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Estado de Minas CLIMA DE RISCO

Frio e queda nas doa��es castigam os mais carentes

Com demanda em alta, projetos sociais enfrentam dificuldades para angariar ajuda para a crescente popula��o em situa��o de rua de BH


08/07/2023 07:30 - atualizado 08/07/2023 07:39
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Sem-teto tenta se proteger contra o frio envolto em cobertor em cal�ada de rua da capital mineira: arrecada��o de roupas e alimentos est� mais dif�cil (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
O m�s de julho chegou � capital mineira batendo recordes de frio e, apesar de agradar os amantes do inverno, acende um alerta para a parcela da popula��o que fica mais vulner�vel ainda nesta �poca: as pessoas em situa��o de rua. Enquanto as temperaturas caem, a demanda por abrigo, roupas quentes, alimentos e itens de higiene pessoal aumenta consideravelmente. No entanto, muitos projetos sociais t�m enfrentado dificuldades para ajudar os necessitados, j� que as doa��es n�o acompanham a alta demanda.
 
O cen�rio ainda surge com um agravante: o n�mero de pessoas sem teto aumentou. Se levado em conta o Censo Pop 2022 realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o n�mero de pessoas em situa��o de rua chegou a 5.344, o que representa um aumento de 192% nos �ltimos oito anos. O cen�rio � ainda pior se observados os dados considerados pelo Polos de Cidadania da UFMG, que calcula haver 11,3 mil pessoas vivendo nas ruas de BH.
 
De acordo com Samuel Rodrigues, integrante da coordena��o do Movimento Nacional da Popula��o de Rua, o cuidado com essas pessoas no frio deve ser redobrado. “N�o resta d�vida que a vulnerabilidade das pessoas aumenta na �poca de inverno; idosos, pessoas com doen�as cr�nicas, pneumonia, mais sens�veis a gripes... Essas pessoas t�m sua sa�de mais comprometida e necessitam de um cuidado maior neste per�odo”, afirma.
 
Os volunt�rios que atuam na capital relatam queda nas doa��es de alimentos e em esp�cie. Alguns dos principais motivos apontados s�o a queda do poder aquisitivo e a necessidade de conscientiza��o da popula��o sobre a popula��o em situa��o de rua.
 
PRESS�O DOS PRE�OS

A Fraternidade Esp�rita Lar de Luz (Felluz) foi criada em 2004 e atende pessoas em situa��o de rua e carentes que vivem no entorno de Belo Horizonte, como Santa Luzia, Ribeir�o das Neves, e alguns aglomerados, como o Cercadinho. De acordo com Alexandre Lima, um dos fundadores da Felluz, a demanda tem aumentado nos �ltimos anos, mas a ajuda tem diminu�do.
 
“Vimos na pandemia um crescimento enorme no n�mero de pessoas em situa��o de rua, que vieram de diversos setores, inclusive, fam�lias inteiras. E no frio, ainda mais rigoroso como tem sido, a necessidade na rua � urgente. As doa��es v�m diminuindo substancialmente nos �ltimos anos. Principalmente com rela��o aos itens da cesta b�sica. E este ano, notamos uma queda ainda maior. Tem sido muito dif�cil assistir as comunidades bem como os projetos que visam levar alimentos � popula��o de rua”, destaca.
 
Para ele, o aumento dos pre�os n�o � a �nica explica��o para o recuo das doa��es. A falta de conscientiza��o da popula��o tamb�m ocasiona uma menor mobiliza��o, aponta. Outro fator seria a escassez de pol�ticas p�blicas mais efetivas. “� necess�rio se conscientizar sobre quem s�o as pessoas em situa��o de rua, retirando delas o estigma social que as invisibiliza e pol�ticas p�blicas que visem atingir principalmente os vulner�veis”, pontua Alexandre.
 
Lima ainda destaca como a popula��o pode contribuir: “Primeiramente com empatia e um novo olhar. Com conscientiza��o. N�o s�o mendigos e, sim, pessoas em situa��o de rua. Situa��o esta a que muitos de n�s estamos sujeitos. Tamb�m, � claro, com doa��es, sejam elas em roupas, agasalhos, cobertores, alimentos e at� mesmo de valores em dinheiro.”

NO LIMITE

Quem est� em situa��o de rua,  sente a queda da temperatura e das doa��es na pele. “O frio n�o � t�o pesado assim n�o, eu acho pior � o descaso com que o poder p�blico tem tratado os moradores de rua”, afirma Fausto Henrique, motorista de 53 anos, que h� tr�s meses se abriga no Albergue Tia Branca II, localizado na Rua Timbiras. Fausto vinha do Mato Grosso do Sul, onde morava, para Belo Horizonte quando o �nibus em que estava foi assaltado, e seus pertences roubados. “Eu estava em Campina Grande quando aconteceu um epis�dio no trajeto para BH, que teve um assalto no �nibus, e meus documentos e pertences foram furtados. A� fiquei em situa��o vulner�vel”, conta.
 
Desde ent�o, Fausto se hospeda no albergue e, durante o dia, busca meios de renda para se manter. “Eu trabalho. A gente procura fazer do lim�o uma limonada, n�s temos que encontrar um meio. Vendo acess�rio de carro, lavo alguns carros, fa�o quebra-galho de mec�nico, eu sou bem vers�til”. Nesse cen�rio, Fausto sente na pele o que passa a popula��o vulner�vel e as pessoas em situa��o de rua de Belo Horizonte e afirma que o poder p�blico n�o faz o suficiente por essa parcela dos cidad�os. “Eu acho que a Prefeitura tem que tratar essa quest�o com mais seriedade. Est� faltando responsabilidade da parte da prefeitura em conjunto com o governo federal no sentido de amparar essas pessoas com moradia popular, habita��o. N�o � s� albergue. Isso por si s� n�o resolve. Tem que encontrar uma forma de estudar isso e discutir uma proposta que seja conveniente e que possa atender a demanda dos moradores de rua.”, afirma.
 
Ele n�o � o �nico que acredita que essa parcela da popula��o, que se tornou cada vez maior nos �ltimos anos, n�o � amparada o suficiente pelas pol�ticas p�blicas vigentes na cidade. Para Rafael Roberto Fonseca Silva, participante do Movimento Nacional da Popula��o de Rua, mais deveria ser feito. “Os abrigos n�o comportam. A gente tem um n�mero relevante de pessoas em situa��o de rua, o �ltimo Censo trouxe isso, o tanto que essa popula��o vem aumentando a cada ano. E as pol�ticas p�blicas infelizmente est�o diminuindo. Vimos v�rias pastas extintas, ent�o a gente precisa realmente ampliar as pol�ticas p�blicas voltadas para essas pessoas.”, afirma.
 
Rafael ainda conta um pouco sobre os objetivos do Movimento Nacional de Popula��o de Rua, que se iniciou em 2005: “A gente tenta buscar renda, cursos profissionalizantes, seguran�a alimentar digna junto aos �rg�os competentes. Sempre falamos: n�o adianta ter casa sem renda e ter renda sem casa, temos que integrar as pol�ticas porque uma depende da outra. O nosso grande objetivo � trazer uma moradia definitiva principalmente com a perspectiva de sa�da das ruas, com o prop�sito da pessoa conseguir se manter.”
 
Para ele, � preciso alterar a forma com que as pol�ticas s�o feitas para que seja poss�vel atender a necessidade daqueles que se encontram em situa��o de rua. “� preciso trazer uma pol�tica p�blica estruturante, intersetorial e que realmente v� amenizar esse impacto social. A gente tem que envolver todas as secretarias para que a gente de fato possa fazer uma pol�tica complementar. De ressocializa��o social e de v�nculos e que possa dar oportunidade para as pessoas poderem sair da situa��o de rua.”, finaliza.

PROGRAMAS DA PBH

Em nota, a PBH lembrou que as pessoas em situa��o de rua t�m direito e acesso garantido a todos os servi�os oferecidos pela rede p�blica de sa�de do munic�pio. O atendimento, diz o texto, � intersetorial, realizado por diversas �reas da administra��o municipal, “inclusive em parceria com as entidades e organiza��es da sociedade civil”. Ainda segundo a prefeitura, nos �ltimos anos o Executivo vem atuando em duas frentes: qualificar as ofertas que j� existiam e ampliar, de forma estrat�gica, a capacidade de atendimento.
 
O texto da prefeitura ressalta que “Belo Horizonte tem resgatado o pioneirismo neste atendimento, pois tem considerado as especificidades desse p�blico, j� que s�o diversas as hist�rias de vidas ou motiva��es para que pessoas vivam ou tenham uma trajet�ria de vida nas ruas”. Afirma ainda que as pol�ticas p�blicas voltadas para esse p�blico v�m sendo ampliadas ap�s a realiza��o do Censo da Popula��o em Situa��o de Rua, realizado em 2022.
 
Entre as �ltimas amplia��es, a prefeitura cita tr�s novas resid�ncias inclusivas, destinadas ao acolhimento a jovens e adultos com defici�ncia; uma unidade de acolhimento para pessoas LGBT, novo abrigo para mulheres gestantes e pu�rperas, em situa��o de rua, localizado em im�vel pr�prio do munic�pio na Regional Oeste, Bairro Bet�nia, com capacidade para acolhimento de at� 20 usu�rias e com previs�o de in�cio do funcionamento nos pr�ximos meses; e um centro de refer�ncia para popula��o em situa��o de rua, j� implantado e em funcionamento.
 
Al�m disso, diz o texto, a rede municipal tem 20 unidades de acolhimento, com 2 mil vagas dispon�veis. Na modalidade Casa de Passagem, que � quando as pessoas em situa��o de rua procuram o espa�o apenas para a pernoite, higiene di�ria, alimenta��o e guarda de pertences no per�odo noturno, h� 3 unidades, totalizando 600 vagas. A taxa m�dia de ocupa��o � de 80%. No per�odo de frio, chega a aproximadamente 90%. Caso seja necess�rio, o munic�pio tem capacidade de amplia��o de mais 60 vagas di�rias.

Saiba como ajudar

Arquidiocese de BH/Pastoral de Rua — Agasalhos e cobertores podem ser entregues na Rua Al�m Para�ba, 208, Bairro Bonfim; Rua Itajub�, nº 173, Bairro Floresta.
Pix: CNPJ: 07.747.821/0001-35

Fellluz – informa��es pelo telefone (31) 98643-1056

Comida que abra�a – Recebe alimentos e doa��es em esp�cie, agasalhos e cobertores.
PIX no CNPJ: 43.043.804/0001-80
Contato para doa��es e mais informa��es: (31) 99749-6104

Sop�o Solid�rio – PIX: 00060857684
Informa��es e doa��es no n�mero: (33) 99990-7371

Vida Nas Ruas
PIX: Telefone: (31) 98885.1210
Os interessados em doar ou ser volunt�rios podem tamb�m entrar em contato no telefone acima ou pelo Instagram doVida nas Ruas.

Servas – Agasalhos e roupas em geral, em unidades do parceiro Super Nosso ou na sede da entidade, que fica na Avenida Crist�v�o Colombo, 683, Savassi, Belo Horizonte

Fim de semana de baixa umidade

O fim de semana deve ser de tempo frio e seco em v�rias regi�es de Minas. As temperaturas, por�m, podem ter uma ligeira eleva��o. Apesar disso, h� possibilidade de geada para a Regi�o Sul hoje, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia em Belo Horizonte (Inmet). Ontem, por volta das 7h, a Esta��o Cercadinho, na Regi�o Oeste de BH, registrou a m�nima de 10,1ºC. Na Pampulha, a m�nima foi de 8,8ºC. O fim de semana deve ser de c�u claro com n�voa seca � tarde, com leve aumento de temperatura. Hoje, a m�nima esperada � de 10°C e a m�xima, de 24°C. J� amanh�, as temperaturas variam entre 11°C e 25°C. No Sul de Minas, o c�u fica claro a parcialmente nublado e h� possibilidade de geada. J� nas regi�es dos Vale do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce, o c�u fica parcialmente nublado a claro, com n�voa �mida ao amanhecer. No restante do estado, a condi��o � de c�u claro a parcialmente nublado, com n�voa seca no Tri�ngulo e nas regi�es Central, Noroeste e Norte.

PF entra da busca por fontes de c�sio-137

A Pol�cia Federal entrou nas buscas para tentar localizar duas c�psulas de c�sio-137 que desapareceram da �rea da mineradora AMG Brasil em Nazareno, na regi�o do Campo das Vertentes, em Minas Gerais. A informa��o foi divulgada ontem pela mineradora, que revelou que foi formada uma for�a-tarefa, dividida em duas equipes, visando encontrar o material radioativo. A investiga��o sobre o paradeiro das fontes seladas de c�sio-137 foi iniciada no dia 30 de junho ap�s a mineradora ter comunicado � Comiss�o Nacional de Energia Nuclear (Cnen) o extravio do material radioativo, que tamb�m foi registrado pela Pol�cia Militar e pela Pol�cia Civil. O desaparecimento do material foi verificado por funcion�rios da firma em 23 de junho. A principal hip�tese � que as pe�as tenham sido furtadas. Ontem, a empresa divulgou imagem de fonte similar �s que desapareceram para ajudar na identifica��o (foto).



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