
Segundo o relato, ao chegar no restaurante na Savassi, onde j� trabalhava havia 4 meses de carteira assinada, Higor foi recebido com express�es de surpresa de uma das s�cias, que impediu o rapaz de trabalhar com o cabelo tran�ado. “Eu fiquei muito perplexo. N�o debati, n�o respondi, fiquei calado. Tomei meu caf� e, quando fui falar com o marido dela, ela apareceu muito nervosa”, conta o rapaz ao Estado de Minas. Segundo ele, nesse momento que a s�cia pediu para que ele fosse embora.
“N�o acreditava que estava acontecendo aquilo, fiquei muito magoado”, diz Higor, que estava arrumado para uma festa posterior ao expediente. O rapaz procurou ajuda junto a uma contadora, que atuava como gestora cont�bil, al�m de gerir f�rias, atestados e pagamentos.
Por mensagens, a contadora respondeu que Higor “trabalha com japon�s, n�o com brasileiro que � oba oba”, e tamb�m perguntou se o rapaz “trabalhava na feira hippie” e se ele “n�o iria tirar as tran�as”. Ap�s o incidente, o contrato da contadora terceirizada foi encerrado. O restaurante diz que ela tentou ajudar o rapaz.
“Para mim foi a gota d'�gua. Ao inv�s de ajuda, recebi outra pedrada. Chegando em casa chorei bastante e conversei com minha m�e”, conta Higor. Depois, ele procurou um advogado que o orientou a fazer um v�deo denunciando a situa��o. Segundo o rapaz, outras pessoas responderam suas mensagens, dizendo que quando trabalharam no restaurante tamb�m sofreram press�o psicol�gica, da mesma s�cia.
O restaurante divulgou uma nota � imprensa. Leia na �ntegra:
“A empresa repudia qualquer ato dessa natureza, sobretudo por sua origem oriental. O restaurante tem mais de 50% de negros em seu quadro de colaboradores e segue todas as normas e delibera��es da vigil�ncia sanit�ria.
A pessoa que realizou as trocas de mensagem com o colaborador j� se encontra, a partir de hoje, com o contrato de presta��o de servi�os cancelado.
Lembramos que ela era uma profissional terceirizada e n�o tinha autoriza��o para falar em nome do estabelecimento.
Ressaltamos que o fato est� sendo apurado internamente com todo respeito a cultura �tnica.”
Higor registrou um boletim de ocorr�ncia na Pol�cia Civil de Minas Gerais (PCMG) contra o restaurante, a s�cia e a contadora. Ele tamb�m busca rescis�o e n�o foi trabalhar na segunda-feira (21/8), quando foi �s autoridades. A PCMG disse que ir� apurar os fatos.
Sobre o pedido de recis�o, o restaurante diz que "o colaborador continua no quadro de funcion�rios e a empresa informa que at� o momento n�o recebeu nenhum contato do colaborador. As medidas a serem tomadas a respeito da rescis�o est�o sendo estudadas e analisadas. Assim que forem definidas, a imprensa ser� comunicada."
*Estagi�rio sob a supervis�o do subeditor F�bio Corr�a