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Estado de Minas RELIGI�O

Catas Altas da Noruega festeja a "santa que caiu do c�u"


24/07/2023 04:00
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Fieis carregam a santa num andor
Celebra��o a Nossa Senhora das Gra�as teve in�cio no dia 20 e seu o ponto alto ser� em 29 de julho (foto: PASTORAL DA COMUNICA��O/CATAS ALTAS DA NORUEGA/DIVULGA��O)


Os moradores de Catas Altas da Noruega, na Regi�o Central de Minas, est�o em festa para homenagear Nossa Senhora das Gra�as e recordar um surpreendente epis�dio ocorrido h� mais de sete d�cadas. Em 29 de julho de 1949, a imagem da padroeira foi encontrada na zona rural ap�s cair, sobre uma �rvore, de um avi�o de carga que fazia a rota Rio de Janeiro (RJ) - Bel�m (PA) e sofreu pane em um motor. O ponto alto do jubileu ser� a missa no pr�ximo s�bado, �s 17h.

“Esperamos muitos romeiros para a celebra��o iniciada no dia 20. � um momento importante na hist�ria da cidade, onde a devo��o � muito forte”, diz o reitor do Santu�rio Arquidiocesano Nossa Senhora das Gra�as e titular da Par�quia S�o Gon�alo do Amarante, padre Jo�o Luiz da Silva. Com o fato inusitado, a cidade ficou com dois padroeiros, mas o padre explica: “S�o Gon�alo � o protetor da par�quia, e Nossa Senhora das Gra�as de todo o munic�pio, com a imagem no altar do santu�rio”.

Este ano, al�m de recordar os 74 anos da queda da imagem milagrosa do avi�o, a comunidade de f� celebra o 3º Ano Vocacional, com o tema "Voca��o: gra�a e miss�o". A programa��o inclui novena, recita��o do ter�o e missas, al�m de atividades culturais e as tradicionais barraquinhas. 

“Trata-se de uma �poca muito festiva para nossa cidade, especialmente pela hist�ria da ‘santa que caiu do c�u’, h� 74 anos. Assim, o dia 29 de julho ficou como uma das principais datas do munic�pio”, diz o historiador Giovane Neiva, integrante do Conselho Municipal do Patrim�nio de Catas Altas da Noruega. Ele informa que a gruta existente perto do local da queda da imagem foi toda revitalizada e que o trevo na entrada da cidade ganhou um monumento com uma r�plica da aeronave, fotos dos casar�es dos tempos coloniais e uma imagem da padroeira.

HIST�RIA E F�

Na edi��o de 10 de julho de 1954, cinco anos ap�s a queda da imagem, a antiga revista O Cruzeiro, dos Di�rios Associados, entrevistou personagens principais do caso. A hist�ria, com fotos, est� documentada no Museu e Arquivo Hist�rico da cidade. A maior parte do material levado no avi�o seguia para a unidade da Marinha.

Em 2 de agosto de 2009, o Estado de Minas publicou ampla reportagem sobre a hist�ria. Conforme a mat�ria, os cat�licos celebravam tr�s milagres: a pe�a sacra ficou inteira; chegou na v�spera das homenagens � santa, que teve uma imagem encomendada na capital, mas foi esquecida pelo portador, e o avi�o n�o se acidentou.

Na reportagem do EM, a funcion�ria p�blica aposentada Maria da Concei��o Rezende contou que tinha 8 anos quando viu, por volta das 16h, o avi�o Curtiss Comander C-46, da antiga Companhia Ita� de Transportes A�reos, voando baixo e soltando fuma�a, antes de despejar a carga na zona rural. A carga continha geladeiras, cerca de 500 pares de sapatos, fardos de linho, tapetes, m�quinas de escrever e as imagens de S�o Francisco, do Sagrado Cora��o de Jesus e de Nossa Senhora das Gra�as, a �nica que n�o se quebrou. Diante da pane e do perigo, os tripulantes resolveram se livrar da carga, a fim de tornar o avi�o mais leve e apto a planar. E a aeronave chegou sem problemas ao aeroporto da Pampulha, em BH, primeira escala da rota.

Um fato curioso tornou a hist�ria ainda mais especial. Naqueles tempos, quando Catas Altas da Noruega era distrito de Conselheiro Lafaiete, estava � frente da par�quia o padre Luiz Gonzaga Pinheiro (1920-1995). Devoto de Nossa Senhora das Gra�as, ele encomendou uma imagem da santa a uma loja de Belo Horizonte, para lev�-la ao altar em 30 de julho, dia dedicado a S�o Gon�alo do Amarante. S� que o encarregado de buscar a pe�a em BH se esqueceu de traz�-la – “a viagem at� a capital era longa, com trechos a cavalo, de jardineira e trem”, relatou dona Nan�.   

O desfecho � ainda mais inusitado. Ao ser comunicado pela companhia a�rea sobre as cargas, o delegado de pol�cia tratou logo de devolver tudo o que encontrou aos donos da Ita�. De comum acordo, e atendendo um pedido do padre Luiz, quem considerava a imagem (de gesso, com 50 cent�metros de altura) fruto de um milagre, achou melhor deix�-la na igreja.

A missa no dia 29 ser� celebrada pelo bispo de S�o Jo�o del-Rei, dom Jos� Eudes Campos do Nascimento.



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