
O projeto da obra em homenagem � Dona Lucinha teve in�cio em 2016. Na �poca, ela estava inserida na proposta de um circuito liter�rio e gastron�mico da Rua da Bahia. O planejamento original era instal�-la em frente ao restaurante Dona Lucinha, no Bairro S�o Pedro, na Regi�o Centro-Sul de BH, junto com outra est�tua do escritor e conterr�neo Oswaldo Fran�a J�nior.
No entanto, ap�s conversas com o secret�rio de Estado de Cultura e Turismo, Le�nidas Oliveira, a fam�lia da chef decidiu que o movimento deveria ficar no centro de compras. "O Le�nidas tomou conhecimento do projeto e me disse: 'Dona Lucinha � uma personalidade nacional. A est�tua deve ficar na Pra�a da Liberdade ou no Mercado Central'" disse a chef e filha de Dona Lucinha M�rcia Nunes, em entrevista ao Estado de Minas.
Durante a inaugura��o da est�tua, Marcia enfatizou o amor e carinho que a m�e tinha pelo Mercado Central. Por isso, a paix�o de Dona Lucinha tamb�m ficar� eternizada em uma placa,disposta ao lado da estrutura, com a frase: "O Mercado Central me enche de encantos: lugar dos temperos, das cores e dos sabores. Aqui, sinto-me em casa!".
“Mam�e, quis o destino te trazer para essa esquina sem quina, inaugurada em 1929, ano do nascimento do grande amor da sua vida, seu marido, nosso pai. Para este Mercado, lugar p�blico, da gente simples, a casa das mercadorias, tudo que voc� sempre amou [...] E a cada um dos lojistas dessa casa, meus irm�os e eu entregamos a voc�s nosso mais precioso bem, nossa m�e. Sabemos todos que a grande honraria dos que se vestem de bronze � como fazer voltar quem j� partiu”, disse M�rcia, durante a inaugura��o.

Hist�ria de Minas
Maria L�cia Clementino Nunes, a Dona Lucinha, morreu em abril de 2019, com 86 anos de idade. A mineira nascida no Serro, Regi�o Central do estado, teve 11 filhos e 25 netos. Foi professora prim�ria, catequista, salgadeira, doceira, feirante, quitandeira, diretora escolar e vereadora.
Fundadora de uma rede de restaurantes em BH e S�o Paulo, ganhou pr�mios em v�rios festivais e j� foi tema de samba-enredo no Rio de Janeiro. Era uma defensora incans�vel da cozinha mineira e de seus ingredientes simples e tradicionais, como o quiabo, o chuchu e a batata doce, produtos marginalizados na gastronomia.
Ela abriu seu primeiro restaurante em 1990 e rapidamente se tornou um sucesso, inspirando uma revolu��o na culin�ria de Minas Gerais e levando-a para v�rios cantos do pa�s.
Para o vereador Gabriel Azevedo (sem partido), que esteve presente na cerim�nia de inaugura��o do monumento, a homenagem enfatiza o amor dos mineiros pela gastronomia e hospitalidade. “Minas Gerais � sin�nimo de cozinha, de tratar as pessoas bem. Para quem teve o privil�gio de conviver e se deliciar com o talento dessa senhora, fica esse marco permanente, feito pelas m�os desse artista brilhante, o Leo Santana", destacou, mencionando o artista que esculpiu a est�tua.
O mesmo pensamento foi dividido pelo secret�rio de Estado de Cultura e Turismo. Em sua fala, Le�nidas agradeceu � fam�lia de Dona Lucinha por compartilhar ainda mais a tradi��o erguida pela m�e deles com os belo horizontinos.
“Meu profundo agradecimento por colocar Dona Lucinha no Mercado Central. Por doar a m�e de voc�s, por continuar doando a m�e de voc�s para a cultura mineira. E agora, recebendo a todas e a todos nas portas do Mercado Central”, disse