A Uni�o Europeia se prepara para realizar uma grande limpeza em seu parque de usinas nucleares, com testes de seguran�a para eliminar, se necess�rio, as instala��es mais vulner�veis, a fim de limitar os riscos de um acidente como o ocorrido no Jap�o. "Se uma usina (francesa) n�o passar nesses testes, ela ser� fechada", garantiu o chefe de Estado franc�s Nicolas Sarkozy nesta sexta-feira, ao final de uma c�pula europeia em Bruxelas. Um grande compromisso, j� que a Fran�a opera 58 dos 143 reatores em atividade em 14 dos 27 pa�ses membros da UE.
Al�m disso, 34 destas instala��es possuem mais de 30 anos, como a usina de Fessenheim, perto de Mulhouse (leste), situada em uma zona s�smica e cujo fechamento � reivindicado h� anos por ambientalistas. A chanceler alem� Angela Merkel e o chefe do governo espanhol Jos� Luis Zapatero concordam. "N�s n�o podemos fingir que nada aconteceu" no Jap�o, destacou Merkel. A alem� j� decidiu suspender por tr�s meses o funcionamento de sete de 17 reatores do pa�s. "Se uma usina n�o passar no teste e ficar evidente que n�o podemos fazer nada, � l�gico que ela ser� fechada", explicou Zapatero. A Espanha tem seis usinas e nove reatores. Especialistas at�micos da Comiss�o Europeia e do Grupo de Reguladores Europeus ENSRG, uma inst�ncia independente criada em 2007, v�o se reunir a partir de segunda-feira para definir as normas e suas modalidades. As primeiras propostas s�o esperadas para abril e um cat�logo de crit�rios de seguran�a deve ser elaborado para os meses de junho, informou a Comiss�o. "Queremos as normas de seguran�as mais elevadas poss�veis", insistiu o presidente da UE, Herman van Rompuy. O comiss�rio de Energia Gunther Oettinger se disse convencido de que "v�rios reatores n�o satisfariam essas altas normas de seguran�a". Mas quem realizar� os testes e decidir� sobre a elimina��o de uma usina? A quest�o n�o foi resolvida, reconheceu o presidente da Comiss�o Europeia, Jos� Manuel Barroso. Os desafios s�o grandes. H� 24 projetos de reatores encaminhados na UE, desses, seis j� est�o em constru��o: dois na Bulg�ria, um na Finl�ndia, outro na Fran�a e os �ltimos dois na Eslov�quia. A Fran�a espera continuar a vender sua tecnologia nuclear e implementar os novos crit�rios de seguran�a para exportar. Mas o acidente na usina de Fukushima no Jap�o jogou um balde de �gua fria na energia at�mica e reavivou temores. Merkel afirmou que queria ver a Alemanha livre da energia nuclear o mais r�pido poss�vel e a It�lia iniciou um ano de reflex�o para decidir se ir� voltar ou n�o � atividade, abandonada em 1987 ap�s um referendo. O fim da energia nuclear n�o � para amanh�: "Cerca de 30% da eletricidade da Europa � proveniente de usinas nucleares e a energia vai continuar uma fonte de curto prazo, e tamb�m m�dio e longo", defendeu Gunther Oettinger. Ainda traumatizada pela cat�strofe de Chernobyl de 1986 na Ucr�nia, a UE quer tamb�m obrigar seus vizinhos a serem transparentes. "N�s devemos assegurar que todos na Europa" aceitam as normas estritas, afirmou Oettinger, e isso inclui os vizinhos Su��a, R�ssia, Ucr�nia, Belarus e at� mesmo a Turquia, onde tr�s projetos est�o saindo do papel.