Mursi quer personalidade independente como primeiro-ministro do Egito

O presidente do Egito, Mohamed Mursi, da Irmandade Mu�ulmana, disse nesta ter�a-feira que busca uma personalidade "independente" para chefiar seu governo, com a finalidade de ampliar sua base pol�tica diante de um Ex�rcito que mant�m vastos poderes.

Mursi est� em consultas para nomear uma "personalidade nacional independente" no cargo de primeiro-ministro, segundo um de seus assistentes. "A maioria dos membros do governo ter� um perfil t�cnico", acrescentou � AFP esta fonte, que pediu para ter sua identidade preservada.

O jornal ligado ao governo Al-Ahram falava nesta ter�a-feira de Mohamed ElBaradei, ex-diretor da Ag�ncia Internacional de Energia At�mica (AIEA) e pr�mio Nobel da Paz em 2005, vinculado aos movimentos que lan�aram a revolta contra o regime de Hosni Mubarak em 2011.

O peri�dico mencionava ainda o nome de Hazem el Beblaui, que foi ministro das Finan�as de um governo de transi��o, ap�s a queda de Mubarak em fevereiro do ano passado. Procurado pela AFP, Beblaui declarou que estava no exterior e que, por enquanto, n�o foi contatado.

A abertura do pr�ximo governo a personalidades de fora do movimento islamita da Irmandade Mu�ulmana � vista como prova da vontade manifestada por Mursi de ser "o presidente de todos os eg�pcios".

Tamb�m � indispens�vel para ampliar a base pol�tica do presidente perante o Conselho Supremo das For�as Armadas (CSFA), que dirige o pa�s desde a ren�ncia de Mubarak e deve entregar o poder executivo a Mursi antes do final da semana.

A partir de uma declara��o da Corte Constitucional, o CSFA assumiu o poder legislativo, ap�s a dissolu��o, neste m�s, de um Parlamento dominado pela Irmandade Mu�ulmana.

Os militares tamb�m mant�m sua influ�ncia sobre a reda��o da futura Constitui��o, um dos grandes pontos da agenda pol�tica dos pr�ximos meses, e mant�m o controle da seguran�a no pa�s.

No entanto, a Corte Administrativa do Cairo "suspendeu a aplica��o" para a metade de junho de uma decis�o governamental que atribui � pol�cia militar e aos servi�os de intelig�ncia militares o direito de deter civis. Esse poder tinha sido retirado do Ex�rcito com a suspens�o do estado de emerg�ncia, em maio.

Na emblem�tica Pra�a Tahrir, do Cairo, centenas de militantes da Irmandade Mu�ulmana se sentaram em protesto contra as amplas compet�ncias que o Ex�rcito quer manter em seu poder.