A festa acabou na Espanha. Foram anos de forte crescimento e resgate do orgulho. Mas a crise fez tudo isso desmoronar e, em pouco tempo, o pa�s se transformou no exemplo mais expl�cito da quebra de um modelo econ�mico em parte dos pa�ses ricos.
A elei��o marcada para hoje na Espanha ser� a s�ntese de toda a repercuss�o social, pol�tica e econ�mica da turbul�ncia mundial que eclodiu em 2008 e n�o d� sinais de que vai diminuir. Os 35 milh�es de eleitores que ir�o �s urnas hoje esperam dar uma resposta dura � situa��o de convuls�o social que vivem. Mas todos sabem que o pior ainda est� por vir quando as medidas de austeridade exigidas pelo Fundo Monet�rio Internacional (FMI) e pela Uni�o Europeia (UE) come�arem a ser implementadas em 2012.
Pol�ticos, economistas e cidad�os consultados pela reportagem s�o un�nimes em afirmar que a elei��o marca o fim de uma d�cada de ilus�es financiadas por cr�dito barato, da
Mesmo n�o sendo o �nico respons�vel, quem pagar� por isso ser� o governo socialista de Jos� Luiz Rodriguez Zapatero. O pleito deve ser vencido pela direita liderada por Mariano Rajoy. Acusado pela popula��o de ter mentido quando insistiu que n�o havia risco de uma recess�o, Zapatero nem sequer se apresentou �s elei��es e evitou sair em fotos ao lado dos candidatos.
Ele deixou a candidatura a cargo de Alfredo Rubalcaba, que por anos se sacrificou pelo partido socialista. Desta vez, n�o foi diferente. Apesar de alguns avan�os em temas como direitos de homossexuais, do direito das mulheres e da abertura de valas do franquismo, a heran�a � maldita: o desemprego subiu e a economia est� estagnada. H� 400 mil empresas fechadas, uma nova classe de pobres, uma d�vida de 700 bilh�es e uma popula��o em estado de depress�o.