O presidente do I�men Ali Abdullah Saleh demitiu todo o seu gabinete neste domingo, em meio a crescentes protestos no pa�s contra seu governo. Neste domingo, milhares de pessoas foram �s ruas na capital, Sanaa, e em outras cidades, para protestar durante os funerais de dezenas de manifestantes.
O I�men � mais um dos pa�ses a ser atingido pela onda de protestos pr�-democracia no Oriente M�dio e norte da �frica. Tamb�m neste domingo, pessoas tomaram as ruas na S�ria e no Marrocos em protestos contra o uso de artilharia contra manifestantes.
Na �ltima sexta-feira, oficiais das for�as de seguran�a � paisana atiraram em ativistas pr�-democracia no I�men, deixando pelo menos 45 mortos. Os protestos j� duram um m�s.
Horas antes da decis�o do presidente Saleh de demitir seus oficiais de governo, o embaixador do pa�s nos Estados Unidos, Abdullah al-Saidi, renunciou ao cargo em protesto contra a morte dos manifestantes.
Antes dele, os ministros dos Direitos Humanos e do Turismo, o chefe da ag�ncia de not�cias estatal, o embaixador iemenita no L�bano e diversos l�deres do partido dominante deixaram seus cargos pelo mesmo motivo.
Apesar da demiss�o em massa, o presidente pediu aos funcion�rios do gabinete que permane�am em seus cargos at� que um novo governo seja nomeado, segundo a ag�ncia de not�cias oficial.
Neste domingo, manifestantes se reuniram em protesto em uma pra�a perto da Universidade de Sanaa. Eles participam dos funerais dos mortos na �ltima sexta-feira e pedem a retirada do presidente Saleh, no poder h� 32 anos.
Saleh decretou estado de emerg�ncia no pa�s ap�s o confronto com manifestantes e negou que os atiradores pertenciam �s for�as de seguran�a, mas foi acusado pela oposi��o de presidir um "massacre".
Desde o in�cio das manifesta��es, ele prometeu reformas pol�ticas e disse que n�o tentar� a reelei��o em 2013, mas tamb�m afirmou que defender� seu regime "com cada gota de sangue".
Tumulto na S�ria
As for�as de seguran�a da S�ria tamb�m abriram fogo contra manifestantes anti-corrup��o neste domingo, na cidade de Daraa, no sul do pa�s. Pelo menos uma pessoa foi morta e diversas ficaram feridas.
No terceiro dia consecutivo de protestos no pa�s, ativistas atearam fogo em diversos edif�cios da cidade, segundo testemunhas. H� relatos de que um dos edif�cios era a sede do partido Baath, do presidente Bashar al-Assad, que domina o pa�s h� quase 50 anos.
Na �ltima sexta-feira, quatro manifestantes s�rios foram mortos pela pol�cia. Eles pedem a liberta��o de prisioneiros pol�ticos, a demiss�o de oficias envolvidos na morte dos quatro ativistas e o fim das leis de emerg�ncia que est�o em vigor no pa�s h� 48 anos.
Neste domingo, os protestos come�aram depois que uma delega��o do governo chegou a Daraa para expressar condol�ncias �s fam�lias dos mortos em manifesta��es.
Segundo ativistas, a pol�cia usou g�s lacrimog�nio e artilharia para dispersar a multid�o. Outros relatos dizem que os manifestantes tomaram o centro da cidade de transformaram uma mesquita em hospital de emerg�ncia.
Eles dizem ainda que as estradas para Daraa foram bloqueadas e que helic�pteros militares sobrevoam a cidade.
Testemunhas disseram � BBC que a internet, a energia el�trica e parte do sistema de comunica��o est� bloqueado na cidade.
O governo disse que libertar� 15 crian�as detidas por fazer picha��es anti-governo em muros da cidade e anunciou uma redu��o de 3 meses na dura��o do servi�o militar obrigat�rio no pa�s.
A ag�ncia estatal de not�cias tentou explicar o uso de muni��o pelas for�as de seguran�a dizendo que instigadores vestidos como policiais se infiltraram e fizeram com que a pol�cia usasse viol�ncia contra os manifestantes.
Protestos acontecem em outras partes do pa�s, e ativistas de direitos humanos dizem que os participantes est�o sendo presos pelas autoridades locais.
Marrocos
No Marrocos, uma segunda onda de manifesta��es por reformas pol�ticas levou multid�es �s ruas na capital, Rabat, e nas cidades de Casablanca, Tanger e Agadir.
Os manifestantes pedem o fim da corrup��o e dizem que as reformas constitucionais prometidas pelo rei Mohammed 6º ap�s os protestos em fevereiro n�o foram suficientes.
O correspondente da BBC no Norte da �frica disse que o Marrocos tem muito em comum com outros estados �rabes que atualmente vivem tumultos – altas taxas de desemprego, m�s condi��es de moradia e poucas perspectivas para uma popula��o predominantemente jovem.
No entanto, a popularidade do rei diminuiu o descontentamento da popula��o at� ent�o.