Quatro dias ap�s ser atingido pelo pior terremoto de sua hist�ria recente, o Jap�o continua sendo sacudido por sucessivos tremores de terra. S� nas primeiras horas desta segunda-feira, a ag�ncia americana de pesquisa geol�gica (USGS) registrou 17 ocorr�ncias acima de 5 pontos de magnitude. O maior deles, por volta das 16h locais (madrugada no Brasil), atingiu 6,1 na escala Richter.
Entre a �ltima sexta-feira - quando um terremoto de 9 pontos seguido de um tsunami deixou milhares de desaparecidos, um n�mero ainda incerto de mortos e danificou uma usina nuclear - e esta manh�, j� foram registrados 249 tremores de magnitude maior que 5. A maioria deles (118) na pr�pria sexta-feira. Em compara��o, na v�spera da trag�dia, houve apenas cinco ocorr�ncias. A lista � muito maior quando considerados os tremores de menor intensidade.
Segundo o chefe do Observat�rio Sismol�gico da Universidade de Bras�lia (UnB), Lucas Vieira Barros, um tremor de magnitude 5 � algo moderado, mas que, dependendo da localiza��o de seu epicentro, pode produzir graves danos. Ainda segundo Barros, os chamados abalos secund�rios, ou r�plicas, s�o esperados e devem diminuir aos poucos j� que as placas rochosas que formam a crosta terrestre, e cujo deslocamento provoca os tremores, tendem a se acomodar em um novo ponto de equil�brio. De acordo com Barros, isso reduz as chances de que um novo tremor de igual intensidade ocorra nos pr�ximos dias.
De acordo com Barros, as r�plicas, em tese, podem atingir uma magnitude at� 1,2 grau menor que o sismo principal. Portanto, segundo ele, no Jap�o seria poss�vel a ocorr�ncia de um novo terremoto de at� 7,6 pontos de magnitude, "embora isso seja pouco prov�vel", pondera Barros. "Dificilmente isso vai acontecer no mesmo local porque as for�as que poderiam liberar a energia necess�ria para que isso ocorra j� foram liberadas. Se um outro de magnitude semelhante vier a acontecer, ser� em outro local".
Jos� Roberto Barbosa, t�cnico do Grupo de Sismologia da Universidade de S�o Paulo (IAG-USP), tamb�m considera dif�cil o Jap�o voltar a ser atingido por um terremoto de igual ou maior magnitude, mas previne que n�o � poss�vel prever como a natureza ir� se comportar. "Dificilmente acontecer� um terremoto maior que este de sexta-feira. E, se acontecer, ele deixar� de ser uma r�plica para se tornar o tremor principal, enquanto o de sexta-feira passar� a ser visto como um terremoto premonitor", explicou Barros, lembrando que na quarta-feira da semana passada j� havia ocorrido um terremoto de 7,2 pontos pr�ximo � costa japonesa.
"No Jap�o, terremotos acontecem o tempo todo. Nos dias que antecederam o que causou toda esta destrui��o ocorreram uma s�rie de tremores que eles entenderam como natural. Este mesmo de 7,2 assustou as pessoas, mas como n�o causou nenhum problema, foi interpretado como mais um tremor forte. Ningu�m podia imaginar que dois dias depois fosse acontecer um terremoto cem vezes mais potente", disse Barbosa.
