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Estado de Minas SA�DE

Pacientes n�o conseguem atendimento no Risoleta Neves

Estimativa � de que, na manh� deste s�bado, dentro da �rea de consult�rios havia 140 pessoas e na entrada do Pronto Socorro, mais 40


14/10/2023 08:30 - atualizado 14/10/2023 13:26
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Noite de horror para os pacientes que procuraram o Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte desde essa sexta-feira (13). Segundo pessoas que procuraram o hospital, h� falta de m�dicos e durante a madrugada poucos p pacientes foram atendidos.


Francielle, contorcendo-se de dor
Francielle, contorcendo-se de dor (foto: Jair Amaral/EM/D. A. Press)
A tosadora Franciele Cristine Nascente Ferreira, de 25 anos, estava do lado de fora do hospital, agachada, encostada numa parede. “Estou morrendo de dor na barriga. Cheguei aqui cedo, por volta de 6h, mas n�o me atenderam. N�o suporto mais”, diz ela, com l�grimas escorrendo pelo rosto.


Do lado de dentro, com o p� inchado e enrolado por uma faixa, est� Gleisson Carlos dos Santos, de 47 anos, trabalhador aut�nomo, que contou estar no hospital desde as 17h de ontem. “Estou com muita dor. Eles n�o me atendem. Dizem que tem de esperar.

Com dor nos rins, o a�ougueiro Jo�o Vitor da Cruz, de 22 anos, diz que est� no hospital desde 18h dessa sexta. “� um total descaso com a gente, paciente. N�o se importam. Mas tenho de esperar, pois n�o tenho outro lugar pra ir”.

A professor Henriete Cristina Rodrigues, de 55 anos, conta que chegou �s 2h da madrugada de hoje. Ela sente dor nas costas, mas relata uma situa��o t�o grave quanto n�o ser atendida. “Tem gente com fome aqui, como eu, por exemplo. S� que n�o posso arriscar a ir � lanchonete, para fazer um lanche nesse �nterim, ser chamada. A�, perderia a minha vez. V�rias pessoas est�o na mesma situa��o”.


Mailsa dos Santos de Jesus � lojista e tem um tumor na cabe�a. "Cheguei de manh�zinha. Estou com muita dor, tanto, que n�o consegui ir trabalhar. Me colocaram assentada, aqui, dizendo que iriam me chamar. Mas j� s�o 10h, e nada”.


Wellington e o sogro na cadeira de rodas
Wellington e o sogro na cadeira de rodas (foto: Jair Amaral/EM/D. A. Press)
O banc�rio Wellington Alves, de 52 anos, estava com o sogro, o aposentado Jos� Marques, de 82 anos. “Ele est� paralisado da cintura para baixo. � um caso de emerg�ncia. N�o est� tendo circula��o de sangue nas pernas, pois elas est�o frias. Foi atendido, anteriormente, aqui, e disseram que qualquer coisa, dever�amos voltar com urg�ncia. Pois chegamos aqui e nada de atendimento”.

As pessoas que v�o ao guich� e pedem informa��o s�o encaminhadas � triagem para perguntar. O paciente vai at� o local e a resposta � sempre igual, “tem de aguardar, se quiser ser atendido, ou ent�o, pode ir embora”, responde um funcion�rio.


Gleisson tenta mais uma vez ser atendido. Diz que j� est� no hospital desde a noite anterior. A resposta, mais uma vez, � a mesma: “Tem de esperar”. Ele questiona, e o funcion�rio do hospital diz: “N�o tem jeito. Aguardar � a �nica solu��o. Estamos com 140 pacientes sendo atendidos ou aguardando l� dentro”. Diz isso, e fecha a porta. Gleisson volta a sentar-se numa das cadeiras -ali�s, o espa�o de espera est� lotado.

Revolta

Muitos dos pacientes que chegaram do Risoleta Neves no final da tarde de quinta ainda aguardam por atendimento
Muitos dos pacientes que chegaram do Risoleta Neves no final da tarde de quinta ainda aguardam por atendimento (foto: Jair Amaral/EM/D. A. Press)

Teve gente que, cansada de esperar, deixou o hospital e procurou ajuda numa UPA, em Venda Nova. Foi o caso de Marcos Ant�nio Oliveira Jorge, que chegou ao hospital com a m�e, Maria Neide, de 72 anos, enfartando.


“Cheguei e expliquei, que inclusive, ela estava na fila do SUS para a troca de stent. Perguntaram o nome e mandaram esperar. Reclamei e disseram que n�o havia m�dicos dispon�veis. Que havia apenas um e que ele estava ocupado.”


Foi quando ele chamou o irm�o, Marcelo, e juntos resolveram levar a m�e para a UPA. “Ela �a morrer. Carregamos ela e a levamos para a UPA. Chegando l�, atenderam de imediato. Levaram para a emerg�ncia. Imagine voc� carregando sua m�e e ela chorando. Isso revolta”, diz Marcos Ant�nio.


Dona Maria Neide permanece na UPA, mas segundo o filho, est� estabilizada. “Agora, estamos aguardando qual ser� a decis�o dos m�dicos, mas aqui, ela est� bem olhada. Fico mais tranquilo”.


O Hospital Risoleta Neves enviou nota ao ESTADO DE MINAS.


“O Hospital Risoleta Tolentino Neves est� vivenciando, nos �ltimos meses, um cen�rio de superlota��o, inclusive sendo noticiado pela imprensa.


O n�mero para o bom funcionamento do Pronto-Socorro s�o 90 pacientes e acima desse quantitativo o Plano de Capacidade Plena � acionado, com medidas para um contexto de satura��o.


Hoje (14/10), �s 7h, haviam 133 pacientes em atendimento dentro do Pronto-Socorro. 


Infelizmente, a alta demanda impacta no tempo de espera e nas condi��es de atendimento. Mas ressaltamos que as equipes t�m se esfor�ado para prestar uma assist�ncia segura e qualificada com os recursos dispon�veis.  


A saber, a classifica��o dos atendimentos � feita seguindo o Protocolo de Manchester, a partir dos sinais e sintomas dos pacientes, sendo priorizados os casos de emerg�ncia (pulseira vermelha), muito urgentes (pulseira laranja) e urgentes (pulseira amarela). 


Al�m da gravidade, os usu�rios s�o direcionados para as especialidades conforme suas demandas de sa�de. Ressaltamos que a superlota��o no Risoleta � comum � de outros hospitais com Pronto-Socorro e UPAs, relacionada � insuficiente capacidade dos leitos de retaguarda, sazonalidade de doen�as, perda de capacidade das fam�lias de manterem planos de sa�de, entre outros fatores. 

 

O Risoleta � o �nico Hospital Geral da regi�o, refer�ncia em urg�ncia e emerg�ncia para cerca de 1,5 milh�o de habitantes do Eixo Norte de BH e dos munic�pios vizinhos.”


 


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