
Os sete pontos somados na carteira de habilita��o e a multa de R$ 293 n�o t�m sido suficientes para impedir que motoristas invadam os espa�os exclusivos para �nibus na capital mineira. Neste ano, de janeiro at� o �ltimo dia 14, o Departamento de Tr�nsito de Minas Gerais (Detran) registrou 144.857 infra��es de condutores que invadiram a faixa destinada para coletivos. O n�mero � 85,7% maior se comparado ao mesmo per�odo de 2022, quando foram registradas mais de 78 mil multas. O alto n�mero assusta especialistas e as autoridades. Mensalmente, entre janeiro e maio, foram aplicadas mais de 24 mil multas. Em 2022, durante o mesmo per�odo, foram 10,5 mil multas cadastradas todos os meses.
O especialista aponta que o forte tr�nsito, principalmente nos hor�rios de pico, eleva as chances de o motorista ficar impaciente e cometer pequenos erros. “O congestionamento deixa as pessoas mais impacientes. Elas procuram fazer manobras menos apropriadas. Temos que fazer uma educa��o mais firme. Observamos que a fiscaliza��o trabalha de forma pontual, sem abrang�ncia. As pessoas acabam n�o acreditando nela”, disse.
Na faixa exclusiva da Cristiano Machado no sentido Centro, entre a Avenida Vilarinho, em Venda Nova, e o Bairro Dona Clara, na Regi�o da Pampulha, o desrespeito � frequente no hor�rio de pico da manh�. Por l�, motoristas de carros fazem filas no espa�o destinado aos �nibus para fugir do tr�nsito intenso nas outras duas faixas, deixando as viagens dos coletivos mais lentas. Os infratores s� saem da �rea nos locais onde est�o instalados os radares que flagram o desrespeito. No entanto, voltam a trafegar no espa�o dos �nibus assim que passam pelos equipamentos de fiscaliza��o.
Segundo a BHTrans, atualmente Belo Horizonte conta com 59 radares fiscalizando as ruas. A quantidade de equipamentos se reflete no n�mero de multas, que representa 96% das infra��es de invas�o de faixa exclusiva em todo o estado.
Efeito negativo
Quem sofre com a imprud�ncia dos condutores no dia a dia reclama da falta de fiscaliza��o. Weslley Verissimo � motorista de �nibus e diz que � comum ver os carros invadindo sua faixa exclusiva. “Atrapalha em todos os sentidos. Temos que ficar de olho no tr�nsito, no passageiro, andar na faixa certa. Acontece que, de repente, aparece um motorista e para na faixa que � nossa. A� temos que sair da faixa, gera um tr�nsito enorme porque o cara n�o segue uma lei”, disse.
O tenente Leh�nidas, do Batalh�o de Pol�cia de Tr�nsito, tamb�m acredita que o grande fluxo de ve�culos contribui para que o motorista cometa erros. “O motorista pode acreditar que vai cometer as infra��es e n�o vai ser autuado. Ele percebe a faixa livre, com o tr�nsito intenso, e acredita que consegue ganhar algum tempo. Mas tem a fiscaliza��o por c�meras, que fazem o registro e seu ve�culo � fotografado”, disse.
Encontrar uma solu��o para o problema n�o � f�cil, mas M�rcio acredita que conscientizar os motoristas e melhorar o transporte p�blico s�o a��es que podem ajudar. “Temos que fazer uma educa��o mais firme. Observamos que a fiscaliza��o trabalha de forma pontual, sem abrang�ncia. As pessoas acabam n�o acreditando nela. Quando o transporte p�blico atende melhor a popula��o, o n�mero cai. A fiscaliza��o vai beneficiar toda a via, n�o s� onde ficam os radares. Precisamos de uma estrat�gia mais eficiente no tr�nsito.”