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Estado de Minas ELEI��ES NOS ESTADOS UNIDOS

Exclu�do dos debates dos dois candidatos, Brasil deve ser pouco afetado pelo resultado

Para especialistas em rela��es internacionais, durante a campanha presidencial foram outros pa�ses que apareceram como prioridade para os dois candidatos


postado em 05/11/2012 07:15 / atualizado em 05/11/2012 07:30

(foto: AFP PHOTO/Jewel Samad e Justin Sullivan/Getty Images/AFP)
(foto: AFP PHOTO/Jewel Samad e Justin Sullivan/Getty Images/AFP)

Sem espa�o nos planos de governo de Barack Obama e Mitt Romney e esquecido nos debates presidenciais que trataram da pol�tica externa dos Estados Unidos para os pr�ximos quatro anos, o Brasil ser� pouco afetado pela escolha que ser� feita amanh� pelos eleitores norte-americanos. Para especialistas em rela��es internacionais, durante a campanha presidencial foram outros pa�ses que apareceram como prioridade para os dois candidatos, o que dever� refletir diretamente nas a��es de governo a partir de 2013, seja de continuidade, com a vit�ria do democrata, ou mudan�a, caso o republicano seja eleito. A situa��o � apontada como semelhante para toda a Am�rica Latina, que, apesar do grande interesse nos votos de imigrantes do continente, ficou em segundo plano nos discursos dos candidatos.

As diverg�ncias envolvendo a pol�tica externa se restringiram �s posi��es adotadas pelo governo norte-americano em pontos conflituosos do mundo. Enquanto Romney criticou a falta de lideran�a de seu advers�rio para auxiliar os rebeldes s�rios contra o presidente Bashar al-Assad e cobrou uma posi��o mais clara sobre a quest�o palestina, Obama usou como bandeiras de campanha a opera��o que resultou na morte de Osama bin Laden e a defini��o de uma data limite para a retirada da maioria das tropas de seu pa�s do Iraque. No debate reservado para os temas internacionais – o terceiro e �ltimo da campanha – o confronto se resumiu �s rela��es dos EUA com a China, R�ssia, S�ria, Ir� e Israel. Romney chegou at� a defender superficialmente uma amplia��o no com�rcio com a Am�rica Latina e citou a regi�o como “uma economia quase t�o grande quanto a China”, mas n�o se aprofundou nas ideias.

Para o cientista pol�tico norte-americano da Universidade de Bras�lia (UnB) David Fleischer, o candidato republicano focou sua campanha em temas que preocupam mais a popula��o nos dias de hoje, como as diverg�ncias estrat�gicas com a R�ssia e disputas comerciais com a China. No entanto, mesmo sem ter notado qualquer proposta envolvendo o Brasil, Fleischer ressalta algumas caracter�sticas mais comuns de administra��es do Partido Republicano e que podem ser colocadas em pr�tica pelo ex-governador de Massachusetts. “Romney n�o incluiu o Brasil em sua plataforma de governo, por isso n�o sabemos de forma clara suas ideias. Uma posi��o que podemos esperar dos republicanos, caso retornem ao poder, � uma cobran�a maior ao governo brasileiro sobre as rela��es com pa�ses que contrariam interesses americanos. Tanto com aliados locais, como Venezuela, Cuba e Equador, quanto quest�es mais pol�micas envolvendo o Ir� ou Hezbolah. Podemos esperar posturas mais duras de Washington com Romney”, explica o cientista pol�tico.

O candidato � reelei��o tamb�m n�o abordou rela��es com pa�ses sul-americanos durante a campanha, por isso Fleischer usa a atual gest�o como base para a sua an�lise do que viria pelos pr�ximos anos, caso ele seja eleito. “Sobre Obama, que tamb�m n�o trata diretamente do Brasil em seu plano, s� podemos adivinhar suas posi��es baseados no que fez at� agora. Nos �ltimos anos, o Brasil se manteve em segundo plano nas pol�ticas externas dos EUA, mas tivemos rela��es bem razo�veis entre os dois pa�ses, apesar das recorrentes disputas comerciais, com visitas e negocia��es constantes. Mas os dois nomes ter�o posi��es bem parecidas na grande maioria dos temas”, aposta.

COM�RCIO E VISTOS
Avalia��o semelhante fez o professor Javier Vadell, do Departamento de Rela��es Internacionais da PUC Minas, que aponta a prefer�ncia dos brasileiros por Barack Obama – segundo pesquisa realizada pela BBC no m�s passado, no Brasil cerca de 65% dos entrevistados preferem a reelei��o do democrata – como mais ligada �s quest�es ideol�gicas do que com as propostas defendidas pelos candidatos. “Talvez a quest�o ideol�gica fa�a com que muitos brasileiros tor�am por Obama. Isso tem muito a ver com os problemas e cr�ticas que marcaram a gest�o do republicano George Bush, mas n�o percebo o Brasil no foco do candidato. O que mais nos interessa em rela��o aos norte-americanos est� na �rea comercial e, nesse sentido, os dois partidos t�m posi��es claras: proteger os produtores dom�sticos e investir na competitividade do agrobusiness”, afirma.

Segundo Vadell, a altern�ncia ou a continuidade no cen�rio pol�tico de Washington tamb�m n�o trar� mudan�as significativas nas negocia��es com o Pal�cio do Planalto para a libera��o de vistos de entrada no EUA. “As facilidades que v�m sendo acordadas entre os dois governos s�o vistas como positivas para os norte-americanos, principalmente em um cen�rio de crise econ�mica, no qual � preciso estimular ao m�ximo o turismo interno. Como o Brasil n�o � visto como foco de amea�as e est� cada vez mais ocupando posi��o de destaque econ�mico internacional, esses avan�os e flexibiliza��es n�o dependem de partido”, diz Vadell.

Defini��o s� amanh�
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e seu advers�rio republicano Mitt Romney realizaram ontem uma maratona de viagens e com�cios por pelo menos quatro estados considerados chave para as elei��es de amanh�. Entre as cidades visitadas por Obama est� Bristow, na Virg�nia, onde contou com o apoio do ex-presidente dos EUA, Bill Clinton. Romney visitou Iowa, ap�s passar no s�bado pelo Colorado. Obama foi � Fl�rida. Duas pesquisas publicadas ontem mostraram os dois tecnicamente empatados a apenas dois dias das elei��es.

"Sei que pare�o um pouco mais velho, mas ainda tenho bastante vontade de lutar. Chegamos muito longe para voltar. Por isso, � a hora de seguir adiante", disse Obama em New Hampshire, em um discurso para 14 mil pessoas em Concord. J� Romney tem pedido votos aos eleitores afirmando que falta lideran�a para o pa�s e que ele � essa lideran�a. "Somos americanos. Podemos fazer tudo. A �nica coisa que est� entre n�s e anos melhores que podem vir � a falta de uma lideran�a. E � por isso que teremos elei��es", afirmou Romney em Des Moines, Iowa.

Pesquisa feita pelo Wall Street Journal e pela emissora de televis�o NBC e divulgada ontem indica que Obama tem 48% das inten��es de voto, contra 47% de Romney. Outro levantamento, feito pelo Washington Post e pela ABC News, mostrou que democrata e o republicano est�o empatados, cada um com 48% das inten��es de voto. O site RealClearPolitics, que estabelece a m�dia dos levantamentos, tamb�m mostrava os candidatos emparelhados, mas com leve vantagem para Obama em v�rios estados considerados cruciais.

SANDY
Nova Jersey est� permitindo que os eleitores deslocados pelo furac�o Sandy possam votar por e-mail, enquanto alguns eleitores de Nova York poder�o votar em tendas. Com a eletricidade ainda em falta para mais de 1 milh�o de casas e empresas, e dezenas de zonas eleitorais danificadas nas duas regi�es, as autoridades enfrentam desafios sem precedentes para o dia da elei��o. Milhares de desabrigados ainda enfrentam a queda abrupta de temperatura no estado de Nova York. Ao menos 109 pessoas morreram v�timas do furac�o.


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