O presidente do Paraguai, Federico Franco, afirmou nesta sexta-feira que o ministro das Rela��es Exteriores da Venezuela, Nicolas Maduro, cometeu uma intromisss�o grosseira durante a crise pol�tica que levou ao impeachment do presidente Fernando Lugo, em 22 de junho.
"As imagens do Pal�cio do Governo s�o uma demonstra��o clara de uma intromiss�o grosseira do chanceler Mauro, que entrou em contato com os comandantes das For�as Armadas", ressaltou o chefe de Estado durante coletiva de imprensa. Franco afirmou que h� mais documentos e testemunhos que ser�o entregues � promotoria que investiga o caso. A promotora Stella Marys Cano disse que n�o h� d�vida sobre esta reuni�o do ministro venezuelano com militares no pal�cio do Governo. "O que estamos investigando � o conte�do da reuni�o para ver se houve uma ofensa pun�vel", acrescentou. Maduro indicou na semana passada que a acusa��o "n�o tem base na realidade". O Paraguai anunciou na quarta-feira a retirada do seu embaixador na Venezuela e declarou "persona non grata" o embaixador de Caracas no pa�s. Ao mesmo tempo, o presidente venezuelano Hugo Ch�vez ordenou a retirada do seu embaixador em Assun��o e interrompeu o fornecimento de petr�leo para o Paraguai. Os outros parceiros do Mercosul (Argentina, Brasil e Uruguai) decidiram suspender o Paraguai do bloco regional at� as elei��es de abril de 2013. Paralelamente, aprovaram a entrada da Venezuela como membro permanente. Contudo, Franco indicou que seu governo n�o tomar� a decis�o sobre a perman�ncia do pa�s no Mercosul. A Uni�o Sul-americana de Na��es (Unasul) tamb�m suspendeu o pa�s. O ministro paraguaio das Rela��es Exteriores, Jos� F�lix Fern�ndez Estigarribia, afirmou que apresentar� as suas obje��es ao "ingresso ilegal" da Venezuela e a suspens�o do pa�s do Mercosul. De acordo com o Tratado de Assun��o, base do Mercosul, a entrada de novos membros deve ser aprovada pelos quatro parceiros. Ao ser questionado sobre as declara��es do presidente uruguaio, Jos� Mujica, que atribuiu � "narcopol�tica" a destitui��o de Lugo, Franco respondeu que devido � situa��o internacional complicada atravessada pelo Paraguai "n�o � prudente nem conveniente emitir ju�zos de valor sobre as declara��es do presidente Mujica". "Manterei a calma e o princ�pio de autodetermina��o do povo uruguaio, para comentar o assunto. O tempo vai esclarecer o conte�do de suas declara��es", disse. "Com todo o respeito do Mercosul, n�o vamos ser tentados a atacar qualquer governo de qualquer pa�s do Mercosul", acrescentou. Ele concluiu que o Paraguai � um pa�s cheio de oportunidades. "Somos campe�es em produ��o de energia hidrel�trica, somos o quarto maior exportador de soja, o sexto de trigo, estamos entre os dez da carne. Estamos em um pa�s marcado pelo desenvolvimento e queremos manter rela��es com todos, mas a soberania do Paraguai � negoci�vel", concluiu.