A Ar�bia Saudita lan�ou uma maci�a opera��o de seguran�a nesta sexta-feira, em uma amea�adora demonstra��o de for�a para dissuadir os manifestantes de levar adiante o plano de celebrar um "Dia de F�ria" para pressionar a ado��o de reformas democr�ticas no reino conservador.
Manifesta��es ilegais estavam previstas para o meio-dia, depois das ora��es desta sexta-feira, dia santo para os mu�ulmanos, mas enquanto as mesquitas se esvaziavam n�o havia sinais de passeatas e as for�as de seguran�a controlavam postos de controle em localiza��es chave de v�rias cidades.
(foto: REUTERS/Stringer)
No estrag�gico centro comercial Olaya, na capital Riad, onde manifestantes foram convocados a se reunir, centenas de membros de seguran�a cercaram uma mesquita e examinavam os documentos dos motoristas.
Cl�rigos faziam serm�es contra as manifesta��es, dizendo que a agita��o p�blica era injustificada segundo os ensinamentos isl�micos e s� espalhariam o caos.
Na internet, ativistas usaram Facebook e Twitter para convocar um "Dia de F�ria" e uma "Revolu��o Saudita 11 de mar�o", pedindo a elei��o de um Parlamento e de um governante nesta monarquia conservadora isl�mica. Outros ativistas convocaram, tamb�m usando o Facebook, protestos nacionais para 20 de mar�o.
O minist�rio da Informa��o levou jornalistas para um tour por Riad, que revelou apenas uma forte presen�a das for�as de seguran�a, sem sinais de manifesta��es.
A cidade portu�ria de Jid�, no Mar Vermelho, a segunda maior cidade saudita, tamb�m estava calma com um n�mero significativo de policiais nas ruas.
A tens�o era elevada na cidade de Al-Qateef, na prov�ncia oriental, onde tr�s manifestantes xiitas foram alvejados e feridos por policiais que dispersavam um protesto na noite de quinta-feira.
Os disparos foram feitos quando de 600 a 800 manifestantes, todos xiitas e incluindo mulheres, tomaram as ruas da cidade de Al-Qateef para exigir a liberta��o de nove prisioneiros xiitas, disse uma testemunha, que pediu para ter sua identidade preservada.
Um pequeno protesto pedindo reformas e a liberta��o de prisioneiros xiitas tamb�m ocorreu na sexta-feira, disse uma testemunha � AFP, mas n�o houve informes de viol�ncia.
A Ar�bia Saudita, com cerca de um quarto das reservas de petr�leo do mundo, � chave para a seguran�a no Oriente M�dio e sinais de instabilidade no reino s�o nervosamente monitorados pelos Estados Unidos e por outras pot�ncias.
At� agora, o reino tem sido poupado da rebeli�o pol�tica que tomou de assalto pa�ses vizinhos como o I�men e varreu do poder lideran�as autocr�ticas de Egito e Tun�sia.
O ativista de direitos humanos Fuad al-Farhan disse que o povo saudita quer mudan�as, mas "n�o est� pronto para se revoltar".
"Isto explica porque as convoca��es de protestos fracassaram miseravelmente", disse.
Os ativistas pedem reformas amplas, como a ado��o de um governo representativo, um judici�rio independente, a aboli��o da pol�cia secreta, a liberta��o de todos os prisioneiros pol�ticos e garantia de liberdade de express�o.
Na �rea econ�mica, pedem um sal�rio m�nimo de 10.0000 rials (US$2.667) e trabalho em um pa�s onde a taxa de desemprego � de 10,5% e chega a cerca de 30% na popula��o com idades entre 20 e 29 anos.
A origem da inquieta��o deve-se, em parte, � distribui��o desigual da riqueza derivada do petr�leo, enquanto cerca de 40% da popula��o vivem em relativa pobreza.
Ao retornar de uma cirurgia nos Estados Unidos no m�s passado, o rei Abdullah decretou benef�cios estimados em mais de US$ 30 bilh�es nas �reas de habita��o e seguro-desemprego.