
O presidente venezuelano Hugo Ch�vez chegou nesta segunda-feira de maneira inesperada a Caracas, depois de mais de dois meses de uma cirurgia em Havana para combater um c�ncer, e foi internado no hospital militar da capital, onde prosseguir� com seu tratamento.
"Chegamos de novo � P�tria venezuelana. Obrigado meu Deus! Obrigado Povo amado! Aqui continuaremos o tratamento", anunciou Ch�vez em sua conta no Twitter.
"Obrigado a Fidel, a Ra�l e a toda Cuba! Obrigado a Venezuela por tanto amor!", escreveu ainda.
"Sigo aferrado a Cristo e confiante em meus m�dicos e enfermeiras. At� a vit�ria sempre! Viveremos e venceremos!".
Segundo o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, o presidente pousou �s 2h30 (4H00 de Bras�lia) em Caracas.
O presidente foi internado no hospital militar de Caracas, informou Jorge Arreaza, genro do chefe de Estado e ministro da Ci�ncia e Tecnologia, na mesma rede social.
"O presidente j� se encontra em seu quarto no Hosp. Militar Dr. Carlos Arvelo em Caracas, disposto a seguir com seus tratamentos", escreveu Arrreaza.
"O presidente j� est� em seu quarto, sem nenhum inconveniente", confirmouo Cabello.
O vice-presidente venezuelano, Nicol�s Maduro, expressou a "felicidade absoluta" com o retorno de Ch�vez a Caracas.
"Um dia como hoje, 18 de fevereiro do ano 2013, temos felicidade absoluta porque o comandante Ch�vez est� aqui, na p�tria venezuelana", afirmou Maduro ao canal oficial VTV.
"Sobre o estado de sa�de de Ch�vez iremos informando no decorrer do dia, destes dias que est�o por vir, j� daremos detalhes", completou.
Maduro explicou que Ch�vez � acompanhado por v�rios parentes, pelo irm�o e governador do estado de Barinas, Ad�n Ch�vez, por uma das filhas do presidente, Rosa Virginia, e pela "equipe de m�dicos" que o trata.
O vice-presidente agradeceu o apoio recebido nos mais de dois meses.
O presidente, de 58 anos e desde 1999 no poder, viajou em 10 de dezembro para Cuba para a quarta cirurgia contra o c�ncer.
O governo venezuelano havia divulgado na sexta-feira as primeiras imagens de Ch�vez ap�s 69 dias de convalescen�a, nas quais aparecia sorridente no hospital ao lado das duas filhas mais velhas e lendo o jornal oficial cubano Granma de quinta-feira.
Durante mais de dois meses, o presidente n�o foi visto ou ouvido, enquanto o governo venezuelano divulgava boletins curtos sobre seu estado de sa�de, sem nunca antecipar uma data de retorno.
Na �ltima informa��o divulgada, na sexta-feira, o governo destacava que Ch�vez respirava por uma c�nula traqueal que dificultava temporariamente a fala, por apresentar "certo grau" de insufici�ncia respirat�ria.
Ch�vez foi reeleito em 7 de outubro de 2012 para um terceiro mandato de seis anos.
Apesar de n�o ter tomado posse em 10 de janeiro, como estava previsto, o Tribunal Supremo autorizou Ch�vez a faz�-lo mais adiante, quando estivesse em condi��es, e que seu governo do mandato 2007-2012 prosseguisse no poder.
O Tribunal Supremo de Justi�a (TSJ) da Venezuela anunciou nesta segunda-feira que est� pronto para realizar a "qualquer momento" a posse de Ch�vez.
"O Tribunal est� pronto. A qualquer momento estamos na capacidade de proceder a posse de Ch�vez", afirmou uma fonte do TSJ.
"Esperamos apenas a decis�o do presidente e de sua equipe m�dica, que tamb�m determinariam se a cerim�nia seria p�blica ou privada e onde poderia acontecer", completou a fonte.
O presidente anunciou em 8 de dezembro o retorno do c�ncer, que foi detectado em meados de 2011, e designou pela primeira vez um sucessor, seu vice-presidente Nicol�s Maduro.
Maduro seria o candidato governista nas elei��es que seriam organizadas caso Ch�vez ficasse "inabilitado" para governar.
Chavistas e aliados comemoram volta
A natureza e a gravidade do c�ncer de Ch�vez nunca foram reveladas. O presidente venezuelano foi submetido a quatro cirurgias, sess�es de quimioterapia e radioterapia, em tratamentos realizados quase exclusivamente em Cuba, onde goza de privacidade absoluta, acompanhado de seu aliado e amigo, o l�der cubano Fidel Castro.
"Temos que celebrar que o comandante esteja vivo, n�o como as pessoas diziam que estavam morto. Temos que apoi�-lo, seguir com ele at� que se recupere", disse � AFP Jubelis Cordero, funcion�ria de uma empresa de seguran�a que compareceu ao hospital militar antes de seguir para o trabalho.
Como Jubelis, 20 pessoas cantavam "Ch�vez, cora��o do povo" e exibiam cartazes de apoio ao presidente diante do hospital, cercado por v�rios militares.
Na pra�a Bol�var de Caracas, dezenas de seguidores se reuniram para celebrar o retorno do presidente. "Voltou, voltou, voltou", gritavam os simpatizantes, segundo imagens exibidas pelo canal oficial VTV.
No Twitter, os chavistas usavam a hashtag "Ch�vezBienvenidoALaPatria".
"N�o h� palavras que descrevam este momento... DEUS TE ABEN�OE. Presidente MEU Presidente", escreveu @jennyguerra1.
Na VTV, os funcion�rios come�aram a festejar ao vivo a not�cia, acompanhados pelo ministro da Informa��o, Enesto Villegas.
Mas, ao contr�rio das ocasi�es anteriores, as imagens da chegada ao aeroporto de Maiquet�a n�o foram exibidas pela VTV.
"Que o retorno do Presidente signifique que o Sr.Maduro e os Ministros comecem a trabalhar, h� milhares de problemas por resolver", comentou no Twitter o l�der da oposi��o, Henrique Capriles.
"A incerteza sobre uma poss�vel elei��o presidencial antecipada permanece intacta, apesar do retorno presidencial", afirmou o presidente do instituto Datan�lisis, Luis Vicente Le�n.
O l�der cubano Fidel Castro saudou o retorno de Ch�vez a Caracas, ap�s "uma longa e angustiante espera" de mais de dois meses em um hospital de Havana, em uma carta publicada nesta segunda-feira por meios de comunica��o cubanos.
"Fico muito feliz que tenha podido retornar ao peda�o da terra americana que tanto ama, e ao povo irm�o que tanto te apoia. Foi necess�ria uma longa e angustiante espera, sua assombrosa resist�ncia f�sica e a consagra��o total dos m�dicos (...) para obter este objetivo", afirma Castro na carta, publicada pela Ag�ncia de Informa��o Nacional cubana.
"Voc� aprendeu muito da vida, Hugo, nestes duros dias de sofrimentos e sacrif�cios (...). Viveremos sempre lutando pela justi�a entre os seres humanos sem medo dos anos, dos meses, dos dias ou das horas, conscientes, humildemente, de que vivemos na �poca mais cr�tica da hist�ria de nossa humanidade", acrescentou.
Castro, de 86 anos e afastado do poder desde 2006 por problemas de sa�de, tamb�m agradeceu a ajuda fornecida a Cuba por Ch�vez.