
Um crime que pode ter causado milh�es em d�vidas a centenas de v�timas come�a a ser desvendado pela Pol�cia Civil de Minas Gerais, por interm�dio da Delegacia de Crimes Cibern�ticos, que prendeu um homem de 24 anos e busca um segundo envolvido, de 28. A modalidade � conhecida como dropshipping, que � permitida no Brasil, mas n�o � regulamentada em lei no pa�s.
Segundo a delegada Stefhany Martins, da 1ª Delegacia de Fraudes, os dois suspeitos criaram uma falsa empresa, que entregava produtos chineses n�o homologados, ou seja, n�o licenciados no Brasil, que assim n�o funcionam corretamente, ou produtos falsificados e, muitas vezes, n�o faziam a entrega do produto.
“Os dois envolvidos eram estudantes de direito, que se desviaram do caminho e foram para o mundo do crime, praticando golpes. Com o dinheiro obtido, compraram rel�gios de luxo – o que foi apreendido foi avaliado em R$ 100 mil –, e carros de luxo Porsche e Land Rover, estimados em R$ 1 milh�o. Isso apenas com o que j� foi preso. Eles eram pessoas de classe m�dia baixa, e de repente, passaram a ostentar bens de luxo”, conta a delegada.
Ela explica que eles criaram uma marca para uma loja f�sica, que, teoricamente, funcionaria no Bairro Gl�ria, em Belo Horizonte, dando o nome de AWA. “Essa empresa foi registrada em S�o Paulo”, explica ela. “Se apresentavam como representantes da Xiaomi, empresa chinesa de eletr�nicos."
- Opera��o desmonta esquema de entrada ilegal de itens em pres�dio de Minas
Dessa forma, se passavam por uma empresa associada a site de vendas. “Fomos procurados por um advogado da Xiaomi, que ofereceu den�ncia. Foi como conseguimos chegar aos golpistas”, explica a delegada Stefhany.
O pr�ximo passo, segundo a delegada, foi chegar �s v�timas, o que a Pol�cia Civil conseguiu a partir do site “Reclame Aqui”. L�, identificamos algumas v�timas. Descobrimos que eles estavam no mercado h� tr�s anos”, explica.
As investiga��es e as buscas foram realizadas nos Bairro Castelo, Gl�ria e Ouro Preto.
Segundo o delegado Magno Machado, chefe da Divis�o Estadual de Combate � Corrup��o e Fraudes, o valor total do preju�zo causado, ainda n�o foi calculado, assim como o n�mero total de v�timas. “Eles cometeram o crime de estelionato, mediante fraude eletr�nica, crime contra o consumidor e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas dos tr�s crimes correspondem a 20 anos”.
Mercado Cinza
O crime coloca em evid�ncia um golpe batizado, na g�ria policial, de “Mercado Cinza”, que consiste na venda de produtos chineses n�o homologados pela Anatel.
“Os suspeitos faziam, ainda, uma forma ilegal de neg�cio, se apresentando como intermedi�rios entre o Brasil, atrav�s do consumidor, e a China. Assim, o com�rcio era feito de forma direta. As mercadorias n�o passavam pelas m�os deles. Iam direto para o consumidor”, conta a delegada Stefhany. “Eles n�o tinham estoque.”