
Em 13 de setembro de 1987, em Goi�nia, dois catadores de materiais recicl�veis encontraram C�sio-137 de uma m�quina de radioterapia que estava localizada no Instituto Goiano de Radioterapia.
O material foi levado pelos catadores para casa e teve algumas partes retiradas. O resto foi vendido por eles para um ferro-velho, cujo propriet�rio se chamava Devair Ferreira. Sem saber do que se tratava, Ferreira desmontou a m�quina em busca de reaproveitar o chumbo, material bastante comercializ�vel.
Nesse momento, cerca de 19 gramas de cloreto C�sio-137 ficaram expostos ao ambiente. Um p� branco que emitia uma luz em tons azulados quando estava no escuro chamou a aten��o da vizinhan�a e foi exibido durante quatro dias. Inclusive, algumas pessoas levaram amostras do material radioativo para a casa.
Como se espalhou
O C�sio-137, aos poucos, foi se espalhando por uma �rea ainda maior devido ao fato de que parte do equipamento foi revendido a outro ferro velho. Com essa disper��o, n�o demorou muito para as pessoas apresentarem os primeiros sintomas ap�s ficaram expostas aos altos n�veis de radia��o.
Diarr�ia, n�useas, tonturas e v�mitos foram amplamente constatados e diagnosticados pelos m�dicos em hospitais da cidade. Ap�s 16 dias do fato, parte da m�quina foi levada � Vigil�ncia Sanit�ria e se confirmou que os sintomas se tratavam de uma contamina��o radioativa.
A contamina��o matou quatro pessoas. As primeiras mortes aconteceram na fam�lia do dono do ferro velho. A mulher dele, Maria Gabriela, morreu no dia 23 de outubro 1987 e a sobrinha, Leide das Neves Ferreira, de 6 anos, morreu horas depois da tia. A garotinha foi a v�tima que apresentou maior quantidade de radia��o pois ingeriu pequenas por��es de C�sio depois de brincar com o material radioativo.
Outros 49 pacientes v�timas da exposi��o de C�sio-137 foram levadas para o Hospital Naval Marc�lio Dias, no Rio de Janeiro. O hospital � refer�ncia no tratamento de v�timas de acidentes radioativos, em que 21 pacientes passaram por tratamento intensivo. Foram confirmadas quatro mortes. Ao todo, estima-se que mais de 112 mil pessoas foram expostas aos efeitos do C�sio-137 em Goi�nia.