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Estado de Minas ISL� X EUA

Al-Qaeda convoca revolta contra os EUA

Bra�o iemenita da rede terrorista pede mais protestos violentos para fechar embaixadas americanas na regi�o. Washington retira pessoal n�o essencial da Tun�sia e do Sud�o


postado em 16/09/2012 08:00 / atualizado em 16/09/2012 08:05

Em Túnis, agente do Corpo de Bombeiros da Tunísia vasculha escola americana incendiada por manifestantes revoltados com o filme(foto: (FETHI BELAID/AFP))
Em T�nis, agente do Corpo de Bombeiros da Tun�sia vasculha escola americana incendiada por manifestantes revoltados com o filme (foto: (FETHI BELAID/AFP))

A rede terrorista Al-Qaeda convocou ontem os mu�ulmanos de todos os pa�ses a intensificar os protestos violentos contra embaixadas e consulados americanos – em rep�dio ao filme A inoc�ncia dos mu�ulmanos, julgado ofensivo ao profeta Maom� – at� provocarem o fechamento das representa��es diplom�ticas. "O incidente � t�o grave que os recursos da na��o devem ser unidos para expulsar as embaixadas dos Estados Unidos de terras mu�ulmanas", pede um comunicado divulgado pelo bra�o iemenita da organiza��o. A onda de dist�rbios, iniciada na ter�a-feira, no Cairo, levou o Departamento de Estado a ordenar a retirada de familiares e os funcion�rios n�o essenciais a deixar as embaixadas na Tun�sia e no Sud�o.

Em um dia com novas manifesta��es na L�bia, na Tun�sia e no Egito (onde um ativista foi morto), al�m de Indon�sia, Austr�lia e Fran�a, a Al-Qaeda na Pen�nsula Ar�bica (AQPA, atuante no I�men) reivindicou a autoria do ataque de ter�a-feira ao consulado dos Estados Unidos em Benghazi, na L�bia, que resultou na morte do embaixador Christopher Stevens e mais tr�s funcion�rios. O texto afirma que a a��o foi tamb�m uma vingan�a pela morte de um de seus l�deres: "O mart�rio do xeque Abu Yahya Al-Libi estimulou o entusiasmo e a determina��o dos filhos de Omar al-Mokhtar para vingarem-se dos que ofenderam e atacaram o nosso profeta".

Horas antes, o presidente da Assembleia Nacional l�bia, Mohamed al-Megaryef, tinha confirmado � ag�ncia France-Presse que o ataque em Benghazi n�o resultou de um protesto espont�neo. "N�o posso falar do ocorrido em outros pa�ses, mas no caso l�bio houve uma execu��o meticulosa da opera��o. Houve um planejamento. N�o se trata de uma manifesta��o pac�fica que gerou um ataque armado", garantiu. Al-Megaryef considerou a possibilidadade de ativistas de outras nacionalidades terem participado. At� o fechamento desta edi��o, a pol�cia l�bia havia identificado 50 pessoas envolvidas no ataque, das quais quatro estavam detidas. "N�s sabemos que 50 pessoas estiveram envolvidas no ataque. N�s temos os nomes e sabemos quem eles s�o, mas pode haver ainda mais", disse Abdel-Monem al-Hurr, porta-voz do Comit� Supremo de Seguran�a, da L�bia.

Doug MacDonald, especialista em Al-Qaeda da Universidade Colgate, em Nova York, v� no epis�dio um alerta para os EUA: "Muitas pessoas dizem que a guerra ao terror acabou com a morte de Bin Laden, em 2011. Situa��es como essa mostram que tal ideia n�o � verdadeira". Por sua vez, Dario Cristiani, especialista em pol�tica internacional pelo King’s College, de Londres, considera que as declara��es da Al-Qaeda s�o uma tentativa de explorar os desdobramentos do atentado em Benghazi. "No entanto, n�o acredito que o pedido de intensifica��o das manifesta��es piore o n�vel geral de viol�ncia na regi�o. A capacidade pol�tica dessa rede de influenciar as massas � reduzida", argumentou.

O Talib� paquistan�s, por sua vez, convocou os jovens a defender o isl�. "Voc�s n�o valem menos que os rapazes de Benghazi. Parem de olhar para seus governantes tiranos e achar que eles far�o alguma coisa: eles aceitaram uma vida de humilha��o", criticou o porta-voz do grupo, Ehsanullah Ehsan. Em Paris, 100 pessoas apontadas como "pr�ximas" aos extremistas isl�micos foram detidas por agir "descontroladamente" nos arredores da embaixada norte-americana. Um protesto em Sydney, na Austr�lia, deixou seis policiais feridos. Um grupo de oito manifestantes foi acusado de tumulto, agress�o � pol�cia e resist�ncia � pris�o.

OBAMA Em meio � crise, que levou o levou a enviar 100 fuzileiros navais para a L�bia, o presidente Barack Obama fez quest�o de reafirmar o respeito dos EUA por todas as religi�es. "No entanto, nunca h� qualquer justificativa para a viol�ncia. N�o h� desculpa para ataques contra nossas embaixadas e consulados", declarou, em seu discurso semanal transmitido pelo r�dio e pela internet. Segundo Cristiani, do King’s College, a conten��o da viol�ncia no Oriente M�dio depende da capacidade de cada governo para responder � situa��o: "Quanto mais fraco o Estado e quanto menor a sua prontid�o para encarar os protestos, mais a viol�ncia vai durar".

No quinto dia de confrontos entre pol�cia e manifestantes nos arredores da Embaixada dos EUA no Cairo, uma pessoa morreu e dezenas ficaram feridas. O presidente Mohamed Morsi, da Irmandade Mu�ulmana, pediu � popula��o que n�o ataque embaixadas e consulados estrangeiros. "Nossa religi�o requer que protejamos nossos h�spedes, bem como suas casas e seus locais de trabalho", recordou. O primeiro-ministro Hisham Qandil tamb�m convidou o povo a agir pacificamente, mas lembrou que o filme � um "insulto inaceit�vel a nosso profeta". Em entrevista � rede brit�nica BBC, Qandil assegurou que seu governo est� tomando medidas para garantir a seguran�a das miss�es diplom�ticas, mas pediu aos EUA que revejam as normas quanto � liberdade de express�o para evitar desrespeito a cren�as religiosas.

Produtor � interrogado
O suposto produtor de A inoc�ncia dos mu�ulmanos, filme que ridiculariza o profeta Maom�, foi interrogado ontem pela pol�cia de Los Angeles. Nakula Besseley Nakula, de 55 anos, foi levado no in�cio da madrugada a uma delegacia em Cerritos, para ser interrogado sobre a viola��o dos termos de sua liberdade condicional. De origem eg�pcia e filiado � religi�o crist� copta, Nakula havia sido condenado em 2010 a 21 meses de pris�o, por fraude banc�ria, mas recebeu liberdade assistida ap�s cumprir um ano de deten��o. Como um dos termos para n�o voltar � cadeia � n�o usar a internet por cinco anos sem autoriza��o pr�via, ele pode ter rompido a norma caso realmente tenha divulgado na web o trailer do filme, que provocou a onda de viol�ncia antiamericana no mundo isl�mico.

"Ele compareceu � delegacia de Cerritos voluntariamente para falar com o supervisor da liberdade condicional e n�o foi detido", assinalou o porta-voz do Departamento de Pol�cia de Los Angeles, Don Walker. Nakula saiu da delegacia usando chap�u e casaco. Ele � apontado como o produtor do pol�mico filme, e uma linha de investiga��es aponta que ele seria o diretor, que usa o pseud�nimo de Sam Bacile e foi apresentado inicialmente como um empres�rio americano-israelense do ramo da constru��o. Mais tarde, houve coment�rios de que ele seria um crist�o copta possivelmente de oriegem eg�pcia. Outra possibilidade � que Bacile seja o diretor de filmes pornogr�ficos Alan Roberts.

Nakula, que teve de pagar US$ 790 mil por ter aberto contas banc�rias e de cart�o de cr�dito com n�meros de Seguridade Social distintos dos nomes inscritos nos formul�rios, tamb�m pode voltar para a pris�o se tiver usado pseud�nimos sem a aprova��o de seu supervisor da condicional. Em 1997, ele j� tinha sido detido por um ano por posse de drogas. Ele n�o pode ser preso caso realmente tenha produzido ou criado o filme, devido � Constitui��o norte-americana. Na sexta-feira, a secret�ria de Estado, Hillary Clinton, explicou o porqu� de n�o proibir a veicula��o de v�deos como A inoc�ncia dos mu�ulmanos: "N�o podemos impedir que os cidad�os expressem seus pontos de vista, mesmo quando n�o compartilhamos deles".


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