Um relat�rio divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Mundial afirma que a viol�ncia � a principal limita��o para que pa�ses alcancem os Objetivos de Desenvolvimento do Mil�nio.
Os objetivos s�o metas estabelecidas pela ONU para reduzir pobreza, fome, morte de m�es e crian�as, moradia inadequada, desigualdade entre os sexos e degrada��o ambiental at� 2015.
Segundo o "Relat�rio sobre o Desenvolvimento Mundial de 2011: Conflito, Seguran�a e Desenvolvimento", lan�ado em Washington, uma em cada quatro pessoas no mundo (ou 1,5 bilh�o de habitantes) vive em pa�ses afetados por "repetidos ciclos de viol�ncia pol�tica e criminosa". "Nenhum pa�s fr�gil e de baixa renda afetado por conflitos alcan�ou at� hoje um �nico Objetivo do Mil�nio", diz o Banco Mundial.
Segundo o estudo, em pa�ses onde h� viol�ncia prolongada, as taxas de pobreza s�o, em m�dia, 20 pontos percentuais mais altas que em outras na��es.
O relat�rio diz que pa�ses que passaram por conflitos violentos costumam enfrentar "repetidas ondas de instabilidade e viol�ncia pol�tica e criminal" e afirma que mais de 90% das guerras civis na d�cada de 2000 ocorreram em pa�ses que j� haviam enfrentado uma guerra civil nos 30 anos anteriores.
Al�m disso, de acordo com o documento, o efeito da viol�ncia se espalha para outras �reas mais est�veis por meio de fluxos de refugiados, redes criminosas, tr�fico de drogas, doen�as epid�micas e choques nos pre�os de produtos b�sicos, como o petr�leo. O Banco Mundial afirma que nas quatro semanas que se seguiram � crise na L�bia os pre�os mundiais do petr�leo subiram 15%.
Solu��es
O Banco Mundial diz que para quebrar esses ciclos de viol�ncia "� crucial fortalecer a governan�a e as institui��es nacionais leg�timas para proporcionar seguran�a, justi�a e empregos".
O desemprego de jovens � apontado como um dos principais fatores causadores da viol�ncia, ao lado da desigualdade entre grupos sociais, �tnicos, regionais ou religiosos, choques econ�micos, e infiltra��o de redes de tr�fico.
De acordo com o Banco Mundial, � necess�ria tamb�m uma adapta��o dos mecanismos de assist�ncia internacional. "O sistema atual de institui��es diplom�ticas, de seguran�a e de desenvolvimento, criado para solucionar os problemas de guerras civis e interestaduais, ajudou muitos pa�ses a se recuperarem de conflitos. Mas n�o � muito bem adaptado � realidade atual dos ciclos repetidos de instabilidade e riscos de viol�ncia criminal e pol�tica", diz o texto.
O relat�rio diz que � preciso, entre outros pontos, reformar os procedimentos de ag�ncias internacionais para responder mais rapidamente e renovar os esfor�os de coopera��o entre pa�ses de renda baixa, m�dia e alta.
Exemplos do Brasil
Em mais de 350 p�ginas, o documento cita iniciativas bem-sucedidas em alguns pa�ses, entre eles o Brasil. O programa "Fica Vivo", implementado em Minas Gerais, com foco em apoio social, educa��o e esportes para jovens e no estabelecimento de uma rela��o de confian�a entre a pol�cia e a comunidade, � citado pelo sucesso na redu��o no n�mero de homic�dios.
O relat�rio tamb�m destaca o papel do Brasil no comando da miss�o de paz da ONU no Haiti. Segundo o Banco Mundial, nos �ltimos anos foi observado um aumento da participa��o de novos pa�ses de renda m�dia e alta como doadores, investidores e parceiros diplom�ticos e comerciais de pa�ses afetados por viol�ncia e conflito, como � o caso do Brasil no Haiti.
O documento afirma que esses novos pa�ses "trazem consigo recursos adicionais, li��es de suas pr�prias transi��es econ�micas e institucionais e fortes conex�es regionais".
"Aprender a partir das transforma��es recentes em pa�ses de renda m�dia pode ser particularmente valioso", diz o texto, ao citar ainda a experi�ncia da organiza��o n�o-governamental brasileira Viva Rio na favela de Bel Air, na capital haitiana. Segundo o relat�rio, a organiza��o usou sua experi�ncia de trabalho em favelas no Rio para ajudar a reduzir a viol�ncia armada em Porto Pr�ncipe.