O estupro coletivo de uma estudante em Nova D�lhi h� um ano levou � quebra do sil�ncio sobre a viol�ncia sexual e encorajou as v�timas a falar sobre isso, consideraram nesta segunda-feira a fam�lia da jovem violentada e militantes.
Este estupro e a viol�ncia exercida contra a estudante de 23 anos, que morreu v�rios dias depois devido aos ferimentos sofridos, "n�o apenas nos afetou, mas tamb�m ao pa�s e ao mundo", considerou o pai da jovem, que n�o pode ser identificado, em uma entrevista � rede de televis�o NDTV.
"S� queremos dizer que esta data deve ser lembrada (...) para que as pessoas continuem aderindo ao movimento e se unam para garantir a seguran�a das mulheres", acrescentou.
Para sua m�e, o valor da jovem ante a morte deve motivar as mulheres indianas para que "combatam tais crimes e os denunciem".
A estudante de fisioterapia morreu 13 dias depois de ser atacada por seis homens em um �nibus quando voltava do cinema com o namorado.
Quatro dos acusados foram condenados � morte ap�s um julgamento acelerado, e um menor de idade foi condenado a uma pena de pris�o.
O crime provocou uma onda de manifesta��es em massa em todo o pa�s e incitou um debate sobre a maneira como as mulheres s�o tratadas na �ndia.
Um ano depois, v�rias centenas de pessoas se reuniram nesta segunda-feira em diferentes lugares de Nova D�lhi para lembrar a v�tima e pedir novas reformas e uma mudan�a de comportamento em rela��o �s mulheres.
"O governo aprovou leis, n�s apreciamos isso. Mas enquanto as mentalidades n�o mudarem, as leis n�o ir�o adiantar muito", declarou um estudante, Ishaan Ahmad, � AFP.
O n�mero de estupros registrados em 2013 deve superar o de 2012 na �ndia, o que para muitos defensores dos direitos das mulheres � um indicador positivo da evolu��o dos comportamentos.
"O movimento do ano passado parece ter permitido que mais pessoas denunciem a viol�ncia sexual", declarou ao jornal The Indian Express Kavita Krishnan, secret�ria da All India Progressive Women's Association.
Divya Iyer, pesquisador da Anistia Internacional, reconhece esta tend�ncia, mas considera que ela se limita �s cidades.
"Trata-se, principalmente, de mulheres de classe m�dia. N�o � geral, nas zonas rurais, em particular, o acesso � justi�a � um problema", disse.
"N�o existe apenas a estigmatiza��o social da v�timas, mas tamb�m o fato de n�o existir nenhuma garantia que a queixa ser� levada a s�rio pela pol�cia e ainda menos que haver� uma condena��o", acrescentou Iyer.
J� o pai da v�tima considera que, embora a legisla��o tenha sido endurecida e o n�mero de den�ncias tenha aumentado, continuam ocorrendo muitos problemas, especialmente a lentid�o da justi�a indiana.