
Com o objetivo de valorizar a cultura popular, a comunidade e a arte contempor�nea, o evento entregou � cidade mineira obras permanentes de renomados nomes da street art mundial, como Eduardo Kobra, Z�h Palito, Mag Magrela e o italiano Millo. O MAPA ocorreu entre os dias 15 e 19 de outubro e foi uma realiza��o da Prefeitura de Itabira e Associa��o Cultural Casinha, com produ��o e curadoria da P�blica Ag�ncia de Arte e parceria do Consulado da It�lia em Belo Horizonte.
Na segunda realizada por ele em terras mineiras, ap�s imagem no Centro de Belo Horizonte, o artista fez refer�ncia a Carlos Drummond de Andrade e pintou 240 m² em uma das empenas do Hotel IT, localizado na Avenida Duque de Caxias, no Centro da cidade. No mural, � poss�vel ver o escritor itabirano pintado no estilo �nico de street art tridimensional de Kobra acompanhado por alguns versos do poeta.
De acordo com o artista, a mais nova empena de Minas Gerais cumpre com o objetivo da arte de falar de hist�ria e mem�ria. “Estar em Itabira � algo muito especial, e essas conex�es hist�ricas s�o realmente o que me movem. Poder transformar a cidade por meio da pintura, � algo muito gratificante”, afirma.
Para Kobra, a arte de rua, por conversar com o p�blico mais jovem, serve tamb�m para passar mensagens, despertar o interesse em conhecer, pesquisar e entender melhor sobre a hist�ria do munic�pio, o que considera importante. Ele completa: “Al�m disso, eu tamb�m aprendo muito nesse processo, nas cidades onde estou e com as hist�rias dos personagens dos quais eu retrato. E por meio da arte p�blica, conseguimos levar essas refer�ncias e grandes �cones para um maior n�mero de pessoas”.
Outras interven��es
Al�m da obra de Kobra, Itabira recebeu mais sete murais, o que representa 900 m² de �rea pintada e com aproximadamente em 50 horas de trabalho em cada pintura. Entre um desses murais est� a arte “A fuga da Terra”, feita pela artista Mag Magrela, conhecida por retratar figuras femininas que expressam melancolia e morbidez.

“A arte p�blica � democr�tica, acaba abrindo esse lugar de debate de v�rios temas e cria outro olhar para a cidade. Muito importante que esses festivais aconte�am, tanto para a popula��o quanto para os artistas, para que possamos dar continuidade ao nosso trabalho e fortalecer a cena da arte como um todo”, finaliza.
Al�m de Mag e Kobra, o Centro de Itabira recebeu ainda as pinturas dos artistas italiano Millo, que veio a Belo Horizonte ap�s a apresenta��o no MAPA, localizada na avenida Jo�o Pinheiro, e Z�h Palito na Travessa da Sa�de. Outros artistas locais tamb�m foram selecionados como Annosca, Confuso, Gus Pucci e Lolly e Lourena que pintaram o muro da EEMZA, uma das principais escolas de Itabira. Al�m disso, como surpresa, dois murais dos artistas Drin Cortes e Thiago Alvim foram inaugurados, localizados no Hotel Itabira - R. Tiradentes, 113, Centro e na Av. Jo�o Pinheiro, 634, Centro, respectivamente.
Duas instala��es p�blicas, tamb�m em homenagem ao poeta itabirano, foram feitas por Raquel Bolinho e Carlos Bracher. Bolinho fez uma escultura de 3,2 m de altura que representa Drummond menino e ficar� instalada de forma permanente na Pra�a da EEMZA. Trata-se da primeira instala��o feita por um grafiteiro brasileiro para ser exibida permanentemente em um mesmo local.

Inspirado pela oposi��o de Drummond contra a minera��o e destrui��o do Pico do Cau�, Bracher ilustrou o pico antes e depois da destrui��o. Com grandes dimens�es e pensada especificamente para a fachada da Funda��o Cultural Carlos Drummond de Andrade, no Centro, a obra ficar� em exibi��o local por um m�s.
“Estamos muito felizes com a primeira edi��o do MAPA, que certamente ajudou a colocar Itabira no mapa da arte urbana brasileira. A gente conseguiu fazer uma entrega linda, com mais de sete obras permanentes, transformando a cidade numa grande galeria a c�u aberto, em um circuito de arte p�blica que � poss�vel ser feito totalmente � p�”, comenta Juliana Flores, uma das curadoras do MAPA.
De acordo com ela, o festival teve um impacto positivo na cidade e ajudou a construir uma nova identidade para o munic�pio. “Se Itabira foi desenvolvida com sua hist�ria atrelada � minera��o e tamb�m claro, marcada pelo seu itabirano mais famoso, Drummond, que foi homenageado em algumas obras do MAPA, hoje a Itabira est� olhando para o futuro e construindo uma cidade mais acolhedora, mais afetiva, uma cidade que quer sonhar, quer construir uma hist�ria que transcende a minera��o, que valoriza seu povo, sua origem e sua diversidade. E eu acho que o MAPA, esse grande circuito de arte p�blica, colabora para isso”, finaliza.
Al�m das pinturas, o evento contou com uma programa��o ampla, gratuita e para p�blicos de todas as idades. Foram realizadas oficinas de grafitti com Bolinho e Mag Magrela, que gerou mais um mural, pintado coletivamente pelos participantes, bate-papo do projeto “Sempre Um Papo” com o muralista Kobra, interven��es urbanas e oficina de Tagtool (desenho com luz), com o VJ Suave, interven��es po�ticas e sarau de poesia. O encerramento do MAPA contou com uma festa de encerramento de sete horas de programa��o com dois DJ’s, Batalha de Freestyle e quatro shows, entre eles Mac Julia e Lamparina.
De acordo com a organiza��o do festival, cerca de 80 mil pessoas foram impactadas indiretamente pelas obras, cerca de 60 profissionais foram contratadas de forma direta, sendo que 50% profissionais naturais ou residentes de Itabira, e cerca de 70 fornecedores foram envolvidos, sendo mais de 60% de Itabira.
“Para Itabira, o Mapa � um divisor importante para o que estamos construindo. O evento � um sucesso estrondoso, com repercuss�o nacional e o nome da cidade sendo divulgado nos quatro cantos do pa�s. A popula��o teve contato com grandes nomes das artes urbanas, artistas da cidade puderam contribuir tamb�m com essa constru��o coletiva. � a confirma��o da voca��o de Itabira como um ambiente cultural e tur�stico e um marco para uma cidade que busca uma nova reinven��o. Estamos muito satisfeitos com todo o legado do Mapa e j� pensando o evento do ano que vem”, acrescenta o prefeito de Itabira, Marco Ant�nio Lage.