
A operadora da usina nuclear de Fukushima, Tokyo Electric Power (Tepco), disse neste domingo que precisar� de nove meses para controlar a crise nuclear originada ap�s o tsunami e o terremoto de 11 de mar�o.
O presidente da empresa, Tsunehisa Katsumata, disse em uma entrevista coletiva em T�quio que a companhia precisar� de tr�s meses para conter os vazamentos e de nove para resfriar totalmente os reatores.
Enquanto isso, o plano � permitir �s fam�lias evacuadas do entorno da usina que voltem �s suas casas o mais r�pido poss�vel. "Pedimos sinceras desculpas pelo transtorno. Estamos fazendo o poss�vel para evitar que a crise piore", disse Katsumata.
Na sexta-feira, a medi��o dos n�veis de radia��o no mar pr�ximo do reator n�mero 2 da usina registrou 6,5 mil vezes o limite legal, comparado a 1,1 mil vezes al�m do limite legal medido apenas um dia antes.
O registro gerou preocupa��es com a possibilidade de um novo vazamento na estrutura. Desde o in�cio do desastre, os t�cnicos t�m sido impossibilitados de entrar nos edif�cios dos reatores.
Neste domingo, a empresa enviar� dois rob�s controlados por controle remoto para os edif�cios a fim de medir o n�vel de radia��o e a temperatura do lado de dentro.
Os rob�s da firma brit�nica QinetiQ s�o controlados por um joystick como o de videogames e podem realizar tarefas como limpeza de detritos, demoli��o e teste de radia��o.
Crise
O rep�rter da BBC Roland Buerk, que est� em T�quio, disse que a prioridade absoluta da Tepco � interromper o vazamento de �gua radioativa para o Oceano Pac�fico.
Entretanto, disse o rep�rter, h� d�vidas sobre se nove meses s�o suficientes para a empresa resfriar os reatores afetados em Fukushima.
O governo japon�s tem pressionado a Tepco a liberar um cronograma de resolu��o da crise, agora classificada no mesmo n�vel de gravidade que o desastre de Chernobyl, em 1986.
Analistas estimam que a conta de recupera��o pode chegar a US$ 300 bilh�es – o desastre mais caro da hist�ria –, mas o governo japon�s afirma que o valor � exagerado.
Na sexta-feira, a Tepco anunciou que come�ar� a indenizar moradores que tiveram de deixar suas casas ou ficar trancados em casa por conta da crise nuclear.
Quase 14 mil pessoas morreram nos desastres e outras 14 mil est�o desaparecidas. No plano diplom�tico, continuam as demonstra��es de solidariedade com o Jap�o.
A secret�ria americana de Estado, Hillary Clinton, disse em uma breve visita ao pa�s que acredita na capacidade dos japoneses de emergir desta crise como fez ap�s a Segunda Guerra Mundial.
Hillary foi recebida pelo primeiro-ministro, Naoto Kan, e se encontrou com o imperador Ahikito no Pal�cio Imperial, um privil�gio normalmente apenas concedido a chefes de Estado.
Os EUA enviaram in�meros navios e aeronaves, assim como 20 mil soldados para ajudar nos esfor�os de emerg�ncia.
Brasil
No s�bado, o ministro das brasileiro das Rela��es Exteriores, Antonio Patriota, tamb�m levou uma mensagem de solidariedade ao povo e ao governo japon�s.
Ele disse que o Brasil quer participar de perto da reconstru��o do pa�s atrav�s da "intensifica��o da nossa parceria econ�mica, atrav�s de la�os comerciais mais estreitos e de coopera��o em diversas outras �reas, principalmente a tecnol�gica".
Durante uma entrevista coletiva de imprensa, o chanceler japon�s, Takeaki Matsumoto, prometeu manter informado o governo brasileiro sobre o problema nuclear na usina de Fukushima e pediu uma redu��o das restri��es brasileiras �s importa��es de produtos japoneses, sobretudo alimentares.
Patriota garantiu que o Brasil n�o est� adotando medidas mais restritivas do que outros pa�ses, e que o Brasil est� se baseando em crit�rios acordados pela Organiza��o das Na��es Unidas para Agricultura e Alimenta��o (FAO) e pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) para restringir a importa��o de alguns produtos japoneses.