
Karla Celene conta que, no momento do sismo - 23h no hor�rio local (por volta das 19h no hor�rio de Bras�lia) -, estava em um hotel na cidade de Boulmande Dades, a 312 quil�metros de Marrakech e situada pr�xima da Cordilheira Atlas, epicentro do tremor.
A mineira lembra que “teve sorte” de ter deixado Marrakech no mesmo dia do terremoto, na manh� de sexta-feira, seguindo para Boulmande Dades.
Ela conta que dormia no hotel e acordou ao sentir o terremoto. “O que nos acordou foi o horror de vermos o quarto se mexer violentamente e o barulho, tamb�m assustador”, afirma a professora e escritora.
Karla Celene lembra que Montes Claros, onde mora, tamb�m j� teve sequ�ncia de abalos s�smicos, mas de baixa intensidade, “terremotos t�midos” - o maior deles foi registrado em 19 de maio de 2011, de 4,5 graus na escala Richter, que atingiu 60 casas. "Do que conhe�o como terremoto, s�o os que chamamos de 'terremoc', nossos, t�midos terremotos. Mas o que v�amos acontecer em nosso quarto (no Marrocos) foi diferente”, relata a brasileira.
“Era como se o tremor dissesse: "Aqui mando eu”. (Tive) uma sensa��o de total impot�ncia, uma coisa surreal”, disse a professora e escritora.
Ela conta que, imediatamente ap�s o terremoto, junto com uma companheira de viagem, saiu do quarto do hotel. “Vestimos as roupas apressadamente. Lembrei de, junto ao passaporte, pegar celular e carregador. Pensei no horror de minha fam�lia sem comunica��o direta da minha parte. Por isso, (peguei) o celular”, relembra.
“Corremos para fora do hotel e encontramos outros h�spedes. Uns de camisola, pijama, enrolados em Len��is”, conta. “Alguns dormiram dentro de carros ou �nibus. Peguei travesseiro e, como outros, me deitei no porta-mala do �nibus. Sabendo que a noite seria longa e insone”, completa.
“No dia seguinte, aliviados por estarmos vivas, agradecemos a Deus: mais uma li��o do quanto devemos ser humildes”, afirma Karla Celene Campos.
No s�bado (9/9), a mineira seguiu viagem pelo deserto do Saara. Ela publicou mensagens na redes sociais, agradecendo por ter sobrevivido ao terremoto. “Agora estou bem. Lamento os que n�o sobreviveram e pe�o a Deus que os receba e que console familiares. E que n�s, humanos, aprendamos as li��es que a vida e a m�e natureza n�o param de nos ensinar”, declarou.
“Vida que segue. Esquecer uma experi�ncia assim jamais. Vivenciar o que ontem vivenciamos � li��o para a vida inteira. Mostra nossa impot�ncia e, principalmente, a necessidade de rever valores”, afirmou Karla Celene, que tamb�m recebeu muitas mensagens de apoio de amigos.