As igrejas cat�licas da �sia est�o atradas na luta contra a pedofilia devido a profundas diferen�as culturais, um problema que � "muito acentuado" neste continente, disse � imprensa o monsenhor Charles Scicluna, encarregado do assunto, na v�spera de uma confer�ncia internacional organizada pelo Vaticano sobre o combate a essa pervers�o.
"Conscientiza��o" � a palavra-chave da confer�ncia, explicou Monsenhor Scicluna, h� mais de dez anos "promotor de Justi�a" do Papa para esse dossi�.
"Nestas igrejas, hoje em dia, h� maior consci�ncia sobre a exist�ncia de abusos e sobre o fato de que � preciso fazer mais", disse.
Al�m da C�ria, estar�o presentes a Congrega��o para a Doutrina da F�, que recebeu milhares de queixas sobre abusos do clero.
Em maio passado, todos os bispos receberam um ano de prazo para p�r seus dispositivos de luta contra a pedofilia em conformidade com os requisitos de Roma e para colaborar com os ju�zes civis de seus pa�ses.
Segundo Monsenhor Scicluna, "em algumas culturas � dif�cil para as v�timas denunciar. Devemos agir para mudar essa cultura que incentiva o sil�ncio, ao inv�s da den�ncia".
A realiza��o dessa confer�ncia � "um sinal decisivo de que h� muitas for�as que querem trabalhar juntas" na Igreja para tratar deste problema, afirmou o sacerdote alem�o Hans Zollner, ele pr�prio psic�logo, que presidir� o encontro.
Voltados para o futuro, os participantes, entre eles muitos especialistas, v�o debater a quest�o: "Em dire��o � cura e � renova��o", visando a garantir a "prote��o de crian�as e adultos vulner�veis".
A aus�ncia de um "pedido de perd�o" por parte de alguns dirigentes da Igreja que protegeram ped�filos foi destacado pela v�tima convidada para a confer�ncia, a irlandesa Marie Collins.
Em termos atuais, "quais s�o as consequ�ncias para os dirigentes da igreja que podem fugir �s normas exigidas?, disse ela.
Violentada por um padre quando era crian�a, Marie Collins desempenhou um papel importante na den�ncia de centenas de abusos sexuais praticados por membros do clero irland�s, muitas vezes protegidos por sua hierarquia.
Dirigentes da Igreja, em nome de diversos grupos, "v�o pedir perd�o" na ter�a-feira pelos abusos e as neglig�ncias culp�veis, durante uma vig�lia penitencial organizada numa igreja de Roma.
Monsenhor Scicluna, declarando compreender "a grande ira" das associa��es das v�timas que v�m no col�quio uma c�moda opera��o de rela��es p�blicas, pede "mais reconhecimento para o fato de que a igreja compreendeu que deve dar uma resposta adequada" e que a lideran�a de Bento XVI "� um exemplo para todos".
O bispo Chito Tagle, novo arcebispo de Manila, deve falar no simp�sio em Roma, enumerando os desafios espec�ficos da �sia.
Em comunicado publicado antes da confer�ncia, este religioso advertiu que seu discurso mostrar� que "os abusos sexuais dentro e fora da Igreja s�o uma realidade global, n�o concentrada na Europa e nos Estados Unidos."
"Os valores culturais que promovem maior transpar�ncia e coopera��o" devem ser estimulados por uma "Igreja universal encarregada de proteger os mais vulner�veis", disse.
O sacerdote e psicoterapeuta alem�o Hans Zollner, assinalou as dificuldades que tem a Igreja Cat�lica de aplicar, em n�vel mundial, as solu��es colocadas em pr�tica no Ocidente para proteger melhor as crian�as.
"A pergunta �: como compartilhar o que aprendemos com outros continentes que n�o prestam a m�nima aten��o � prote��o da inf�ncia?", insistiu.
Considerou que deve ser superado com urg�ncia esse fosso, na transmiss�o da mensagem de luta contra esse flagelo.