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Estado de Minas

Governo da Col�mbia e Farc iniciam di�logo de paz sem suspender a guerra


postado em 11/10/2012 15:13

Ap�s meio s�culo de conflito armado, o governo da Col�mbia e a guerrilha das Farc dar�o in�cio a um hist�rico processo de paz com a instala��o na pr�xima semana de uma mesa de di�logo no exterior, embora n�o tenham interrompido os confrontos em seu pr�prio territ�rio.

Delegados do governo do presidente Juan Manuel Santos e das For�as Armadas Revolucion�rias da Col�mbia (Farc) se reunir�o primeiro na Noruega e depois, em Cuba, os dois pa�ses fiadores deste processo apoiado de maneira un�nime pela comunidade internacional.

Acabar com o longo conflito armado da Col�mbia � a prioridade do governo. "Meu governo tomou a decis�o de avan�ar com prud�ncia, com seriedade, com firmeza e sem repetir os erros do passado, em negocia��es com a guerrilha", disse Santos na recente Assembleia Geral da ONU em Nova York.

Na quarta vez em que um processo de paz com as Farc � lan�ado, estas negocia��es, que ser�o realizadas em terreno neutro, s�o anunciadas com melhores perspectivas do que as experi�ncias anteriores, embora n�o contemplem ainda o fim das hostilidades. Uma primeira coletiva de imprensa est� prevista para o dia 17 de outubro. em Oslo.

"A opini�o p�blica, em geral, e os diferentes setores pol�ticos e sociais concordam ao expressar algum otimismo pelo in�cio do processo de paz", comentou � AFP Mar�a Clemencia Castro, diretora do Observat�rio para o desarmamento da Universidade Nacional da Col�mbia.

"As guerrilhas assimilaram a impossibilidade da vit�ria militar e o Estado se mostrou disposto a dar uma sa�da para o conflito atrav�s da solu��o pol�tica", acrescentou.

Desde que assumiu a presid�ncia, em 2010, Santos prepara o terreno para um acordo por meio de diversos mecanismos, entre eles uma lei de restitui��o de terras e repara��o a v�timas, um ponto-chave para as Farc, que surgiram como guerrilha de uma insurrei��o camponesa nos anos 1960.

Mas, ao mesmo tempo, Santos manteve a press�o militar, o que levou � morte em bombardeios de seus dois principais comandantes, Jorge Brice�o, em 2010, e Alfonso Cano, em 2011.

H� uma d�cada, o governo do ent�o presidente Andr�s Pastrana rompeu a �ltima tentativa de di�logo com as Farc, acusando a guerrilha de ter aproveitado a desmilitariza��o de uma regi�o no sul da Col�mbia para se fortalecer.

Antes das negocia��es, Santos havia ordenado que as for�as militares defendessem "cada cent�metro do territ�rio" contra a guerrilha, que registrou uma redu��o de seus homens de 20.000 para cerca de 9.200 nos �ltimos quinze anos.

Vis�o pragm�tica Timole�n Jim�nez, comandante m�ximo das Farc desde a morte de Cano, promoveu este ano uma mudan�a de estrat�gia da guerrilha e anunciou fim do sequestro de civis, uma das principais exig�ncias de Santos antes de empreender um di�logo.

Embora tenha lamentado a falta de um cessar-fogo durante as negocia��es, Jim�nez, tamb�m conhecido como Timochenko, expressou sua "grande esperan�a" de terminar o conflito armado.

"Fazer negocia��es em meio ao conflito tem o risco permanente de que qualquer ato possa inviabilizar o esfor�o, mas me parece muito mais pragm�tico faz�-lo assim", opinou o cientista pol�tico Fernando Giraldo. "O governo ter� um custo menor caso fracasse", disse.

Levando-se em conta que o conflito seguir� ativo, o governo tamb�m foi enf�tico ao indicar que as negocia��es devem apresentar resultados em "alguns meses", e n�o se prolongar durante anos. Mas a decis�o de n�o parar com as opera��es militares nem com a atividade guerrilheira tamb�m carrega riscos.

"Se as comunidades nas zonas de conflito n�o sentirem que ele est� se atenuando e virem, pelo contr�rio, que a crise humanit�ria prossegue, ent�o o apoio social ao processo de paz diminuir� de forma sens�vel com o tempo", considerou Javier Ciurlizza, diretor regional do instituto de an�lises de conflitos Crisis Group.

"Isto dar� raz�es para a oposi��o pol�tica ao processo de paz atac�-lo e questionar o mero fato de negociar", destacou.

E obst�culos n�o faltam na Col�mbia, onde outra guerrilha tamb�m atua, o guevarista Ex�rcito de Liberta��o Nacional (ELN), com 2.500 combatentes, assim como grupos criminosos compostos em parte por ex-paramilitares que n�o se desmobilizaram no processo realizado de 2003 a 2006.

A agenda deste di�logo inclui cinco pontos, o primeiro deles o desenvolvimento rural. Tamb�m abordar�o o espinhoso assunto da participa��o da guerrilha na produ��o e tr�fico de drogas na Col�mbia, o primeiro produtor mundial de coca�na.

As autoridades tamb�m dever�o encontrar uma solu��o para a participa��o pol�tica dos guerrilheiros que se pacificarem e op��es para a suspens�o das penas de pris�o.

Segundo uma pesquisa recente, mais de dois ter�os dos colombianos mostram-se favor�veis � solu��o de um conflito que deixou centenas de milhares de v�timas e que todos os anos consome dois pontos do Produto Interno Bruto.

"Quem na Col�mbia n�o vai querer a paz? Acredito que o ambiente agora � como o de reconcilia��o. Acredito que pode acontecer algo importante na Col�mbia", disse � AFP Girolly Guttierez, um vendedor ambulante de 34 anos.


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