
A exatamente tr�s semanas da elei��o presidencial nos Estados Unidos, Barack Obama tem hoje uma noite decisiva para suas ambi��es de permanecer mais quatro anos na Casa Branca. Pela segunda vez, ele enfrentar� o advers�rio republicano, Mitt Romney, diante das c�meras. E outro mau desempenho poder� ser fatal para a campanha � reelei��o. Desde que o republicano passou a ser visto como o vencedor do primeiro embate, no �ltimo dia 3, as pesquisas de inten��o de voto mostram quase diariamente o democrata perdendo terreno. O formato do evento de hoje, no qual os candidatos responder�o perguntas da plateia, pode beneficiar o presidente, segundo analistas, mas deixa pouco espa�o para uma performance mais incisiva, como v�m prometendo seus estrategistas.
Temerosos dos efeitos que um segundo desempenho ruim possam causar, os gurus da campanha democrata passaram os �ltimos dias prometendo um Obama "mais agressivo". Ele pr�prio avisou que n�o ser� "t�o educado" desta vez. O analista David Steinberg, diretor de debates da Escola de Comunica��o da Universidade de Miami, explica que, no formato de hoje � noite, um comportamento agressivo seria um erro, uma vez que a comunica��o com o p�blico � imediata. "Por outro lado, ser� importante ser assertivo, seguro, competente, demonstrar conhecimento e felicidade por estar ali", afirmou, em entrevista. "O momento de ser agressivo foi no primeiro debate."
O especialista acrescenta que os candidatos precisar�o demonstrar dom�nio de um comportamento n�o verbal para se conectar com os eleitores que far�o as perguntas, sobre pol�tica dom�stica e externa. O evento ser� transmitido ao vivo para um p�blico estimado em 63 milh�es de pessoas, apenas nos EUA. "Telespectadores em casa v�o interagir diretamente com os membros do audit�rio. Por isso, o candidato que for capaz de usar linguagem corporal, postura, express�es faciais, tom de voz para expressar empatia e compreens�o ser� bem-sucedido", explica. Steinberg arrisca que Obama poder� lan�ar m�o de casos particulares, com nomes e hist�rias de pessoas reais, para mostrar-se mais pr�ximo do cidad�o comum. "Ele precisa reconquistar a percep��o de que entende melhor a classe m�dia e est� mais relacionado a ela."
Na v�spera do primeiro debate, Obama mantinha, na maioria das pesquisas, uma vantagem magra, mas importante. Ontem, a situa��o era bem diferente. De seis amostragens di�rias nacionais realizadas com eleitores registrados e inclinados a votar, o presidente liderava tr�s, uma a mais que seu advers�rio. Os dois apareciam empatados em uma delas. No levantamento Reuters/Ipsos, a vantagem de Obama, de dois pontos (47% a 45%) foi considerada t�o pequena pelo pr�prio instituto que poderia ser vista tamb�m como empate. Os n�meros mostraram, entretanto, recupera��o de um ponto para o presidente, entre domingo e ontem.
Nos "swing states", estados de prog�stico indefinido considerados decisivos para a sorte da elei��o, Romney apareceu bem colocado e liderando por at� cinco pontos na pesquisa USA Today/Gallup, entre os eleitores que provavelmente ir�o �s urnas. Os n�meros deixaram claro um maior entusiasmo pelo republicano entre um segmento at� aqui mais inclinado a apoiar Obama: o eleitorado feminino. A an�lise de 12 estados examinados pelo USA Today diz que as mulheres est�o muito mais engajadas nas elei��es e "incrivelmente preocupadas" com as quest�es do d�ficit or�ament�rio, o que favorece Romney. O desafiante aparece empatado com Obama entre esse eleitorado, ambos com 48%. Entre os homens, leva vantagem de at� 12 pontos.
Se da primeira vez Obama permitiu-se protagonizar alguns eventos de campanha at� a v�spera do debate, para o segundo confronto os �ltimos dias foram de total concentra��o. Tanto ele quanto Romney n�o participaram de nenhuma atividade ontem e se dedicaram totalmente � prepara��o para o duelo na tev�. N�o faltam motivos para preocupa��o na equipe de campanha democrata. Duas semanas atr�s, o presidente subiu ao palco da Universidade de Denver como o preferido de 51% dos entrevistados ouvidos pelo Centro de Pesquisa Pew. Apenas 29% achavam que Romney se sairia bem naquele debate. Agora, a expectativa por um triunfo de Obama caiu para 41%, enquanto 37% acreditam que o republicano pode repetir a dose e emplacar a segunda vit�ria.
Servi�o
Na TV:
CNN e Globo News, in�cio
�s 22h (hora de Bras�lia)