Pol�cia continua buscando desaparecidos em ilha na Noruega

A pol�cia norueguesa afirma ainda estar procurando pessoas desaparecidas na ilha de Utoeya, pr�xima a Oslo, onde um atirador matou 86 pessoas que participavam de um encontro para a juventude do partido trabalhista na sexta-feira. Pelo menos quatro pessoas ainda estariam desaparecidas. Segundo os policiais, existe a possibilidade de que elas tenham se afogado ap�s terem mergulhado no lago em uma tentativa de escapar das balas do atirador.

Anders Behring Breivik, de 32 anos, comparece perante um tribunal pela primeira vez nesta segunda-feira ap�s ter admitido ser o respons�vel pelo ataque na ilha. Ele tamb�m assumiu a autoria do atentado a bomba no centro pol�tico da capital Oslo, menos de duas horas antes, que matou pelo menos sete pessoas, fazendo com que o total de v�timas at� o momento chegue a 93.

A pol�cia alertou que pode haver mais v�timas da explos�o, j� que alguns pr�dios afetados pela bomba ainda est�o inst�veis demais para que buscas sejam realizadas. Segundo Vivian Paulsen, da Cruz Vermelha norueguesa, as buscas ao redor da ilha de Utoeya continuar�o enquanto for necess�rio. As opera��es no domingo contaram com 32 barcos e 100 volunt�rios. Duas embarca��es continuaram trabalhando durante a noite e as buscas voltaram a ser ampliadas nesta segunda-feira.

"A ilha fica em grande fiorde, com correnteza forte, ent�o estamos procurando desaparecidos em um raio de at� 4 ou 5 quil�metros ao redor da ilha", disse ela � BBC.

'21 anos de pris�o'

A porta-voz da pol�cia de Oslo Viola Bjelland, que falou � BBC da delegacia de pol�cia onde Breivik est� preso, disse que o suspeito tem cooperado com as investiga��es.

Segundo ela, ele admitiu ter realizado os ataques, mas n�o assumiu responsabilidade criminal por eles. Breivik - que teria liga��es com grupos extremistas de direita - disse que explicaria durante a audi�ncia desta segunda-feira as raz�es de suas a��es.

A pol�cia pediu que a sess�o aconte�a a portas fechadas, mas a Justi�a ainda n�o divulgou se isso ser� concedido. Tamb�m houve pedidos para que m�dia n�o cubra a audi�ncia, com o objetivo de evitar que Breivik use a oportunidade como uma plataforma para suas supostas opini�es extremistas.

Por enquanto, ele estaria sendo acusado de interromper um evento importante para a sociedade, como encontros de governo, e de intimidar seriamente a popula��o, mas deve haver outras acusa��es uma vez que as investiga��es sejam conclu�das.

Se condenado, Breivik pode enfrentar a senten�a m�xima prevista no c�digo penal da Noruega de 21 anos de pris�o, que poderia ser estendida indefinidamente caso ele seja considerado uma amea�a � sociedade.

Apesar de Breivik ter alegado que agiu sozinho, a pol�cia norueguesa diz n�o descartar a possibilidade de que tenha havido c�mplices.

Pris�o

Anders Behring Breivik, que usava um uniforme da pol�cia, foi preso cerca de 90 minutos ap�s ter come�ado o massacre na ilha. Segundo a pol�cia, ele ainda tinha muita muni��o. Funcion�rios que trataram v�timas em hospitais disseram que o atirador teria usado balas que se fragmentam dentro do corpo, causando s�rios danos internos.

Uma das primeiras pessoas assassinadas teria sido um policial, contratado como seguran�a pelos organizadores do encontro, do qual participavam cerca de 700 pessoas, em sua maioria jovens e adolescentes. A pol�cia justificou a demora a chegar ao local do ataque dizendo que foi dif�cil encontrar um barco apropriado para o transporte e que n�o havia nenhum helic�ptero da pol�cia por perto.

Manifesto

Pouco antes dos ataques, o atirador publicou uma manifesto de 1,5 mil p�ginas na internet dizendo que o multiculturalismo europeu havia enfraquecido a auto-estima nacional, por causa do que ele descreveu como a coloniza��o isl�mica da Europa.

O advogado de Breivik, Geir Lippestad, disse que o ataque foi planejado por algum tempo. "Ele (Breivik) considerou ser uma crueldade ter que cometer estes atos, mas em sua mente, eram necess�rios", disse o advogado � imprensa norueguesa.

"Ele queria uma mudan�a na sociedade e, desta perspectiva, ele precisava pressionar por uma revolu��o. Ele queria atacar a sociedade e sua estrutura." Lippestad disse que Breivik foi at� Utoeya para "dar um aviso ao Partido Trabalhista que o dia do ju�zo final est� pr�ximo a menos que eles mudem suas pol�ticas".

Funeral

No domingo aconteceram funerais das v�timas em diversas partes do pa�s, inclusive na principal catedral luterana norueguesa, em Oslo. O rei noruegu�s Haroldo V e sua esposa, a rainha S�nia, estiveram na catedral junto com o primeiro-ministro, Jens Stoltenberg.

Stoltenberg disse aos presentes que os dois dias desde o ataque parecem "uma eternidade e as noites s�o repletas de angustia e l�grimas". "Cada um dos que nos deixaram � uma trag�dia. Uma trag�dia nacional", disse o premi�.