(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Egito est� dividido entre continuidade e islamismo para escolher presidente


postado em 10/06/2012 08:13 / atualizado em 10/06/2012 08:16

Manifestante protesta na Praça Tahrir exigindo manutenção das reformas prometidas à população(foto: REUTERS)
Manifestante protesta na Pra�a Tahrir exigindo manuten��o das reformas prometidas � popula��o (foto: REUTERS)
S�o Paulo – A disputa eleitoral no Egito, que ter� o segundo turno das elei��es presidenciais em 16 e 17 de junho, poder� significar uma continuidade do antigo regime de Hosni Mubarak, caso ven�a o candidato Ahmed Shafiq, ou poder� significar uma mudan�a para um poder diferente, se vencer Mohammed Mursi, o candidato da Irmandade Mu�ulmana. O que os analistas pol�ticos concordam � que a transi��o do Egito para um sistema democr�tico ser� turbulenta. Mubarak, derrubado pela revolta popular de fevereiro do ano passado, deixou a economia do pa�s em frangalhos – o Egito � um pa�s com 81 milh�es de habitantes e uma renda per capita de US$ 2,4 mil, muito baixa at� para padr�es �rabes.

Os grupos pol�ticos tamb�m possuem pouca tradi��o de di�logo e concess�es, essenciais para a constru��o de uma sociedade democr�tica e pluralista. "As dificuldades s�o enormes. O Egito � um pa�s paup�rrimo. Os 30 anos de Mubarak destru�ram a economia", diz o professor de rela��es internacionais Murched Taha, do Instituto de Cultura �rabe, em S�o Paulo. Taha qualifica Shafiq como o candidato da junta militar, das classes dominantes e da classe m�dia. Ele n�o acredita em uma vit�ria de Shafiq, que no primeiro turno obteve 5,5 milh�es de votos (23,6% do total). "Se Shafiq vencer, o desfecho pol�tico da revolu��o no Egito ser� mais parecido com o do I�men: muda o presidente, mas o sistema continua o mesmo".

O professor acredita que, no caso da vit�ria de Mursi, a Irmandade Mu�ulmana ter� que negociar com outros grupos para governar. "S�o dois cen�rios. A Irmandade ter� que compor com outros candidatos, inclusive seculares. Mursi dever� nomear um primeiro-ministro e dois vice-presidentes da oposi��o secular", acredita. Mas existe o risco de a Irmandade bater de frente com os militares. "Se ganhar o Shafiq, a transi��o pol�tica ser� mais f�cil. Haver� uma concentra��o menor dos poderes, porque a Irmandade j� controla o Parlamento", diz o professor de resolu��o de conflitos internacionais, Heni Ozi Cukier, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). "O Egito no momento � um pa�s dividido meio a meio. � um cen�rio pior que o da Tun�sia. A sociedade eg�pcia � maior e mais complexa que a tunisiana e tem, ao mesmo tempo, poucas institui��es", diz Cukier.

Ele acredita que, ven�a Shafiq ou Mursi, a situa��o continuar� turbulenta, com conflitos sect�rios entre os mu�ulmanos e a minoria crist� copta (10% da popula��o), criminalidade alta, protestos pol�ticos violentos e economia em decl�nio. "Os coptas morrem de medo da Irmandade Mu�ulmana. Os seculares tamb�m temem os islamitas", diz. Para Taha, o cen�rio pior seria uma vit�ria de Shafiq, n�o de Mursi. "A Irmandade ter� o apoio dos crist�os se ela aceitar um plano de trabalho para que o Egito seja um Estado laico. Nesse caso, seria um cen�rio semelhante ao da Tun�sia e ao da Turquia", diz Taha. "A Irmandade ter� que assumir um compromisso.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)