Lucas Fadul e Rodrigo Craveiro
Bras�lia - Dados registrados por um radar militar indicam que o avi�o da Malaysia Airlines, desaparecido h� uma semana com 239 pessoas, alterou a rota deliberadamente e voou por pelo menos 1,6 mil quil�metros, depois da perda de contato, no sentido oeste. De acordo com a ag�ncia Reuters – que ouviu tr�s fontes relacionadas � investiga��o –, o voo MH370 teria entrado em um corredor a�reo de coordenadas precisas, o que indicaria alto conhecimento em avia��o por parte de quem pilotava a aeronave. De acordo com as fontes, a pessoa no comando da cabine do Boeing 777-200 teria desligado os sistemas de comunica��o (incluindo os transponders), o que fez com que o avi�o se tornasse invis�vel aos radares civis. O �ltimo registro do aparelho teria sido sobre Andaman, no Golfo de Bengala, um arquip�lago indiano formado por 572 ilhas. A intelig�ncia dos Estados Unidos trata o sumi�o como um caso de pirataria a�rea. Um navio e um avi�o de vigil�ncia dos EUA partiram, ontem, rumo � regi�o.
No fim da tarde, a rede de TV CNN divulgou que o avi�o teria ca�do no Oceano �ndico em uma de duas rotas de voo. A primeira sugere que a queda ocorreu no Golfo de Bengala, na costa da �ndia; a outra sustenta o impacto em algum lugar no Oceano �ndico. Segundo a emissora, a informa��o se baseia na an�lise de dados eletr�nicos e de sat�lites feita, em car�ter secreto, por Washington e Kuala Lumpur.
Com base em descri��es de autoridades americanas e de fontes ligadas � apura��o, o jornal The New York Times revelou que o 777-200 experimentou mudan�as bruscas de altitude ap�s sumir do radar civil, � 1h22 do dia 8. Sinais captados pelo radar militar do Ex�rcito malaio afirmam que a aeronave subiu a 45 mil p�s (13.700m) de altitude – o teto de voo do jato � de 37.900 p�s (11.550m). Ao se aproximar da Ilha de Penang, na Mal�sia, ele teria descido a 23 mil p�s (7 mil metros) antes de voltar a ganhar altitude e voar sobre o Estreito de Malacca, rumo ao �ndico, o local da suposta queda.
Hip�teses
Professor da Universidade Aeron�utica Embry-Riddle (em Prescott, Arizona), William Waldock admite: “Esse � o evento a�reo mais estranho de que j� ouvi falar”. Em entrevista � reportagem, ele aponta uma “interven��o humana” como a hip�tese mais plaus�vel para o desaparecimento do 777-200. “Nenhum cen�rio de acidente se encaixa com o que se cr� ser factual. Uma descompress�o, ainda que sutil, n�o explicaria o motivo de o avi�o ter se desviado do plano de voo. Mesmo em caso de morte dos tripulantes, o piloto autom�tico teria levado a aeronave at� Pequim, seu destino”, teoriza. Ele desqualifica as teses de inc�ndio, colapso de sistema ou falha estrutural. “Sobre um cen�rio de suic�dio do piloto, por que ele voaria por quatro ou cinco horas para s� ent�o derrubar o avi�o?”, indagou.
Desvio
De acordo com as fontes consultadas pela Reuters, o voo MH370 abandonou o plano de voo original, de Kuala Lumpur a Pequim, e se desviou rumo a oeste, na dire��o de um ponto de navega��o chamado “Vampi”, a nordeste da Ilha de Sumatra (Indon�sia). O ponto costuma ser utilizado por aeronaves na rota N571, cujo destino � o Oriente M�dio. De l�, o 777-200 teria se dirigido ao ponto “Gival”, ao sul de Phuket (Tail�ndia). A partir daquele ponto, acredita-se que ele seguiu a noroeste, em dire��o ao ponto “Igrex”, que leva a Andaman e � utilizado na rota P628 – um caminho at� a Europa.