
Em abril de 2022, ele foi homenageado pela C�mara Municipal com uma mo��o de aplausos em decorr�ncia de uma opera��o que resultou na pris�o de quatro suspeitos de tr�fico de drogas.
Apesar dos canais oficiais de divulga��o � imprensa da Pol�cia Civil, Gomes, natural do munic�pio de Ub�, divulgava paralelamente em grupos de WhatsApp as opera��es lideradas por ele. Em diversos v�deos, o delegado aparecia mostrando os “bastidores” da opera��o policial, o que lhe conferiu certa fama. Al�m do trabalho policial, Rafael Gomes concorreu ao cargo de deputado estadual, nas elei��es de 2022, filiado ao Avante. Ele recebeu 8.448 votos, ficando, deste modo, como suplente do partido.
Hoje, afastado do cargo, o delegado deixou a Casa de Cust�dia da Pol�cia Civil, em Belo Horizonte, onde estava preso desde 20 de outubro de 2022, por volta das 21h, nessa quarta-feira, conforme informado ao EM pelo advogado de defesa Luiz Eduardo Lima. Tamb�m procurada pela reportagem, a assessoria da institui��o policial confirmou, em nota, que o delegado foi solto ap�s recebimento do alvar� expedido pela Justi�a.
A liberdade provis�ria concedida a Rafael Gomes aconteceu depois de a defesa impetrar recurso em habeas corpus junto ao Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG), que foi julgado e acatado pelo ministro Sebasti�o Reis da 6ª turma do STJ. Ao Estado de Minas, a assessoria do STJ disse que n�o poderia dar detalhes sobre as alega��es que sustentaram o benef�cio, pois o processo corre em segredo de Justi�a.
Entenda o caso
A Opera��o Transformers, deflagrada pelo Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG), em 20 de outubro de 2022, resultou na pris�o do delegado e outros seis investigadores. Segundo o promotor Thiago Fernandes de Carvalho, a investiga��o durou cerca de dois anos.
As autoridades cumpriram na ocasi�o 61 mandados de busca e apreens�o, 148 de sequestro de ve�culos e dez de sequestro e indisponibilidade de im�veis, al�m de apreens�o e indisponibilidade financeira de R$ 55 milh�es. Foram expedidos ainda 31 mandados de pris�o. Todos ocorreram nas cidades de Juiz de Fora, Esmeraldas, Tr�s Cora��es e Botelhos.
Inicialmente foi identificado que o grupo roubava carros, retirava as pe�as e montava novos ve�culos, que abasteciam o tr�fico de drogas. “N�o estamos falando de um tr�fico de drogas de pontos de drogas. Estamos tratando de um tr�fico mais volumoso, que abastece mercado e tem ramifica��es em todo territ�rio nacional”, explicou � �poca, destacando a exist�ncia de “lavagem de dinheiro com muitos shows art�sticos em Juiz de Fora, com�rcio de roupas, varejo, alimentos, entre outros”.
O delegado e os agentes da Pol�cia Civil atuavam divulgando informa��es privilegiadas para outros membros da organiza��o criminosa. Logo, a suspeita do Minist�rio P�blico � que nos �ltimos cinco anos o grupo possa ter movimentado uma quantia pr�xima a R$ 1 bilh�o.