
A Coreia do Norte criticou a resposta "intoler�vel" da Coreia do Sul � morte de seu l�der, Kim Jong-il, quest�o que dividiu tamb�m a Assembleia Geral da ONU sobre a conveni�ncia de realizar um minuto de sil�ncio em sua homenagem. Quatro dias ap�s o an�ncio da morte do ex-l�der comunista, a rede de televis�o estatal norte-coreana seguia transmitindo cenas de tristeza coletiva gravadas em diversas cidades. Segundo a ag�ncia de not�cias oficial, entre segunda e quarta-feira foram registradas cerca de 44 milh�es de visitas de luto nos diferentes locais comemorativos, em um pa�s que conta com 24 milh�es de habitantes.
Em Pyongyang, uma testemunha estrangeira contactada pela AFP viu filas de milhares de pessoas esperando em prantos para se inclinar diante dos retratos gigantes do segundo representante da dinastia comunista dos Kim, perpetuada agora com seu filho Kim Jong-un. Mas, por outro lado, a capital aparentava uma atividade normal, segundo esta testemunha. "As ruas est�o como de costume, com o mesmo n�mero de pessoas e de carros. Os transpores p�blicos funcionam como sempre. As lojas e os restaurantes, ao menos os que eu vi, est�o abertos, e as constru��es funcionam", declarou.
O Norte tamb�m criticou o Sul por ter elevado o n�vel de alerta de seu ex�rcito. "S�o atos intoler�veis de zombaria e esc�rnio", disse Pyongyang. Para al�m da pen�nsula coreana, o falecimento de Kim Jong-il causou divis�o na Assembleia Geral da ONU, onde apenas um ter�o dos 193 pa�ses membros participaram do minuto de sil�ncio solicitado pela delega��o norte-coreana.
Estados Unidos, Jap�o, Coreia do Sul e os pa�ses europeus, entre outros, n�o participaram. Kim Jong-il "� provavelmente respons�vel pela morte de milhares de pessoas. N�o � um modelo para a ONU", afirmou um diplomata europeu. As organiza��es de defesa dos direitos humanos acusam Kim Jong-il de ter prendido milhares de opositores durante seus 17 anos de poder, marcados tamb�m pela fome, que deixou centenas de milhares de mortos.
Ao mesmo tempo, a Coreia do Norte de Kim Jong-il se dotou da bomba at�mica, que testou em duas ocasi�es.A morte do n�mero um norte-coreano reativou em Seul o debate sobre a reunifica��o das duas Coreias, que se enfrentaram militarmente na guerra de 1950-1953. Mas esta a��o seria muito cara, diante da diferen�a de n�veis de vida de ambos os lados do paralelo 38, sobre o qual foi fixada a linha de armist�cio, sem que at� agora tenha sido assinado um tratado de paz.
O minist�rio sul-coreano da Reunifica��o fez inclusive contas: este processo custaria cerca de 215 bilh�es de d�lares, o equivalente a 25% do PIB sul-coreano, embora diversos especialistas apontem um custo muito maior. Chang Yong-seok, pesquisador do Instituto para a Paz e a Reunifica��o na Universidade de Seul, considera que a reunifica��o �, no momento, "um objetivo a longo prazo", j� que as elites do Norte comunista parecem muito interessadas em manter o status quo. E, embora seja muito dif�cil avaliar a opini�o do Norte, a reunifica��o parece ser uma preocupa��o secund�ria para a popula��o.Segundo Jang Ce-yul, que fugiu do regime comunista, "os norte-coreanos n�o tiveram nenhuma possibilidade de imaginar uma alternativa � dinastia dos Kim".