
O promotor americano Timothy McGinty acusou o "man�aco de Cleveland", nesta quinta-feira, j� indiciado pelo rapto de tr�s mulheres, de for��-las a abortar e alertou que vai buscar uma condena��o � pena de morte.
"O condado buscar� acusa��es para cada um dos atos de viol�ncia sexual e todas as tentativas de homic�dio e para cada homic�dio qualificado que ele cometeu for�ando abortos", declarou o promotor do condado de Cuyahoga, Timothy McGinty.
TERROR Alguns dias depois de as tr�s mulheres e uma menina de seis anos terem sido resgatadas da casa de Ariel na Avenida Seymour, em um bairro de classe oper�ria do oeste de Cleveland, relatos aterrorizantes sobre os dez anos que passaram em cativeiro est�o vindo � tona.
Na segunda-feira, Castro finalmente baixou a guarda, esquecendo-se de trancar uma porta pesada antes de sair para comer no McDonald's, segundo um relat�rio inicial da pol�cia que vazou para alguns ve�culos de m�dia locais.
A pol�cia confirmou que o vazamento parece ser genu�no e o prefeito de Cleveland, Frank Jackson, concedeu uma entrevista coletiva nesta quinta-feira para pedir que os policiais protejam a confidencialidade da investiga��o e a privacidade das mulheres.
Amanda Berry, que foi sequestrada em 2003 na v�spera de seu 17º anivers�rio, conseguiu se aproveitar do descuido de Castro, mas n�o sem antes superar um momento de d�vida angustiante: Ser� que seu captor a estaria testando? Estaria ele aguardando para peg�-la?
Felizmente para sua filha, Jocelyn, de seis anos, e duas colegas de cativeiro, ela decidiu arriscar. Empurrou a pesada porta apenas o suficiente para encontrar uma outra porta de metal ainda trancada e gritou por socorro.
Um vizinho ouviu seus gritos desesperados e correu para ajud�-la. Assim que ela e Jocelyn ganharam a liberdade, Amanda chamou a pol�cia. Policiais correram para o local, arrombaram a porta e come�aram a fazer buscas na casa.
Quando se aproximaram do topo da escadaria no segundo andar, Michelle Knight - que foi sequestrada em 2002 quando tinha 20 anos - "correu e se jogou nos bra�os de (o policial) Espada", relatou o registro policial, segundo a emissora WKYC. Ela come�ou a chorar, dizendo: "Voc� me salvou, voc� me salvou".
Os policiais perguntaram se havia algu�m mais escada acima e foi ent�o que Gina DeJesus, sequestrada em 2004 quando tinha 14 anos, saiu do quarto. Quando as mulheres come�aram a contar sua hist�ria para os investigadores, veio � tona todo o tormento de seu cativeiro.
Knight contou � pol�cia que ficou gr�vida "pelo menos cinco vezes" durante os quase 12 anos de cativeiro, indicou a emissora CBS, citando o relat�rio policial.
"Ariel a for�ava a abortar", indica o registro policial. "Ele a deixava sem comida por pelo menos duas semanas e depois batia repetidamente em sua barriga at� que ela perdesse a crian�a", continua.
Castro trouxe uma piscina de pl�stico infantil e for�ou Berry a dar � luz ali dentro a fim de evitar a inevit�vel sujeira, contou a mulher � pol�cia. Ele tamb�m for�ou Knight a ajudar e disse a ela que "se o beb� morresse, ele a mataria".
Em um momento daquele assustador 25 de dezembro de 2006, a rec�m-nascida parou de respirar e Knight reanimou o beb� com uma respira��o boca a boca.
Berry contou � pol�cia que Castro algumas vezes deixava a casa com a filha, mas se certificou de que a menina n�o soubesse os nomes reais de Knight ou DeJesus para n�o levantar suspeitas.
As mulheres contaram que foram mantidas acorrentadas no por�o durante os primeiros anos de cativeiro, mas que depois ele permitiu que vivessem sem correntes no andar de cima, atr�s de portas trancadas.
Elas s� tiveram permiss�o para deixar a casa em duas breves ocasi�es, quando Castro as levou para a garagem usando perucas como disfarce.
Mas a pol�cia ainda n�o sabe como ningu�m que visitou a modesta casa no n�mero 2207 da Avenida Seymour, inclusive sua fam�lia, percebeu que algo estava errado, nem como ningu�m que visitou ou morou perto daquela casa comum, mas em mau estado de conserva��o, parecia ter qualquer ideia de que tr�s mulheres e uma crian�a estavam presas l� dentro.
"Ariel mantinha todos � dist�ncia", contou a jornalistas esta quarta-feira o subchefe de pol�cia, Ed Tomba. "N�o sabemos ainda sobre o controle que ele deve ter exercido sobre estas meninas. Acho que levaremos muito tempo para descobrir", afirmou.
Segundo a imprensa, um bilhete datado de 2004 foi achado na casa e nele Ariel se definia como um "predador sexual".
O rep�rter investigativo de uma TV local, Scott Taylor, informou em seu Twitter que o bilhete estava entre dezenas de evid�ncias que a pol�cia recolheu na resid�ncia de dois andares que serviu de cativeiro.
"Sou um predador sexual. Preciso de ajuda", dizia o bilhete, segundo Taylor.
Em uma aparente refer�ncia �s ref�ns, a nota prossegue: "Elas estavam aqui contra a vontade delas porque cometeram o erro de entrar num carro com um total estranho".
"Eu n�o sei por que continuo procurando por outra. Eu j� tenho duas em minha posse", acrescenta o bilhete.
Taylor disse que Castro tamb�m teria escrito sobre querer cometer suic�dio e deixar todo o dinheiro poupado para suas v�timas.