Acusa��o contra diretor do FMI gera teorias conspirat�rias na Fran�a

A tese de um “compl�” contra o socialista Dominique Strauss-Kahn, diretor-geral do Fundo Monet�rio Internacional, detido nos Estados Unidos ap�s ser acusado de agress�o sexual, est� sendo evocada na Fran�a por membros da esquerda e tamb�m da direita e se espalhou pela internet.

A not�cia da suposta tentativa de estupro de uma camareira em um hotel em Nova York provocou um tsunami no cen�rio pol�tico franc�s a pouco menos de um ano das elei��es presidenciais.

Strauss-Kahn, ou DSK, como � chamado pelos franceses, � o grande favorito em todas as pesquisas de inten��o de voto, embora ele n�o fosse ainda oficialmente candidato.

O mist�rio envolvendo sua eventual candidatura nas prim�rias do Partido Socialista movimenta a imprensa francesa h� meses e deveria acabar em breve. O prazo para oficializar a candidatura a essa vota��o interna do partido vai do final de junho a meados de julho.

Logo ap�s o in�cio do esc�ndalo, uma representante da direita francesa, Christine Boutin, presidente do Partido Democrata Crist�o, foi uma das primeiras a sugerir a tese de um “compl�” contra DSK, afirmando que o socialista teria sido v�tima de uma “armadilha” que poderia ter sido plantada pela esquerda, pela direita ou at� mesmo pelo FMI.

"Casca de banana"

Outro membro da direita, Dominique Paill�, que foi porta-voz do partido UMP, do presidente Nicolas Sarkozy, evocou “uma casca de banana colocada sob os sapatos do diretor do FMI, cuja vulnerabilidade em rela��o �s mulheres � conhecida” na Fran�a.

“N�o podemos deixar de pensar em uma armadilha”, diz tamb�m o ministro da Coopera��o franc�s, Henri de Raincourt.

Jacques Attali, assessor diplom�tico do ex-presidente socialista Fran�ois Mitterrand, afirma que teria havido “manipula��o” e que Strauss-Kahn “n�o poder� mais disputar as prim�rias do Partido Socialista”.

Prud�ncia

Tanto a esquerda como o partido governista pedem prud�ncia em rela��o �s acusa��es e ressaltam que � preciso respeitar a presun��o de inoc�ncia.

“A posi��o do governo franc�s respeita dois princ�pios simples: o respeito de um procedimento judicial em andamento na Justi�a americana e o respeito da presun��o de inoc�ncia”, afirmou o porta-voz do governo, Fran�ois Baroin.

Segundo analistas, o presidente Sarkozy teria dado a orienta��o de n�o criticar o socialista j� que o caso pode sofrer reviravoltas e tamb�m para n�o transmitir a ideia de que estaria tirando proveito da situa��o.

Uma pesquisa do Instituto Ifop publicada no domingo pelo Journal du Dimanche, data em que os franceses, pela diferen�a de fuso, foram informados da deten��o de DSK nos Estados Unidos, revelou que Strauss-Kahn n�o apenas lidera as inten��es de voto nas elei��es presidenciais, com 26%, mas tamb�m � o �nico que teria sua vaga garantida no segundo turno.

Sarkozy, segundo algumas sondagens, nem passaria para o segundo turno e seria derrotado pela l�der da extrema-direita, Marine Le Pen.

A sa�da de Strauss-Kahn da disputa vai modificar totalmente o cen�rio das elei��es e dever� favorecer a candidatura do socialista Fran�ois Hollande, que j� se declarou oficialmente candidato �s prim�rias do partido, e tamb�m do presidente Nicolas Sarkozy, que perde um rival de peso.