Papa elogia jovens s�rios

O papa Bento XVI pediu ontem aos povos do Oriente M�dio o fim da viol�ncia verbal e f�sica, em um discurso para l�deres pol�ticos e religiosos em Beirute, onde o pont�fice completa hoje tr�s dias de uma viagem hist�rica ao L�bano. O visitante pediu paz para a vizinha S�ria, h� um ano e meio em guerra civil, e se referiu indiretamente �s violentas manifesta��es em pa�ses �rabes contra o filme norte-americano A inoc�ncia dos mu�ulmanos, considerado ofensivo ao isl�. Bento XVI clamou pelo fim dos atentados contra a dignidade humana, sem aludir diretamente aos dist�rbios provocados pelo filme.

Durante o encontro que teve com os dirigentes libaneses no pal�cio presidencial de Baabda, o papa elogiou a "coragem" demonstrada pelos jovens s�rios no confronto com o regime do presidente Bashar al-Assad. O papa voltou ao tema em discurso feito a uma multid�o estimada em 20 mil jovens. "Eu gostaria de dizer o quanto eu admiro a coragem de voc�s", disse Bento XVI ao falar em franc�s, l�ngua que � compreendida por muitos s�rios e libaneses. "Digam a suas fam�lias e amigos que est�o em casa que o papa n�o esqueceu voc�s. Digam aos que est�o ao redor de voc�s que o papa est� entristecido pelos sofrimentos e a afli��o que voc�s sentem" falou aos jovens s�rios na multid�o. Desde o in�cio dos protestos, em mar�o de 2011, a crise j� deixou mais de 27 mil mortos e o L�bano abriga cerca de 70 mil refugiados do pa�s vizinho.
Bento XVI pediu tamb�m pela liberdade religiosa no Oriente M�dio, ao dizer que ela � central em uma regi�o deflagrada por conflitos religiosos e sect�rios. "� a hora de crist�os e mu�ulmanos ficarem juntos e colocarem um fim � viol�ncia e � guerra", disse. "N�o esque�amos que a liberdade religiosa � um direito fundamental, do qual derivam v�rios outros direitos", disse.

Ele disse que crist�os e mu�ulmanos no L�bano dividem espa�o – �s vezes t�m mesma fam�lia – e perguntou: "Se � poss�vel nas fam�lias, por que n�o em uma sociedade inteira?" Casamentos nos quais marido e mulher s�o de religi�es diferentes n�o s�o raros no L�bano. "O L�bano � convocado agora mais do que nunca a ser um exemplo", afirmou, convidando as pessoas a "testemunhar com coragem, oportuna e inoportunamente, onde quer que se encontrem, que Deus quer a paz, que Deus confiou a paz em a n�s". Dilacerado por uma guerra civil sect�ria entre 1975 e 1990, o L�bano � um mosaico religioso de 4 milh�es de pessoas, cuja maioria � mu�ulmana e inclui sunitas, xiitas e alauitas. Os crist�os, cerca de um ter�o da popula��o, est�o divididos em mais de uma dezena de igrejas, seis delas ligadas ao Vaticano.

Mais tarde, falando na sede da Igreja Maronita (crist�), no sub�rbio de Bkerke, o pont�fice remeteu tamb�m � experi�ncia dos libaneses, que preservam a conviv�ncia pac�fica entre crist�os, mu�ulmanos e judeus desde 1990, ao fim de 15 anos de guerra civil. "Temos de dizer n�o � vingan�a, reconhecer nossos erros, aceitar as desculpas sem busc�-las e, enfim, perdoar. Pois s� o perd�o dado e recebido senta as bases duradouras da reconcilia��o e da paz", afirmou. Bento XVI faz nova apari��o p�blica na manh� de hoje, no Beirut City Center, e parte de volta para Roma �s 19h (13h em Bras�lia).

S�RIA A situa��o s�ria foi discutida em Damasco pelo emiss�rio das Na��es Unidas e da Liga �rabe, Lakhdar Brahimi, que se reuniu ontem com o presidente Bashar al-Assad, na tentativa de encontrar uma solu��o diplom�tica para o conflito. "A crise � perigosa, est� se agravando e representa uma amea�a para o povo s�rio, para a regi�o e para o mundo", alertou o mediador.
Al-Assad, por sua vez, garantiu que coopera com todos os que trabalham para resolver a crise e pediu por um di�logo com outras na��es. "O sucesso da a��o pol�tica depender� das press�es sobre os pa�ses que financiam e treinam os terroristas e fazem entrar armas na S�ria, para que deixem de faz�-lo", enfatizou o presidente, referindo-se aos rebeldes que combatem o Ex�rcito. Brahimi prometeu "manter contato com os pa�ses que t�m interesses e influ�ncia no caso s�rio". (Com ag�ncias)


ISRAEL X IR�
Amos Gilad, o principal assessor do ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, indicou que n�o haver� um ataque unilateral contra o Ir� nas pr�ximas semanas, dizendo que a press�o internacional manteve o pol�mico programa nuclear de Teer� sob controle. Ele foi questionado em entrevista para a TV sobre se os feriados judaicos, que come�am hoje e terminam em 9 de outubro, seriam "tranquilos em termos de qualquer iniciativa tomada por Israel". "O que Israel vai ou n�o vai fazer – recomendo que isto permane�a atr�s de portas fechadas", disse Gilad ao Canal 2 de televis�o. "Mas, � medida que � poss�vel prever os feriados, parece que ser�o tranquilos, se voc� excluir todos os tipos de eventos como algum man�aco ou crimes de �dio que incendiaram o mundo todo."