Os participantes da confer�ncia ministerial sobre a L�bia chegaram nesta ter�a-feira em Londres a um consenso "por unanimidade" para dizer que "Kadhafi deve deixar o pa�s", em uma reuni�o marcada pela aus�ncia dos pa�ses �rabes.
"O consenso foi atingido. Os participantes da reuni�o disseram por unanimidade que Kadhafi deve deixar o pa�s", declarou � AFP o chefe da diplomacia italiana, Franco Frattini.
Apesar da unanimidade a que se referiu Frattini, n�o houve o consenso desejado por franceses e ingleses, j� que a reuni�o teve a not�vel aus�ncia de grande parte dos pa�ses �rabes.
No total, 36 pa�ses atenderam � convoca��o com seus ministros das Rela��es Exteriores.
Mas os pa�ses �rabes bateram em retirada. Apenas sete dos 24 pa�ses da Liga �rabe estavam presentes e representados n�o por seus ministros das Rela��es Exteriores, mas por embaixadores, � exce��o de Qatar e Emirados �rabes Unidos.
No comunicado final, foi anunciado que o Qatar, �nico pa�s �rabe a participar das opera��es na L�bia ao lado dos Emirados �rabes, ser� a sede da pr�xima reuni�o do "grupo de contato" criado durante a confer�ncia.
Ap�s a reuni�o, a Fran�a indicou que est� pronta para discutir com seus aliados uma ajuda militar aos rebeldes na L�bia, de acordo com seu ministro das Rela��es Exteriores, Alain Jupp�.
No entanto, Jupp� ressaltou que esse ponto n�o est� previsto nas recentes resolu��es da ONU sobre esse pa�s.
"Isso n�o est� previsto na resolu��o 1973, nem na resolu��o 1970. No momento, a Fran�a se at�m � estrita aplica��o dessas resolu��es. Dito isso, estamos prontos para discutir com nossos parceiros", declarou o ministro durante uma entrevista coletiva � imprensa.
Preocupados com o futuro l�bio, a maior parte dos pa�ses membros da Liga �rabe, como Arg�lia e Egito, que acaba de derrubar Hosni Mubarak, n�o estava representada nesta primeira reuni�o do "grupo de contato" sobre a L�bia.
O l�der da Liga �rabe, Amr Mussa, n�o aceitou o convite e foi representado por um simples embaixador, postura explicada por um diplomata eg�pcio pelo fato de a Otan ter assumido as opera��es militares e pelas incertezas que pesam sobre a situa��o da L�bia no futuro.
O apoio da Liga �rabe aos ocidentais foi fundamental para a ado��o da resolu��o 1973 do Conselho de Seguran�a, que autoriza os Estados membros da ONU a adotar "todas as medidas necess�rias" para proteger as popula��es civis.
"O fim do regime de Kadhafi est� pr�ximo", assegurou na abertura da reuni�o o primeiro-ministro e ministro qatariano das Rela��es Exteriores, xeque Hamad Ben Jassem bin Jabr al-Thani.
A Uni�o Africana estava ausente, embora o presidente da Comiss�o da UA, Jean Ping, tenha sido anunciado como presen�a certa na segunda-feira.
Outra aus�ncia sentida foi a do povo l�bio. O Conselho Nacional de Transi��o, contr�rio ao regime de Muamar Kadhafi n�o participou do primeiro encontro, apesar das press�es da Fran�a nesse sentido.
Ahmad Jibril, que representa o Conselho Nacional de Transi��o (CNT) no exterior, intensificou, no entanto, as reuni�es paralelas � reuni�o oficial com os l�deres da diplomacia americana, Hillary Clinton, e com Alain Jupp�.
Em um comunicado, o CNT apresentou a sua "vis�o" da era p�s-Kadhafi, considerando que "n�o h� alternativa ao estabelecimento de uma sociedade livre e democr�tica, que deve ser alcan�ada atrav�s do di�logo, da toler�ncia, da coopera��o, da coes�o nacional e da participa��o ativa de todos os seus cidad�os".
"Ap�s a derrota do regime ilegal de Kadhafi, o Conselho de Transi��o ter� v�rias obriga��es: reda��o de uma nova Constitui��o, forma��o de partidos pol�ticos, direito dos cidad�os de votar nas elei��es legislativas e presidencial, e condena��o do terrorismo", indica o comunicado.
Seus termos permanecem vagos, no momento em que os combates s�o mantidos e em que o l�der l�bio n�o parece estar disposto a tomar o caminho do ex�lio, como pedem v�rios l�deres mundiais.
Perguntado sobre as implica��es de um eventual ex�lio de Kadhafi, Franco Frattini ressaltou que "isso n�o significa imunidade".
"N�o podemos dizer, n�o queremos dizer isso, porque imunidade seria a viola��o do estatuto de Roma", texto fundador do Tribunal Penal Internacional (TPI), afirmou Frattini.