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Estado de Minas

Francisco e Bento XVI trocam presentes de Natal

Pont�fices tamb�m rezaram juntos em uma capela adjunta � casa. Eleito para 'salvar' a Igreja, Papa Francisco ainda tem muitos resultados a mostrar em 2014


postado em 23/12/2013 17:37 / atualizado em 23/12/2013 17:52

 Esta foi a primeira vez que o Vaticano divulga imagens do interior da residência do papa emérito(foto: OSSERVATORE ROMANO / AFP)
Esta foi a primeira vez que o Vaticano divulga imagens do interior da resid�ncia do papa em�rito (foto: OSSERVATORE ROMANO / AFP)

O papa Francisco visitou nesta segunda-feira seu antecessor, o papa em�rito Bento XVI, para trocarem presentes de Natal. Imagens distribu�das pelo jornal do Vaticano mostraram os dois pont�fices vestidos de branco em uma sala da resid�ncia onde Bento XVI vive desde pouco depois de sua ren�ncia, em fevereiro.

Francisco e Bento XVI tamb�m rezaram juntos em uma capela adjunta � casa, situada nos jardins do Vaticano. Esta � a primeira vez que o Vaticano divulga imagens do interior da resid�ncia do papa em�rito.

Eleito para salvar a Igreja
O papa Francisco, com sua linguagem e gestos espont�neos, que desconcerta tanto conservadores quanto progressistas, gerou, em apenas nove meses � frente do Vaticano, expectativas de renova��o para uma Igreja atingida por esc�ndalos e mergulhada numa das piores crises de sua hist�ria. O ex-arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, se tornou em mar�o o primeiro Papa latino-americano e primeiro jesu�ta a assumir o Trono de S�o Pedro, em substitui��o ao austero Papa alem�o Joseph Ratzinger, Bento XVI, que renunciou ao cargo em uma decis�o in�dita em sete s�culos.

Francisco e Bento XVI rezaram juntos em capela situada nos jardins do Vaticano(foto: OSSERVATORE ROMANO / AFP)
Francisco e Bento XVI rezaram juntos em capela situada nos jardins do Vaticano (foto: OSSERVATORE ROMANO / AFP)
O novo pont�fice escolheu o nome de Francisco em refer�ncia a S�o Francisco de Assis, o padroeiro dos pobres, e anunciou reformas que muitos comparam � "perestroika" (reestrutura��o) com que o �ltimo l�der da Uni�o Sovi�tica, Mikhail Gorbachev, tentou revitalizar e salvar o socialismo nos anos 80. "Sim, eu diria que essas categorias podem ser usadas: perestroika e glasnot (transpar�ncia); � o que Francisco tenta aplicar", afirmou o te�logo italiano Vito Mancuso, docente de Hist�ria das Doutrinas Teol�gicas.

A experi�ncia fracassou na Uni�o Sovi�tica, mas, segundo o estudioso, poder� ser bem sucedida em uma institui��o s�lida, como a Igreja Cat�lica. As novas orienta��es se refletem mais na transforma��o do modo de inser��o da milenar institui��o no mundo do que em medidas administrativas: menos presen�a na pol�tica, total sobriedade, ren�ncia a todo tipo de ostenta��o, transpar�ncia na comunica��o e, principalmente, maior aten��o ao pobres, aos doentes, �s pessoas necessitadas, aos desamparados e aos relegados.

"Creio que � um Papa que faz muito com seus atos. Prega como exemplo", afirmou � AFP a jornalista argentina Elisabetta Piqu�, autora de "Francisco, Vida e Revolu��o", um livro que conta os primeiros meses de um pontificado marcado por suas mensagens diretas e simples. "Para mim, estes primeiros meses marcam uma revolu��o", afirma Piqu�, que cobre h� v�rios anos o Vaticano.

A mensagem parece ter chegado ao cora��o dos fi�is. A popularidade de Francisco, o entusiasmo que causa entre os cat�licos, gerou "uma nova primavera para a Igreja Cat�lica", segundo Mancuso. Mas, como em toda primavera, "os frutos ainda n�o podem ser colhidos", adverte.

Francisco ainda deve apresentar resultados
Francisco foi eleito a "Personalidade do Ano" pela revista Time, que ressalta sua capacidade de levar �s ruas a mensagem do Papado, e pela revista The Advocate, uma hist�rica publica��o americana dedicada � comunidade homossexual.

Para The Advocate, Francisco deu "o sinal de que n�o � como o antigo Papa", ao declarar em junho passado: "Se uma pessoa � gay, procura por Deus e tem uma boa vontade, quem sou eu para julg�-la?". Mas as palavras e os gestos devem ser transformados em mudan�as concretas.

Para reformar a desacreditada C�ria Romana (administra��o central da Santa S�), ele nomeou uma in�dita comiss�o de oito cardeais, que devem entregar a ele suas recomenda��es. A limpeza das pol�micas finan�as vaticanas, principalmente do chamado "Banco de Deus", ou seja, o Instituto para as Obras de Religi�o (IOR), acaba de come�ar.

"As comiss�es encarregadas est�o trabalhando bem. Estamos no caminho certo. Sobre o futuro do IOR, veremos", admitiu, na semana passada, o Papa em uma entrevista ao jornal italiano La Stampa.

Batalhas em todas as frentes
As batalhas acontecem em todas as frentes: moral, social, econ�mica e at� teol�gica. No in�cio de dezembro, Francisco criou uma comiss�o para ajudar as v�timas de padres ped�filos e evitar novos casos, depois dos esc�ndalos que sacudiram a Igreja nos Estados Unidos, Am�rica Latina e Europa.

Sua defesa dos imigrantes ilegais, que atravessam o Mediterr�neo arriscando a vida, assim como a firmeza de seu apelo pela paz na S�ria, quando parecia iminente um ataque americano, foram classificados como verdadeiros golpes midi�ticos.

O "efeito Francisco" tamb�m alimenta fortes expectativas entre aqueles que esperam mudan�as na insist�ncia da hierarquia eclesi�stica em condenar o div�rcio, o controle de natalidade, o casamento homossexual, a eutan�sia e a ordena��o de mulheres, entre outras quest�es.

"O Papa pode renovar a Igreja, mas n�o pode inventar uma nova Igreja", advertiu o cardeal alem�o Walter Kasper, um de seus maiores admiradores, ao alertar que muitos podem acabar decepcionados.

A aus�ncia de confronta��o, de condena��es lan�adas do Trono de Pedro, o esp�rito de di�logo, os apelos por fraternidade, miseric�rdia e bondade n�o implicam necessariamente que a Igreja v� mudar sua doutrina.

Para v�rios especialistas em assuntos vaticanos, os pr�ximos dois anos ser�o fundamentais para descobrir o verdadeiro rosto que Francisco quer dar � Igreja e a seu pontificado.

Com informa��es da Ag�ncia Estado e da AFP


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