei. Enterrei ela no s�bado, no domingo a gente ficou vagando e na segunda saiu essa not�cia que aconteceu no trabalho dela. Quero que seja elucidado esse caso", disse o pai.
A irm� de Rafaela, Karoline Drumond, compartilhou, no Instagram, um poema do Santo Agostinho. "A morte n�o � nada. Eu somente passei para o outro lado do Caminho. Eu sou eu, voc�s s�o voc�s. O que eu era para voc�s, eu continuarei sendo", diz o texto. Na quinta-feira (15/6), ser� realizada a missa de s�timo dia, na Par�quia Bom Pastor, em Barbacena, �s 19h.
Sa�de mental dos policiais
De acordo com o Sindicato dos Escriv�es da Pol�cia Civil de Minas Gerais, a morte de Rafaela escancara um problema presente entre os policiais do pa�s: o adoecimento mental. Al�m da investiga��o c�lere do caso, o sindicato cobra que as autoridades tomem provid�ncias para assegurar acolhimento aos agentes. "Os policiais est�o adoecendo de forma muito perigosa e o cuidado com a sa�de mental de nossos profissionais n�o tem chamado a aten��o das autoridades respons�veis. A pol�cia est� doente e quem deveria cuidar desses valorosos policiais est� fingindo n�o ver", pontua a organiza��o.
Ainda segundo o Sindep-MG, fatores como ass�dio, condi��es prec�rias de trabalho e desvaloriza��o contribuem para esse cen�rio. "� necess�rio amparo e aten��o � sa�de mental desses trabalhadores. Precisamos debater e tomar medidas emergenciais para proteg�-los. � preciso exigir das autoridades provid�ncias urgentes e n�o podemos continuar assistindo a essas trag�dias de bra�os cruzados", comentou o sindicato.
Ao Correio, a Pol�cia Civil de Minas Gerais informou que os servidores da delegacia de Caranda�, onde a escriv� atuava, foram acolhidos e atendidos pela Diretoria de Sa�de Ocupacional (DSO), do Hospital da Pol�cia Civil (HPC). A corpora��o tamb�m disse que disponibiliza atendimentos psicol�gicos presenciais e virtuais para os policiais, al�m de ter plant�o psicol�gico — que dispensa agendamento. A corpora��o prestou solidariedade aos familiares de Rafaela e disse que conta com a "sensibilidade da sociedade como um todo neste momento de luto da Institui��o e dos familiares".
A Federa��o Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) tamb�m lamentou o falecimento da escriv� e chamou a aten��o para a necessidade de promover medidas que garantam o bem-estar dos policiais, a fim de enfrentar o cen�rio de agravamento na sa�de mental nas corpora��es. "� urgente que os governos federal e dos estados e Distrito Federal se unam para colocar em pr�tica um plano de respeito � vida dos colegas, que passa, sem d�vida, por um atendimento m�dico e psicol�gico, mas tamb�m pela valoriza��o dos profissionais, uma pol�tica efetiva de combate ao ass�dio e a garantia de melhores condi��es de trabalho", destacou a Fenapef, em nota.
Veja a nota da PCMG na �ntegra:
A Pol�cia Civil de Minas Gerais (PCMG), mais uma vez, presta condol�ncias aos familiares, amigos e colegas da Escriv� de Pol�cia Rafaela Drumond.
A Superintend�ncia de Investiga��o e Pol�cia Judici�ria (SIPJ), por meio da Inspetoria-Geral de Escriv�es, al�m de uma equipe da Diretoria de Sa�de Ocupacional (DSO), do Hospital da Pol�cia Civil (HPC), foram no munic�pio de Caranda� para acolhimento e atendimento dos servidores.
A PCMG instaurou procedimento disciplinar e inqu�rito policial, com o objetivo de apurar as circunst�ncias que permearam os fatos.
A PCMG refor�a que o Centro de Psicologia do HPC oferece atendimento psicol�gico cl�nico, por meio de sess�es presenciais e tamb�m por teleconsulta, para servidores da ativa, aposentados e dependentes, da capital e do interior do estado. Ademais, o HPC disp�e do plant�o psicol�gico, que consiste em um dispositivo de escuta especializada, sem necessidade de agendamento, servi�o amplamente divulgado aos servidores.
A PCMG conta com a sensibilidade da sociedade como um todo, neste momento de luto da Institui��o e dos familiares da Escriv� Rafaela Drumond, face �s circunst�ncias de seu falecimento.