C�sio-137 sumido em Minas: produto � perigoso para a sa�de

A Pol�cia Civil e a Comiss�o Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Governo Federal, est�o investigando o sumi�o de duas c�psulas de C�sio-137, em uma mineradora em Nazareno, na Regi�o Centro-Oeste do estado.

 

O C�sio-137, se n�o for manuseado de forma adequada, pode ser bastante nocivo para sociedade, gerando consequ�ncias irrevers�veis.

Por esta raz�o, a reportagem vai explicar o que � o elemento, principais caracter�sticas e suas consequ�ncias.  

A professora formada em Ci�ncias T�cnicas Nucleares pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Antonella Lombardi, explica que o C�sio-137 (Cs) � um elemento qu�mico radioativo que pode ser bastante perigoso para a sa�de humana, devido �s emiss�es de radia��o beta e gama.

 

O elemento vem da fiss�o nuclear do ur�nio ou plut�nio, e o n�mero 137 vem da massa, que corresponde � soma de 55 pr�tons com 82 n�utrons. 

A radia��o do C�sio-137 � bastante perigosa para o ser humano, porque o elemento libera radia��es beta e gama, capazes de atravessar v�rios materiais, incluindo a pele e tecidos do corpo, como explica a professora.

 

Entretanto, ela diz que o C�sio que sumiu da mineradora est� bem protegido, por estar em uma pastilha cer�mica, que � dif�cil de ser quebrada, diferentemente do famoso caso do C�sio-137 em Goi�nia, como ela lembra, que estava em p�, o que facilitou a contamina��o. 

 

Assim, para causar efeito grave, � necess�rio um tempo de exposi��o maior no corpo. “Tem que ser uma dose muito alta e por muito tempo mesmo, irradiando ali. S� se a pessoa ficar muitas horas de posse dessa fonte, com contato muito pr�ximo do corpo, dentro do bolso por exemplo”, aponta.  

 

Caso o contato seja longo, a professora conta que o elemento pode mudar as mol�culas do organismo, alterando a estrutura e podendo at� destru�-las, causando efeitos irrevers�veis, como o aparecimento de c�ncer.

 

Antonella cita que existem �reas do corpo em que o dano pode ser maior, por haver �rg�os mais sens�veis como: “a parte abdominal, do intestino, de reprodu��o e outros”, diz.

Quando uma pessoa entra em contato com o C�sio-137, a professora afirma que os primeiros sintomas apresentados, que mostram uma destrui��o das c�lulas, s�o: cansa�o, mal-estar, v�mitos, diarreia e tonturas.

Se for usado adequadamente, o C�sio-137 pode ser ben�fico para a sa�de. O elemento qu�mico � utilizado em procedimentos de radioterapia para tratamento de c�ncer, em alguns tipos de tomografia.

 

Ele tamb�m � empregado como agente esterilizante de utens�lios m�dicos e alimentos, j� que elimina fungos e bact�rias que ocasionam a deteriora��o e poss�veis contamina��es da comida.

Como a professora lembrou, n�o � a primeira vez que o C�sio-137 � assunto no Brasil. Em setembro de 1987, em Goi�nia, dois catadores de lixo encontraram uma c�psula de chumbo em um pr�dio abandonado, que era um antigo hospital. 

 

O chumbo � um material que armazena o C�sio-137 de forma segura e tamb�m tem um alto valor comercial. Assim, os catadores levaram o material para um ferro velho e de l� abriram a c�psula.

 

O chumbo foi vendido, mas o C�sio-137 ficou com o dono, que levou para casa ao notar que o p� azul brilhava no escuro, e deu de presente para a filha.

 

Em algumas semanas v�rios moradores da cidade foram contaminados. No total, quatro pessoas morreram e mais 14 ficaram em estado grave, com altera��es na medula �ssea e necessidade de amputa��o de �rg�os.